quarta-feira, abril 06, 2011

Eppur si muove

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O salário mínimo mais baixo da China vai aumentar 24,9 por cento em abril, para 750 yuan (80 euros) por mês, anunciou hoje um responsável pelo Gabinete de Recursos Humanos da Região Autónoma de Ningxia (noroeste).
Trata-se do último de uma série de aumentos salariais incentivados pelo Governo central chinês para responder às crescentes preocupações da população acerca do aumento da inflação, que em fevereiro passado foi de 4,9 por cento.
O aumento dos preços foi especialmente acentuado nos produtos alimentares: mais 11 por cento.
“Grave escassez de mão-de-obra, greves esporádicas e subida do custo de vida suscitaram uma vaga de aumentos salariais em todo o país”, assinalou a agência noticiosa oficial chinesa.
Além de Ningxia, região de maioria muçulmana, com 6,5 milhões de habitantes, outras províncias e grandes cidades como Pequim e Xangai anunciaram este mês aumentos salariais, acima dos 15 por cento.
O salário mínimo, cujo valor varia de região para região, foi introduzido na China em meados na década de 1990, quando o país se converteu à “economia de mercado socialista”.

O mais elevado – 1.320 yuan (cerca de 140 euros) – é o que entrará em vigor na próxima sexta-feira em Shenzhen, uma Zona Económica Especial adjacente a Hong Kong.
Pequim e Xangai, as maiores cidades chinesas, com estatuto de província, também aumentaram o salário mínimo, para 1.160 yuan (125 euros) e 1.280 yuan (138 euros), respetivamente.
Em Cantão, capital da província de Guangdong, que confina com Macau e Hong Kong, o salário mínimo subiu 18,2 por cento, para 1.300 yuan (140 euros).
Pelas estatísticas oficiais, o rendimento anual per capita nas zonas urbanas aumentou 81 por cento nos últimos cinco anos, atingindo 19.109 yuan (2.100 euros) em 2010.
Nas áreas rurais, onde a maioria dos cerca de 1.340 milhões de chineses ainda vive, o rendimento aumentou 82,1 por cento, para 5.919 yuan (652 euros).

O número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, com menos de 1,274 yuan por ano (140 euros), baixou 25,3 por cento em 2010, para 26,8 milhões, mas pelos padrões da ONU (um dólar por dia), seriam cerca de 150 milhões.
Diário Digital /Lusa


1 comentário:

J Eduardo Brissos disse...

"Grave escassez de mão de obra" ?
Tem que se lá mandar o Pinho outra vez, lembrar-lhes que por aqui desempregados é o que há mais.