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Os ministros Silva Pereira e Teixeira dos Santos pertencem ao mesmo Governo que transformou Portugal num pedinte de mão estendida à solidariedade europeia. Mas enquanto o primeiro se amofina porque a oposição — e, decerto, a maioria dos portugueses — quer conhecer toda a verdade sobre as contas públicas, o segundo diz à Reuters quase tudo o que há para saber: em junho já não haverá dinheiro para satisfazer os compromissos do Estado.
Nesta frase simples e lapidar, Teixeira dos Santos fez todo o balanço que interessa dos governos de José Sócrates — muito diferente do que foi projetado no Congresso de Matosinhos — e, em especial, o do seu próprio trabalho como ministro das Finanças: o pior de sempre, visto que nenhum outro deixou o país numa situação tão miserável.
Ao anunciar a falência, Teixeira dos Santos ajudou os especuladores a ganharem mais uns milhões com os juros da nossa dívida soberana; mas, sobretudo, tornou claro que o Governo iludiu a situação real do país nos últimos meses e que a oposição falhou no seu papel fiscalizador. Não é por fazer 30 perguntas agora, quando sabemos que elas serão respondidas pelos técnicos estrangeiros instalados no Ministério das Finanças, que as oposições e, em particular, o PSD, se redimem do seu rotundo fracasso.
A confissão de Teixeira dos Santos veio confirmar que quando José Sócrates rejubilava com os primeiros dados da execução orçamental de 2011, a bancarrota já estava iminente. E não seria o PEC 4 a impedi-la, dado que as principais medidas que ele consagrava só produziriam efeitos em 2012 e 2013. Ao retardar o pedido de ajuda e ao proclamar, ainda hoje, que Portugal não precisaria dela se não tivesse sido precipitada uma crise política, Sócrates apenas tenta justificar o injustificável.
No ponto em que nos encontramos, o que se exige de todos — do Governo, das oposições e de um Presidente desaparecido em parte incerta — é que tenham a lucidez e a humildade de trabalhar em conjunto, fazendo cada um o que lhe compete. E que nos poupem, todos eles, às pequenas manobras de desresponsabilização, que nos ridicularizam ainda mais no exterior e que ofendem a inteligência dos portugueses.
Fernando Madrinha, Expresso 17.04.2011
Concordo. Palavra por palavra.
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Nesta frase simples e lapidar, Teixeira dos Santos fez todo o balanço que interessa dos governos de José Sócrates — muito diferente do que foi projetado no Congresso de Matosinhos — e, em especial, o do seu próprio trabalho como ministro das Finanças: o pior de sempre, visto que nenhum outro deixou o país numa situação tão miserável.
Ao anunciar a falência, Teixeira dos Santos ajudou os especuladores a ganharem mais uns milhões com os juros da nossa dívida soberana; mas, sobretudo, tornou claro que o Governo iludiu a situação real do país nos últimos meses e que a oposição falhou no seu papel fiscalizador. Não é por fazer 30 perguntas agora, quando sabemos que elas serão respondidas pelos técnicos estrangeiros instalados no Ministério das Finanças, que as oposições e, em particular, o PSD, se redimem do seu rotundo fracasso.
A confissão de Teixeira dos Santos veio confirmar que quando José Sócrates rejubilava com os primeiros dados da execução orçamental de 2011, a bancarrota já estava iminente. E não seria o PEC 4 a impedi-la, dado que as principais medidas que ele consagrava só produziriam efeitos em 2012 e 2013. Ao retardar o pedido de ajuda e ao proclamar, ainda hoje, que Portugal não precisaria dela se não tivesse sido precipitada uma crise política, Sócrates apenas tenta justificar o injustificável.
No ponto em que nos encontramos, o que se exige de todos — do Governo, das oposições e de um Presidente desaparecido em parte incerta — é que tenham a lucidez e a humildade de trabalhar em conjunto, fazendo cada um o que lhe compete. E que nos poupem, todos eles, às pequenas manobras de desresponsabilização, que nos ridicularizam ainda mais no exterior e que ofendem a inteligência dos portugueses.
Fernando Madrinha, Expresso 17.04.2011
Concordo. Palavra por palavra.
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