quarta-feira, janeiro 05, 2011

A história ensina mas nem todos querem aprender

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O candidato presidencial Manuel Alegre desafiou esta terça-feira Cavaco Silva a revelar pormenores sobre a venda das suas acções do BPN, designadamente se as vendeu ao presidente do banco e porque razão elas se valorizaram em 40% em pouco tempo.
Público 04.01.2011

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No dia 14 de Abril 1976, o jornal "O Diário" acusou Sá Carneiro de dever mais de 30.000 contos à banca nacionalizada.
O "escândalo" andou pelos jornais, pelos comícios, pelas paredes e pelos tribunais durante vários anos.



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Apesar do "escândalo",  Sá Carneiro e a sua AD venceram duas eleições, com larga maioria, em 1979 e 1980.

A história ensina mas nem todos querem aprender.

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19 comentários:

aferreira disse...

-Pois é. -Só que desta vez o caso é muito mais sério - tratasse de uma aldrabice onde e Zé pagode já entrou com + de 5 mil milhões de aeuros.
- E depois existe também aquela que diz que: "A razão mesmo vencida não deixa de ser razão"

F. Penim Redondo disse...

aferreira,
o que eu quero dizer é que estas espertezas lançadas em vésperas de eleições não costumam dar grande resultado.

aferreira disse...

-AH para o senhor estas coisas são "espertezas" talvez saloias não?
-Talvez depois das eleições se podes-se falar sobre o assunto.

Anónimo disse...

Do que estamos a falar é de um negócio particular, realizado em 2002, por um cidadão que não tinha, à data, exercício efectivo de funções políticas. Um negócio que envolveu a venda de acções de um Banco que estoirou em 2008. Isto é, 6 anos depois. De um banco que até ao estoiro foi acompanhado pela supervisão do Banco de Portugal (bom dia, Sr. Dr. Vítor Constâncio) sem que esta vislumbrasse qualquer sinal de preocupação ou de gestão que pudesse ser criticada. De um Banco no qual o Estado confiava ao ponto de lá ter, em 2008, depósitos significativos (bom dia, Srs. Eng. José Sócrates e Dr. Teixeira dos Santos). De um Banco que foi resgatado na sequência de uma opinião técnica do Banco de Portugal (creio que já cumprimentei o então Governador do BP) e de uma decisão política (creio que já cumprimentei o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças). Solução à qual Cavaco se associou pela assinatura mas, que não promoveu porque tal não lhe competia. Aliás, é curioso notar que Cavaco se apresenta a uma reeleição. E que o exame de carácter teria feito muito mais sentido antes da primeira eleição. Não foi feito? Claro que não foi feito. Na eleição anterior, o BPN ainda não tinha estoirado. Mas, à data, o negócio das acções já se tinha realizado. O que se pretende é, portanto, fazer do negócio de Cavaco causa directa da ruína do BPN e do martírio dos contribuintes que se seguiu e que há-de continuar. Ora, isso é uma completa perversão dos factos. E tem o efeito pernicioso de absolver a gestão do BPN antes e depois do estoiro, o regulador e os políticos que aprovaram a solução e que continuam a insistir em manter o BPN ligado à máquina à custa dos nossos impostos. Convém, aliás, não esquecer que a decisão política poderia ter sido a de liquidação imediata do BPN em 2008. E já não estaríamos a arrancar a barba na discussão sobre o negócio de Cavaco. O negócio das acções deve ser esclarecido. Mas, é também fundamental esclarecer o quanto, o quando e o como do custo do BPN para o contribuinte. E quais as relações da Caixa com o BPN e as consequências que estas podem ter. E as implicações dos veículos que estão a ser criados, com clara sobreavaliação de activos, na credibilidade do país. Para além de tudo isto, o caso BPN, tal como está a ser abordado, tem também a nefasta consequência de fazer esquecer que Cavaco tem atrás dele um mandato cheio de decisões políticas questionáveis pelas quais devia ser avaliado. E ainda o de existirem questões políticas fundamentais no futuro sobre as quais devíamos conhecer a posição de todos os candidatos. Que estão a passar despercebidas devido à espessa cortina de fumo que o caso BPN, na modalidade de caça ao Cavaco, está a provocar. Perante esta situação, não termino sem dizer que não votarei em Cavaco. Mas, também não posso pactuar com um Manuel Alegre descabelado no que diz respeito ao negócio das acções do BPN. Porque não o vi com o mesmo frenesim relativamente a outras questões de carácter que lhe estão muito próximas.
Rui Rocha no blog "Delito de Opinião"

Anónimo disse...

-Estamos a falar de um grupo económico constituído no tempo laranja com gente laranja. -Onde a promiscuidade da politica com os negócios lesou O Estado/ contribuintes em Milhares de Milhões de Aeuros -Há que não esquecer que além da fraude do BPN a S.L.N e os seus negócios muitíssimo pouco claros com o Estado -(lembro apenas a questão um (pouco/)muito esquecida do Sistema de Comunicação que a esta empresa ou grupo de empresas foi adjudicada etc $$ tal ...

