segunda-feira, agosto 31, 2009

A carreira indecente do "Compromisso de Verdade"

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"Suspenderemos, porém, o actual modelo de avaliação dos professores, substituindo-o por outro que, tendo em conta os estudos já efectuados por organizações internacionais, garanta que os avaliadores sejam reconhecidos pelas suas capacidades científicas e pedagógicas, com classificações diferenciadas tendo por critério o mérito, e dispensando burocracias e formalismos inúteis no processo de avaliação. Reveremos o Estatuto da Carreira Docente, nomeadamente no respeitante ao regime de progressão na carreira, corrigindo as injustiças do modelo vigente e abolindo a divisão, nos termos actuais, na carreira docente."
"Compromisso de Verdade", programa do PSD para as legislativas 2009

Para além do oportunismo repugnante este ponto do Programa Eleitoral do PSD é um tratado para se perceber como, eleição após eleição, as corporações têm esmifrado à oposição as mordomias que levaram o Estado português ao estado actual, à beira da falência.
Estou a lembrar-me, a este propósito, do "Novo Sistema Retributivo da Função Pública" adoptado durante os mandatos de Cavaco Silva.
O processo é muito simples, o PSD enquanto oposição promete tudo o que o PS recusou como governo, e o PS na oposição concede tudo o que o PSD negou estando no poder. Alternadamente.
A verdade deste "Compromisso de Verdade" é que o PSD se propõe comprar votos com o dinheiro dos próprios eleitores, com o nosso dinheiro.
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E a campanha aquece

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domingo, agosto 30, 2009

Pão sem sal e educação sexual

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Todos sabemos da proverbial aversão dos portugueses pela matemática mas nem sempre divisamos todas as suas nefastas consequências.
Com a democratização do ensino e o advento das universidades privadas houve milhares de jovens que, para fugir à matemática, abraçaram cursos como Antropologia, Sociologia, Psicologia e outras humanidades que tais.
Chegados ao mercado de trabalho verificaram que o mundo empresarial não era permeável aos seus saberes. Uma boa parte deles, em desespero de causa, recorreram a um qualquer padrinho, biológico ou afectivo, com poder de decisão no aparelho de Estado (Ministro, Secretário de Estado, Director Geral, porteiro, contínuo, etc) para arranjar colocação. O que é perfeitamente compreensível.

À medida que estes formandos iam formando um grande grupo profissional a sua influência foi crescendo na acção do Estado; inversamente o cidadão foi sendo remetido ao papel de irresponsável ou pervertido, ou ambos. Todo esse novo corpo de especialistas precisava que houvesse destinatários merecedores da sua acção educativa, correctora, orientadora, suportante e apoiante. Os cidadãos descobriram de súbito uma panóplia de deficiências, taras e carências com que sempre tinham vivido sem sequer suspeitar.

Choveram as instruções sobre o tabaco, o sal, a forma de lavar as mãos, o álcool, as uniões de facto, as “tolerâncias zero” e o “vamos pôr fim a este drama nas estradas”. Chegámos ao ponto, numa das últimas “vagas de frio”, de ter sido feita uma recomendação formal, pela televisão, explicando ao povo, não fosse ele esquecer-se, que quando faz frio se deve vestir mais roupa.
Multiplicaram-se os gabinetes, observatórios e comissões que tentam impedir-nos de cometer as maiores barbaridades contra nós mesmos ao mesmo tempo que proporcionam empregos razoavelmente pagos e seguros a quem tem a fortuna de conhecer as pessoas certas.

Em suma, a inépcia matemática foi determinante para a transformação do papel do Estado. Hoje o Estado, como qualquer pai, cumpre o velho aforismo “quem dá o pão dá a educação” (pão sem sal e educação sexual)..


