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"Os dados disponíveis sobre a execução orçamental do Serviço Nacional de Saúde (SNS), incluindo os Hospitais EPE, indicam uma avaliação positiva: equilíbrio nas contas e melhoria nos indicadores de produção. Os resultados finais de 2008 confirmarão a tendência. Os indicadores financeiros mostram o controlo do crescimento da despesa de consumos (medicamentos), mas no pessoal há o risco de se voltar a valores elevados. O objectivo de crescimento zero terá sido exigente, mas seria alcançável com uma mudança de atitude, hoje exigível aos administradores dos hospitais. "
Público, 01.12.2008
Aqui está um bom exemplo da linguagem eufemística habitualmente usada quando se fala do "orçamento da saúde". Este estilo impede a generalidade dos cidadãos de ter uma noção, ainda que aproximada, do volume de recursos públicos gastos com a saúde.
Ninguém duvida de que a saúde é um bem inestimável mas todos ganharíamos em perceber bem quanto gastamos com ela.
É que nas gigantescas verbas dispendidas pelo estado com o "serviço público de saúde" acoitam-se fabulosos negócios privados, muito desleixo, muitas ineficiências e muitos exageros que podiam ser evitados.
Correia de Campos, que tentou passar do diagnóstico à prevenção, teve o destino conhecido. A nova ministra, que não parece lidar bem com números, diz que o segredo dela é explicar tudo muito bem aos interesses envolvidos, como faz com os seus pacientes infantis.
Talvez devesse começar por explicar muito bem aos cidadãos portugueses quanto gasta, como gasta e com quem gasta os rios de dinheiro que gere.
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