Anónimo disse...

donosdeportugal 05 Janeiro 2011 - 15:57
"O negócio SLN-Cavaco descodificado...
Ora se as Acções não estavam cotadas em mercado bolsista líquido então torna-se imperativo uma investigação a esta transacção pois:
1 - No mesmo período de tempo o PSI20 gerou uma rendibilidade negativa
2 - A grande maioria das Acções de Bancos perderam valor neste período
3 - Importa saber como foi calculado o preço de transacção para Cavaco Silva e a sua filha. Com que pressupostos foram avaliadas as acções?
4 - Mais importante: Quem as comprou? Uma co ...
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Ora se as Acções não estavam cotadas em mercado bolsista líquido então torna-se imperativo uma investigação a esta transacção pois:
1 - No mesmo período de tempo o PSI20 gerou uma rendibilidade negativa
2 - A grande maioria das Acções de Bancos perderam valor neste período
3 - Importa saber como foi calculado o preço de transacção para Cavaco Silva e a sua filha. Com que pressupostos foram avaliadas as acções?
4 - Mais importante: Quem as comprou? Uma contraparte/market-maker fidedigna ou a Administração da SLN/BPN?
5 - Caso tenha sido a Administração da SLN este negócio roça o escandaloso e há fortes indícios de fraude e indícios de corrupção.
6 - A Administração da SLN/BPN tinha Administradores amigos de Cavaco Silva? Ex-ministros de Cavaco Silva: Oliveira e Costa; Dias Loureiro... Pois!!!! Que coincidência. Portugal é o País das coincidências!!!

Resumindo, Cavaco e a filha vendem acções ilíquidas da SLN compradas pela própria instituição a mando dos seus amigos Dias Loureiro e Oliveira e Costa a um preço completamente suspeito pois no mesmo período em Bolsa a maioria das empresas perderam valor quanto mais ganharem 140%..."

J Eduardo Brissos disse...

A direita sempre se esteve a borrifar para a ética e moralidade dos políticos que defendem os seus interesses.

Que interessa que seja ladrão? Desde que seja o ladrão deles.

Francisco Almeida disse...

Realmente nunca se ganha eleições tentando destruir o carácter dos adversários.
É preciso haver uma argumentação política convincente senão toda a gente percebe que se trata de mera impotência de quem acusa.

Vitor M. Trigo disse...

Posso concluir que:

1. a estória do Sá Carneiro tb foi uma esperteza?
2. que o Cavaco nada tem a ver com O. Costa, D. Loureira, e o resto dos meliantes da SLN/BPN/outros?

Se não, então expliquem lá todos o que querem dizer. Ou estão só a falar?

Manuel Vilarinho Pires disse...

Tens mais, Fernando.
Mais golpes baixos de campanha eleitoral que resultaram numa clara vitória da vítima, e numa derrota estrondosa do golpista.
A amante do Sá Carneiro, que a esquerda não se cansou de considerar escandalosa, na campanha eleitoral de 1980 porque, vê lá tu, até o acompanhava em cerimónias oficiais, o que demonstrava que ele era imoral e não tinha sentido de Estado.
A bandeira pisada pelo Mário Soares em Londres em 73 na sua primeira campanha presidencial, a demonstração de que ele era um traidor à pátria, porque a bandeira pisada simbolozava a pátria e não o regime.
A orientação sexual do Sócrates na sua primeira candidatura a PM em que o eleitorado lhe deu maioria absoluta (porque demonstrava que ele era maricas e não tinha pau para governar?).
A ficha do Cavaco na PIDE onde, com elevado rigor analítico, uns vêem uma prova de bufaria, e outros de conservadorismo serôdio.
Os golpistas, à medida que se vão acumulando os indícios de que os golpes nunca resultam, vão demonstrando a sua estupidez ao repeti-los até ao vómito.
É que não me lembro de nenhum que tenha resultado. Alguém se lembra?
Eu lembro-me bem de uma campanha que conseguiu um resultado notável sem nenhum golpe baixo: a campanha anterior do Manuel Alegre, sem o apoio do PS e do BE...

Francisco Almeida disse...

Até já me ocorreu que estes tipos nacionalizaram o BPN e enterraram lá o nosso dinheiro para poderem agora vire insinuar que foi o Cavaco, com as suas 100 acções, que criou este problema todo.

F. Penim Redondo disse...

Manuel, estou farto desta maneira de fazer política.
Já não tenho pachorra para incompetentes.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Fernando, estás de acordo comigo???
Qualquer dia apanho-te a fumar!!!

Não sei se te apercebeste do modo como isto funciona.
Todos os indefectíveis contra o Cavaco não estão a discutir a ética nem a inteligência do golpe baixo, mas a sustentar que este assunto é crucial para a decisão do voto.
Todos os indefectíveis pelo Cavaco acham que o assunto é irrelevante e nem merece discussão.
E depois há os milhões de eleitores que não são indefectíveis e que decidem as eleições. Que vão ponderar a gravidade dos factos que sustentam o golpe baixo e decidir se os castigam eleitoralmente ou não, e a gravidade do golpe-baixo, e se o castigam eleitoralmente ou não.
Tradicionalmente, castigam o golpe-baixo. Mas há sempre indefectíveis que persistem em seguir a direito sem ver que a estrada tem uma curva...