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sábado, agosto 29, 2009

Casados à força

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Hoje, no Expresso, Miguel Sousa Tavares escreve uma crónica "Para aqueles que ainda não compreenderam que ser de esquerda não é apoiar entusiasticamente qualquer disparate ‘fracturante’...".
Diz ele por exemplo:
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"Não deixa, aliás, de ser incrivelmente irónico que a mesma maioria que fez uma lei para divorciar as pessoas à força, sem cuidar dos direitos de quem legitimamente o não queria, agora tenha avançado com uma lei que queria casar as pessoas à força, sem ao menos lhes perguntar se estavam interessadas. Bastaria que duas pessoas se juntassem durante dois anos e logo o nosso pressuroso Estado se apressaria a entrar-lhes porta de casa adentro: “Ah, malandros, apanhei-vos!"
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"Não é preciso, bem à maneira portuguesa, dar a tudo um enquadramento jurídico, uma espécie de Lei Orgânica, sem a qual parece não haver departamento da nossa vida que possa existir.Os portugueses são livres de se casarem as vezes que quiserem, de se divorciarem as vezes que quiserem e de não se casarem as vezes que quiserem."
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"A imensa maioria dos casais que vivem em união de facto vivem assim exactamente por quererem uma relação onde à partida ambos sabem que não têm a esperar nenhuma obrigação ou direito decorrentes da lei. É assim que escolheram viver e é um abuso que o Estado venha depois dar-lhes direitos que não reclamaram e que ostensivamente recusaram."
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sexta-feira, agosto 28, 2009

Aprovada lei das "uniões sexuais fortuitas"

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A maioria do Partido Socialista aprovou ontem, com os votos do PCP e do Bloco de Esquerda, a lei que regula a situação jurídica das pessoas em "união sexual fortuita, independentemente do sexo". Foi um debate agitado na Assembleia; esquerda e direita acabaram divididas; PSD e CDS votaram contra. Os social-democratas acusaram os socialistas de querer "regulamentar a liberdade de convivência sexual, inscrita na Constituição". Já os socialistas censuram o "conservadorismo desta direita atávica", cega a "realidades sociais em emergência como a união sexual fortuita".O facto mais surpreendente foi todavia a abstenção de cinco deputados do PS, liderados por Vitalino José Seguro, que apresentaram uma declaração de voto contra "a descaracterização e bloquização do código genético do PS". Nas galerias na Assembleia, alguns casais em "união sexual fortuita" pelo menos desde a véspera também assistiram ao debate. Saíram satisfeitos. "Já não somos párias sociais. Temos mais regras e deveres, mas mais liberdade."
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Uma Lista de Verdade

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quarta-feira, agosto 26, 2009

E encerrar o país ?

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A decisão de avançar com uma vistoria de emergência decorre na sequência da derrocada na praia Maria Luísa, que matou cinco pessoas e feriu outras três, e pretende "detectar eventuais situações de perigo". De acordo com Paulo Cruz, numa primeira fase trata-se de fazer uma "avaliação essencialmente visual". "Pela análise visual é possível detectar se há blocos instáveis, fendas recentes não conhecidas", disse, garantindo que após a avaliação das condições de risco "serão tomadas as medidas adequadas para salvaguardar a integridade dos banhistas". A solução pode passar pela colocação de barreiras físicas, pela remoção ou desmonte de rochas instáveis ou mesmo pela interdição parcial ou total de algumas praias, caso o risco seja elevado.
Jornal de Notícias 26.08.2009

Como é habitual, perante o desastre, uma miríade de organismos públicos saem do seu torpor e começam a funcionar como baratas tontas. Acabam quase sempre por encontrar soluções absurdas, pretensamente eficazes, para banir definitivamente todo e qualquer risco que os cidadãos possam correr mesmo que se comportem como verdadeiros irresponsáveis.

É altamente duvidoso que se possa, num país com uma costa enorme, detectar onde e quando a próxima rocha vai tombar. Por isso os burocratas, para não correrem eles próprios o risco de ser responsabilizados, vão dedicar os próximos anos a vedar praias e a rebentar preventivamente com a paisagem. À incapacidade da ciência responderá a arbitrariedade do desenrasca.

