sexta-feira, janeiro 07, 2011

Com lugar para todos





Os administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) Norberto Sequeira da Rosa e Pedro Oliveira Cardoso integram a partir de hoje o conselho de administração do BPN, um dia depois de terem sido designados para o cargo.

Na sequência do processo de nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), anunciada domingo pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, devido a perdas acumuladas no valor de 700 milhões de euros, os dois actuais administradores da CGD começam a partir de hoje a acompanhar o funcionamento da gestão da instituição financeira.
TSF 03.11.2008

Lisboa, 07 jan (Lusa) -- O primeiro-ministro fez hoje uma separação clara entre as gestões do Banco Português de Negócios (BPN), dizendo que a privada (de Oliveira e Costa) é considerada "criminosa", e que a atual (pública) é "competente" e "honesta".
José Sócrates falava aos jornalistas na Assembleia da República, no final do debate quinzenal, depois de interrogado sobre a situação do BPN.
Para o primeiro-ministro, a atual gestão do BPN, entregue pela Assembleia da República à Caixa Geral de Depósitos, "tem sido competente e capaz, lidando com um situação muito difícil, porque o banco tinha resultados líquidos negativos na ordem dos dois mil milhões de euros".

Entre estas duas notícias passaram dois anos e mil e trezentos milhões de euros de prejuizo. Embora Sócrates ponha as mãos no fogo pela actual gestão do BPN fica por esclarecer por que razão os prejuizos de 700 milhões, em 2008, passaram a ser prejuizos de 2.000 milhões, em 2011. O futuro dirá se 2.000 é, também ele, o número verdadeiro daqui por dois anos

Uma coisa é certa, 2.000 milhões é muito dinheiro. Não é possível dissimular uma fraude desta dimensão. Se alguém se apropriou desse montante tornou-se imensamente rico.

O que mais me espanta é ninguém perguntar aos responsáveis actuais do BPN o que é que concluiram depois de dois anos de acesso a informação previlegiada do banco.
Que golpes foram dados e por quem? Que montantes foram indevidamente apropriados e por quem?

Estas perguntas são bem mais simples e adequadas do que as perguntas que estão a ser feitas a Cavaco Silva. Se Cavaco for culpado até tem, como qualquer criminoso, o direito de ficar calado para não se incriminar a si próprio.
Mas se ele tem o direito a ficar calado a Administração do BPN tem a obrigação de nos dizer se encontrou na papelada algum indício de responsabilidades, ou ilegalidades, do candidato Cavaco na derrocada do BPN.

Esclareçam-nos lá para acabarmos com a palhaçada em que se converteu a campanha para as presidenciais. Ou estão mais interessados nas potencialidades da confusão?

1 comentário:

Vitor M. Trigo disse...

Assinaria por baixo. Posso?