F. Penim Redondo disse...

Manuel,
é por essas e por outras que eu tento evitar ser indefectível seja do que for. Para não cegar.

Ramos disse...

Para Francisco Almeida,

estes tipos insinuam que os milhares de milhões que já enterraram no BPN resultam dos 140.000 euros ganhos por Cavaco na venda de um lote de acções.
É preciso descaramento

Vitor M. Trigo disse...

Ramos,
eu tb não acho que seja isso (o impacte nas contas do BPN/SLN) que esteja em causa.
Mas recordo-me duma situação, há uns anos atrás, quando um filho do Sousa Cintra que comprou acções, na bolsa acentuo, ganhando muito dinheiro. Penso que o montante não será relevante para a nossa discussão.
Alguém pensou que teria beneficiado de inside trading.
As autoridades investigaram, confirmaram, e o dito senhor teve de pagar uma pesada multa para escapar à prisão.
Independentemente do valor, porque não se esclarece completamente o caso SLN/Cavaco.
Se, como próprio diz, "quem não deve não teme", porque está com meias-verdades? Não seria melhor para ele próprio demonstrar que tudo o que o acusam não passam de "espertezas", como diz F Redondo?
Cavaco não é um cidadão qualquer - é candidato ao mais alto cargo da nação. Não deve ter sobre os seus ombros suspeitas deste género.
Por mim, preferia que assim fosse, em vez de andar tanta gente preocupada com habilidades retóricas.

F. Penim Redondo disse...

Vitor,

seja qual for a verdade neste assunto é claro que o tempo e o modo como está a ser tratado constitui uma "esperteza" eleitoral que, quanto a mim, vai sair cara aos seu autores.
Para perceberes melhor a minha posição podes ler o meu post de hoje (dia 7).

Manuel Vilarinho Pires disse...

Uma breve explicação técnica.
Numa empresa cotada em bolsa todos os accionistas ("o mercado") têm que ter a mesma informação disponível para consulta. A utilização de informação privilegiada por um accionista é considerada uma vantagem ilegítima sobre os outros, e mesmo um crime, nos países que protegem os direitos dos investidores, como Portugal formalmente protege (a demora e eficácia da Justiça são outra variável na equação).
Numa empresa privada (no sentido de não ser cotada em bolsa) os negócios entre accionistas são privados, estão sujeitos à lei, nomeadamente relativamente à veracidade da informação que lhes é prestada, mas não têm as exigências de transparência universal das sociedades cotadas.
Não há "inside trading" porque, como regra geral, todo o "trading" é "inside"...

A não ser que o esclarecimento do negócio privado do Cavaco Silva seja obrigatório por lei, e não é, a decisão de esclarecer ou não cabe-lhe, evidentemente, a ele, e não a quem gostaria de o receber.
E ele pode decidi-lo com os algoritmos que entender. Pode valorizar mais a privacidade (não esclarecer), a transparência (esclarecer), o "fair play" eleitoral (não), o calculismo (esclarecer ou não em função da influência esperada da decisão no resultado das eleições), até pode decidir por moeda ao ar.
E cabe a cada eleitor decidir se a decisão do candidato esclarecer ou não tem influência, e em que sentido, na sua decisão de voto.
Em Portugal, os eleitores penalizaram SEMPRE os chicos-espertos que usaram golpes baixos em campanhas eleitorais, mesmo sem as vítimas terem dado os esclarecimentos que eles gostariam de lhes poder exigir.
E diga-se em abono da verdade que os que exigem explicações são sempre aqueles para quem as explicações seriam irrelevantes, ou seja, os que já têm o seu sentido de voto bem definido antes de as ouvir.

Quanto à opinião do Fernando de este(s) caso(s) ser(em) esperteza(s), concordo completamente com ela, independentemente de as acusações ou suspeitas terem ou não terem fundamento. São suscitadas quando são com o objectivo claro de conseguir ter influência no resultado das eleições, e não de repor a ética ou a moralidade na vida pública. E o seu castigo sistemático pelo eleitorado é sinal de que em Portugal a ética é mais apreciada do que alguns gostam de lamentar.

Finalmente, ao ter tirado do caixote do lixo a acusação do negócio do Manuel Alegre com o BPP, a deputada Teresa Caeiro lembrou-nos que a estupidez eleitoral não é monopólio da esquerda em Portugal, também é praticada pela direita.

Vitor M. Trigo disse...

Já li o novo post, e gostei muito mais, Fernando.
Até pedi autorização para assinar por baixo.
Entretanto, já deves ter visto o meu mail de 29 de Setembro de 2009, no qual faço muitas perguntas a Cavaco sobre o caso SLN/BPN.
O meu interesse pelo assunto não tem a ver como a presente altura de eleições. é muito antigo.
Continua, contudo, a não me agradar nada vir a ter um PR com este tipo de suspeitas nos ombros. Acho que CS deveria esclarecer o que se passou.
Mas, será que pode?