Mas então, pela mesma ordem de ideias, perante a derrocada cada vez mais provável do regime, teríamos era que encerrar o país.

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terça-feira, agosto 25, 2009

China já é o maior exportador mundial

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A China já é a maior exportadora mundial, ultrapassando a Alemanha no conjunto dos primeiros seis meses deste ano, de acordo com dados da Organização Mundial do Comércio, em Genebra.Nos primeiros seis meses deste ano, a China exportou produtos no valor de 3,643 mil milhões de euros, contra 3,642 mil milhões de euros da Alemanha.
Os EUA completam o pódio dos países mais exportadores.
Em Agosto, a China exportou 778 milhões, contra 773 milhões da Alemanha. Depois de ter ultrapassado os norte-americanos no princípio do ano, subindo ao segundo lugar no ranking dos países exportadores, a China ultrapassa agora os alemães pela primeira vez.
A Organização Mundial do Comércio considera que o comércio mundial parou de cair e já dá sinais de recuperação, sendo a maior dúvida qual o cenário da retoma (uma subida pronunciada ou uma fase de crescimento lento) da economia mundial.
A crise, aliás, é apontada como a principal razão para a supremacia chinesa.
Nos últimos anos, a economia alemã tem assente o seu crescimento nas exportações, que diminuiu por causa da crise mundial.
Apesar da retoma nas exportações, mais visível a partir do segundo trimestre deste ano, a OMC mantém a previsão que aponta para uma redução de 10% no fluxo do comércio mundial este ano.

OJE 25.08.2009

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Assim o Dote quase não Come

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Durante anos temos lamentado que muitos restaurantes portugueses, apesar da excelência da comida, não se preocupem minimamente em criar um ambiente agradável para quem os frequenta. Agora, para mal dos nossos pecados, começa a verificar-se o inverso: casas cheias de design, com projecção mediática, que quando chega a hora de servir a comida nos desiludem completamente.
É o caso do Torricado, na Praça do Campo Pequeno, e da Leitaria Gourmet na Alamenda dos Oceanos.


Fomos levados ao engano por destaques na Revista Visão que tinha o desplante de titular "Comidinha Caseira" para nos atrair à tal Leitaria. Quando lá chegámos verificámos que é um daqueles sítios onde se come apenas para sobreviver, sem pinta de graça e muito menos caseira.

No Torricado, a cuja comida a Visão atribui a nota máxima, fomos brindados com pratos cheios de pretensões que o famoso chefe Suspiro deve ter ensinado, à pressão, a um aprendiz pouco talentoso. Nada é como devia ser (por exemplo as migas) mas a alternativa "criativa" deixa muito a desejar quando comparada com a grande cozinha tradicional portuguesa que tenta recriar (o pão do torricado era difícil de cortar quanto mais de mastigar).

Claro que em ambos os casos há muito design, sofás ao ar livre, modernices que talvez satisfaçam a rapaziada dos escritórios, que cresceu de hamburger em hamburger, e a quem faltam referências gastronómicas para basear uma comparação.

Muita parra e pouca uva. Aqui fica o aviso à navegação.

