domingo, abril 10, 2011

A hora do marketing acabou

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No rescaldo do Congresso do Partido Socialista não posso deixar de manifestar a minha perplexidade.

Um político que na última campanha mentiu com quantos dentes tem na boca, e assim ganhou as eleições, apresenta-se vaporoso e candidato às próximas, como se nada tivesse acontecido.
Um político que acusa todos os outros partidos de só pensarem no seu interesse partidário encenou um congresso onde em vez dos problemas do país foi repetida, até à insanidade, a ideia de que todos os nossos males resultam da rejeição do PEC4 e que toda a responsabilidade pela crise é dos outros partidos.
Um político que sabe ser inevitável uma convergência com os adversários para concretizar a “assistência financeira” que ele próprio pediu, fez um Congresso baseado na hostilização e provocação daqueles com quem vai ter que se entender a curto prazo.
É caso para temer que se trate de mais uma cilada; tal como armadilhou o PEC4 negociando-o sem dar cavaco ao Cavaco (e à AR), pode agora estar a preparar, jogando na radicalização das divergências partidárias, um boicote ao consenso que é imprescindível para a “ajuda a Portugal” pelas instâncias europeias.

De tudo isto concluo que a primeira prioridade do país em Junho, vote como votar, é libertar-se deste golpismo, deste produto inventado pelo marketing político; é que chegou a hora da realidade, em que não é possível disfarçar mais ou fingir de novo.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Das próximas eleições poderá sair uma maioria refrescada que não inclua o Partido Socialista, e Cavaco Silva defende não ser legítimo que o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, assuma um acordo definitivo que venha a comprometer o próximo governo.
Uma afirmação contrariada pelo secretário-geral do PS no congresso em Matosinhos. José Sócrates colocou mesmo a fasquia mais alta ao declarar que a base das negociações será o último Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC 4), rejeitado no Parlamento por todas os partidos da Oposição.
Sócrates prepara-se para nova rasteira e nova chantagem.