Mais um ano, penosamente, se inicia. Desta vez está toda a gente à procura de uma nova Dona Branca. O sistema não pode passar sem elas.
Nós por cá tivemos uma, senhora de idade, que alimentou a mitologia nacional durante alguns anos. Nos States têm agora o Madoff . Ele parece um Robin dos Bosques que depois de roubar aos ricos se tivesse esquecido de dar aos pobres.
Mas estes casos são folclore para enganar os ingénuos, as pontas visíveis do iceberg. Não são aberrações. Não constituem um "capitalismo de casino", como alguns dizem, insinuando que o capitalismo podia ser de outra maneira.
A "nudez crua da verdade" é demasiado deprimente pelo que vamos preferindo todos, mesmo os que dizem o contrário, o "manto diáfano da fantasia".
O sistema não pode dispensar os funcionamentos piramidais. A "Bolsa de Valores", a instituição mais sistémica do sistema, funciona precisamente desse modo. Enquanto há novos compradores de acções a chegar ao mercado ela vai inchando e atraindo novos compradores que a fazem inchar ainda mais. Um dia alguém grita, sabe-se lá porquê, "o rei vai nu" e vem tudo por aí abaixo. Logo depois inicia-se um novo ciclo.
Não tenhamos portanto ilusões mas sim fé. Para voltarmos em 2009 à placidez em que vivíamos antes da crise actual, cujo harmonioso equilíbrio foi posto em causa por um irresponsável não identificado, só nos resta encontrar uma nova Dona Branca. E deixá-la engordar, sem complexos, para que gere empregos, rendimentos e consumos.
É esse o nome da felicidade geral. Até um dia...
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