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sábado, agosto 22, 2009

Alianças

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Recentemente Ferro Rodrigues fez declarações acerca das alianças pós-eleitorais do PS. Dada a importância do tema é de lamentar que Ferro Rodrigues tenha admitido quase todas as hipóteses (só excluiu o CDS) como se a única coisa importante fosse assegurar a manutenção das cadeiras do poder.
Realmente desta vez, nas eleições de Setembro, os programas parecem ter pouca importância. O que verdadeiramente interessa é como, e com quem, cada partido espera ter condições para governar.
Os programas de nada valem se, depois de apurados os resultados, não houver sustentação para os executar ou se, por necessidade, se fizer uma aliança pós-eleitoral que os desvirtue significativamente.
Mas quem vota num partido tem que saber o que vão fazer com o seu voto. Não pode estar sujeito a presenciar, impotente, a alianças oportunistas e arranjos de ocasião.
O caso do PS é o mais problemático devido à posição central que ocupa no espectro partidário. Quem votar no PS tem que saber se eventualmente está a contribuir para um governo do "bloco central" ou para um governo de esquerda influenciado pelo BE ou PCP.
Enquanto a alianças não forem claras antes da votação qualquer aliança pós-eleitoral carece de suporte democrático e pode mesmo constituir um grave embuste político.
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quarta-feira, agosto 19, 2009

No Dia Mundial da Fotografia



Hoje é o “Dia Mundial da Fotografia” e, também por isso, retomo o texto “Uma imagem ou mil palavras?” com que, semanas atrás, confrontei as imagens e os textos.

Como disse então, esquecemos demasiadas vezes que as imagens nos acompanham desde que nascemos e que ninguém nos ensina a ver. Nessa fase não conseguimos comunicar seja com quem for e a nossa principal forma de aprender é vendo.
Orientamo-nos no mundo pelas imagens e pelos sons “naturais”. Como não há textos “naturais” só mais tarde, lentamente, começamos a coleccionar e agrupar palavras.

Pode dizer-se que uma coisa é ver o mundo e outra, bem diferente, é apreciar imagens que outros homens fizeram expressamente para que as víssemos, como é o caso da fotografia. Tentemos então compreender o que há de diferente no olhar de quem observa a fotografia começando por analisar o olhar de quem faz a fotografia.

O visor da câmara é um orifício por onde se espreita o mundo que todos partilhamos mas serve também para, desse mundo, escolher um pedaço (seleccionar uma parte do todo é uma das operações mais basilares na formação do conhecimento).

O que nos move na fotografia é essencialmente a curiosidade. Porque é que o fotógrafo escolheu isto? o que é que ele viu de interessante nisto? o que é que havia para além disto?

Nós até podemos saber para que parte do nosso mundo comum o fotógrafo “olhou” mas não sabemos o que ele realmente viu. A fotografia é uma espécie de certidão em que o fotógrafo diz: “quando olhei para ali o que eu vi foi isto”. E nós comparamos o que ele viu com o que nós próprios vimos ou imaginámos.
O jogo pode terminar aqui ou, se quisermos, complicar-se com a pergunta: e quem nos garante que o fotógrafo vê na fotografia que produziu o mesmo que os seus observadores?

As imagens “naturais” estão em pemanente transformação mas as imagens produzidas pelo homem são imutáveis (excepto no que toca à degradação do suporte material de que estão feitas). Por isso a observação das fotografias é sempre o regresso ao que já passou, uma repetição que nos pode dar prazer mas que não passa de uma repetição.

A explosão da publicidade no espaço público tornou penosa essa repetição, porque involuntária, e transformou de forma irremediável a relação das pessoas com a fotografia. Hoje o nosso olhar está marcado pela estética, pela opulência e pelas dimensões dos painéis publicitários, quase sempre de autor desconhecido.
O pior de tudo é que eles insinuam a coincidência entre imagem e mercadoria tornando a fotografia algo que, desconfiamos, está sempre a tentar vender-nos alguma coisa.

Num outro plano o fotojornalismo, omnipresente na comunicação social, conduziu o gosto do público para a necessidade de encontrar no objecto fotográfico o excepcional, o sensacional ou a catástrofe.

A publicidade e o fotojornalismo balizam portanto a fotografia e delimitam, por exclusão de partes, o que resta para os “artistas”. A fotografia como arte refugia-se em espaços codificados e procura as técnicas e as estéticas que não foram invadidas e que ainda permitem alguma diferenciação.

Como se este confinamento não bastasse sobreveio a enxurrada digital e os seus biliões de fotografias de férias ou de viagem. Mas isso não significa apenas que nas férias as pessoas têm mais disponibilidade para fotografar.

