De 2007 para 2008, o número de mortos baixou de 854 para 772.
"Somos os campeões da Europa na redução da sinistralidade", afirmou ontem o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Paulo Marques, após apresentar os números das vítimas dos acidentes de viação de 2008. Morreram nas estradas 772 pessoas, valores que, comparando com as 854 vítimas de 2007, representam uma redução de 9,6%.
Entre 2007 e 2008, o número de feridos graves desceu de 3116 para 2587, tendo reduzido também os feridos ligeiros, de 43202 para 40745.
Referindo-se aos números globais, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, considerou que, "em termos de sinistralidade rodoviária, o ano de 2008 foi excepcional a todos os títulos. Registámos o valor mais baixo de sempre nos números de mortos, feridos graves e ligeiros". Recordou que, nas últimas duas décadas, "chegaram a registar-se números superiores a 2600 mortos anuais".
Finalmente um discurso realista sobre a situação em vez dos habituais exageros que pretendem fazer dos acidentes de viação uma hecatombe ou, como dizem os mais fanáticos, "uma guerra civil".
Está portanto na altura de acabar com os odiosos anuncios "de caixão à cova" na televisão.
sexta-feira, janeiro 09, 2009
"Somos campeões da Europa"
Publicado por
F. Penim Redondo
Hora da publicação: 09:39
Etiquetas: cidadania-civismo, estatística-números, exageros-catastrofismo, Fernando Penim Redondo, transportes-transito
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4 comentários:
Não estou nada de acordo. Não raro estes números não contemplam as mortes por via de acidente, que não ocorrem in situ. Já para não falar nos feridos graves, que muitas vezes produzem dramas tão graves quanto o próprio falecimento.
Enquanto se continuar a achar que é normal andar numa autoestrada, a 120 km/h, distando menos de 10 metros do carro da frente - só para dar um exemplo médio, vê-se bem pior do que isto - não há que abrandar um milímetro nas campanhas de caixão à cova. Porque é mesmo disso que se trata.
Cordialmente
Para "Esse não era eu",
a sua opinião limita-se a reflectir as ideias feitas mais comuns. São preconceitos acerca de todos os automobilistas quando todos sabemos que os comportamentos irresponsáveis são de uma pequeníssima minoria.
Em vez da culpabilização, que tal como você todos atribuem sempre aos outros, e da manipulação dos sentimentos conviria adoptar uma linha mais séria, de esclarecimento e de adopção de soluções técnicas.
As estatísticas mostram que morrem muito mais pessoas em acidentes dentro das suas casas, ou por erro médico nos hospitais, do que nas estradas.
Mas como não dão espectáculo não têm direito a anúncio televisivo "de caixão à cova"..
Para F. Penim Redondo,
Admito que anúncios haja que rocem o mau-gosto. Não nego que morram pessoas em acidentes hospitalares (negligências? mau ambiente hospitalar?) e domésticos (violência? mau uso de aquecimento?) em quantidades que a minha ignorância não atinge e que constituam problemas de menor interesse mediático (neste particular deixo-lhe, de novo, as minhas reservas).
Todavia, a opinião que expressei "não reflecte as ideias mais comuns", resulta da observação directa de um automobilista que, longe de ser profícuo, já teve a sua quota diária ou semanal de quilómetros para identificar comportamentos-padrão nos automobilistas em Portugal. Um deles é a aproximação exagerada ao veículo da frente - que, que eu saiba, raras vezes é apontada como causa de acidente - e que constitui, na minha opinião, um comportamento perigosíssimo por:
a)não se ter em conta a margem necessária para travar, que, como sabe, a 120 km/h (a título de exemplo, volto a frisar) é enorme;
b)a uma velocidade destas, 10 metros são cumpridos pelo tempo médio de reacção de um condutor, o que pode bem redundar num embate fortíssimo na viatura da frente, se pensarmos que ninguém vem atrás com o mesmo padrão de comportamento, e assim sucessivamente.
Sem sombra de presunção, tentarei refutar a impressão de seguidista que aparentemente lhe terei deixado.
Não podia concordar mais consigo quando sugere esclarecimentos e soluções técnicas. Há muito que acho o sistema de exames e ensino completamente desajustado da realidade, por exemplo. Na Finlândia, por exemplo, "tirar a carta" demora três anos. E envolve saber controlar piões, controlar o carro em condições extremas, etc (http://videos.streetfire.net/video/Top-Gear-Mika-Hakkinen_199772.htm - creio que este excerto de um programa da BBC vem a propósito). Noções de condução defensiva estão completamente ausentes, enquanto bater com uma roda no passeio a estacionar continua a ser razão para reprovar (ou pelo menos era, há 10 anos atrás, quando atravessei o processo). Tive muita sorte de ter tido instrutores que me incentivavam a acelerar (bem entendido) e não a emular um obstáculo, guiando a 40km/h onde toda a gente anda a 70/80. quando se sabe que ninguém circula assim. Mas o carro era a gasolina, os instrutores eram responsáveis e a escola obrigava-me a cumprir as 30 lições de código exigidas por lei (e não a ter 3 ou 4 e a assinar o resto, como aconteceu com 99% dos meus amigos). Mas, infelizmente, nem toda a gente tem possibilidade de tirar a carta no ACP.
É de assinalar que a sinistralidade rodoviária em Portugal melhorou imenso (sublinho-o). Mas temo que tal se deva à melhoria da segurança passiva dos automóveis actuais. Que circulam muito mais depressa em muito menor espaço de tempo e com muito maior "sensação de segurança", o que me preocupa principalmente quando se circula à chuva.
Não quero parecer ressabiado e esta comunicação já vai excessivamente longa. Agradeço a sua réplica, mas não gosto de ser rotulado de verbo de encher quando não tenho por hábito comentar gratuitamente e faço por sustentar a minha opinião em factos.
Cumprimentos
Para "Esse não era eu",
é bom verificar que estamos de acordo quanto à perigosidade de circular perto do carro da frente e quanto à necessidade de melhorar muito o ensino da condução.
Eu conduzo há 45 anos, já fiz seguramente mais de um milhão de kilometros em vários continentes, e nunca tive acidentes nem fui multado por excesso de velocidade ou manobra perigos.
Penso por isso que já tenho experiência suficiente para basear os meus julgamentos.
O que eu observo todos os dias é que a generalidade das pessoas conduz com prudência. Por isso é errado, e não é eficaz, prevenir os acidentes com base no preconceito de que os condutores são irresponsáveis.
Só por isto eu me movo.
Se ainda não conhece sugiro-lhe o meu blog http://radares50-80.blogspot.com/
Cumprimentos e obrigado pela sua intervenção.
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