quinta-feira, abril 14, 2011

A democracia inconveniente




Comecemos em 2009 embora o problema já venha de trás:

- Sócrates enviou sinais totalmente errados sobre a crise quando aumentou os funcionários públicos e anunciou várias obras faraónicas durante a campanha eleitoral das últimas legislativas. Porquê? Porque queria ganhar as eleições.

- Cavaco não devia ter dado posse a um governo que todos os partidos, excepto o PS, detestavam.  O PS tinha ganho com base num logro e um governo minoritário era, sem dúvida, a pior solução neste momento difícil. Não o fez porquê? Porque queria evitar confusões antes de ganhar as eleições presidenciais.

- Passos Coelho não devia ter andado a pactuar com um governo em que não acredita, aprovando os sucessivos PECs com que foram sendo alimentadas as ilusões dos portugueses. Não o fez porquê? Porque sabia que a nova direcção do PSD ainda não estava preparada para ganhar as eleições se o governo fosse derrubado.

- Sócrates não podia, e não devia, ter ido para Bruxelas negociar um novo PEC sem passar cavaco ao Cavaco e provocando toda a oposição com uma chantagem. Fê-lo porquê? Porque percebeu que a ajuda externa era inevitável e que a vitimização era a melhor forma de tentar ganhar as próximas eleições.

A democracia, praticada desta forma, parece estar a tornar-se um impecilho à boa governação do país.
As consequências não são difíceis de imaginar.

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