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Por dificuldades de progamação da minha disponibilidade tive que ver em dias consecutivos, neste fim de semana, três espectáculos musicais. Não resisto a deixar registadas (para a posteridade?) as minhas impressões :
Sexta - CABARET, no Teatro Maria Matos, com encenação de Diogo Infante. A protagonista Sally, Ana Lúcia Palminha, foi escolhida de um grande lote de concorrentes, num programa que a TV transmitiu e que grangeou desde logo muitas atenções.
O musical é muito conhecido e tão forte no seu carácter que é difícil abordá-lo com originalidade. Devo confessar que, apesar disso, esperava outro rasgo de Diogo Infante.
Faltam neste espectáculo soluções mais inventivas para quebrar o gigantismo do palco do Maria Matos quando se representa um bar por definição íntimo e recôndito.
Mesmo trabalhos notáveis como Henrique Feist no "mestre de cerimónias", e noutra escala a própria Sally de Palminha, têm que lutar contra a desmesura do palco.
Os "velhos" Isabel Ruth (Fraulein Schneider) e Fernando Gomes (Herr Schultz), grandes artistas que já não têm que provar nada, ficam aquém de todo o seu potencial em virtude da inadequada abordagem musical que lhes foi pedida.
Sábado - "FIDÉLIO" de Beethoven em versão de concerto no grande auditório do CCB. O elenco constava de:
Anja Kampe como Leonore,
Simon O'Neil como Florestan,
Greer Grimsley como Don Pizzaro,
e também Mathias Hoelle, Chelsey Schill, Musa Nkuna e Mário Redondo.
Direcção musical e condução da Orquestra Sinfónica Portuguesa a cargo de Julia Jones.
Um belíssimo serão com esta ópera muito "sinfónica", tanto nos instrumentos como no canto, que foi bem servida e, de alguma forma, teatralmente interpretada apesar da inexistência de guarda-roupa e de cenografia.
Os cantores que mais me impressionaram foram a Anja Kampe e Greer Grimsley. Do púlpito, Julia Jones, com o seu ar atlético, puxou pela orquestra e conseguiu um excelente espectáculo.
Domingo - "Outro Fim" uma nova Ópera de Pinho Vargas e Vieira Mendes na Culturgest.
Não sei quantas pessoas estão "preparadas" para este tipo de música e para um enredo, aparentemente esquemático, que sofre da compressão no tempo de uma ópera curta.
Os intérpretes cantores (Larissa Savchenko, Sónia Alcobaça, Paula Morna Dória, Luís Rodrigues e Mário Alves) são excelentes embora Larissa revele algumas (naturais?) dificuldades com a dicção. A direcção musical de Cesário Costa, como sempre, está "acima de qualquer suspeita".
Confesso que, no meu caso, a experiência como espectador embora interessante se situou quase exclusivamente no plano do intelecto (e pouco na fruição dos sentidos).
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Há 7 horas
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