O grande Steve McCurry disse qualquer coisa como: “Quando alguém me pergunta como se pode tornar fotógrafo eu quase nunca menciono câmaras, lentes, ou técnicas. Digo: se quer tornar-se fotógrafo saia de casa, vá tão longe quanto puder. Torne-se um estrangeiro em terra estranha.”

Há realmente um nível, artístico, na nossa relação com as imagens que está por baixo da nossa inserção social, que tem muito de instintivo e intuitivo, e que se exprime melhor quando estamos em locais onde não sabemos identificar os códigos culturais que nos rodeiam.

Apesar dos esforços dos especialistas para nos explicar e contextualizar as grandes fotografias todos nós sabemos que a verdadeira razão das nossas preferências não tem explicação textual. Tal como não precisamos de saber contraponto, ou o significado histórico do barroco, para amar a música de Bach.
Façamos pois da fotografia uma enorme e exótica viagem.
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terça-feira, agosto 18, 2009

Americanos buscam empregos na China para fugir da recessão

Sinais dos tempos...


"Xangai e Pequim estão se tornando terras promissoras para recém-formados americanos que enfrentam o desemprego que se aproxima de dígitos duplos nos Estados Unidos.
Mesmo aqueles com pouco ou nenhum conhecimento de chinês estão atendendo ao chamado. Eles são atraídos pelo crescimento econômico da China, o custo de vida inferior e a chance de evitar a necessidade de adquirir experiência da maneira mais difícil, comum nos primeiros empregos nos Estados Unidos." (ler o resto aqui)
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segunda-feira, agosto 17, 2009

Inimigos públicos

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Os "Inimigos públicos" são aqueles que não se adaptam ao sistema, os que falham na industrialização do crime e insistem no artesanato e na improvisação. Os que se tornam um impecilho para o verdadeiro crime e para as suas tecnologias.

Johnny Depp é um John Dillinger soberbo, ao mesmo tempo frio e sonhador, para quem viver é apenas adiar a morte desafiada. "Public Enemies" é um excelente filme de Michael Mann.
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sábado, agosto 15, 2009

PS mete o avô e a criança no mesmo saco


Público
14.08.2009

O PS lançou ontem o primeiro de quatro números do jornal de campanha eleitoral às legislativas, que pretende de "fácil leitura", para "o avô e a criança", e que será distribuído nas cidades e praias.
Em conferência de imprensa na sede do PS, o director do jornal, Ascenso Simões, secretário de Estado das Florestas, disse que o jornal foi pensado para ser "simples e de fácil leitura", e que "serve para o avô e serve para a criança".
No primeiro número do jornal Avançar Portugal, que teve uma tiragem de 200 mil exemplares, a "manchete" é uma entrevista ao coordenador do programa eleitoral do PS, António Vitorino. Para além de enumerar os objectivos do programa socialista, António Vitorino confessa que leva para férias um livro para aprender como se deve "adaptar à meia-idade". A imagem do primeiro-ministro e secretário-geral socialista, José Sócrates, aparece apenas na secção "descubra as diferenças". "Não é um jornal de risco ao meio, é tão inventivo que conseguimos transmitir a mensagem sem a leitura tradicional", afirmou Ascenso Simões.

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Trata-se do regresso à antiga máxima "a velhice é uma segunda infância" ?

O PS está desactualizado. Hoje, grande parte dos avós é gente activa e interveniente, capaz de ler um jornal para adultos. Um jornal normal.

Eu, orgulhosamente avô, sinto-me ofendido por ser posto intelectualmente ao nível das crianças. Por isso acho que o PS acaba de dar um tiro no pé.

Ou será uma vingança contra o Vital Moreira, o "avô cantigas" das últimas europeias ?


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sexta-feira, agosto 14, 2009

A alucinação

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Em pleno Agosto revela-se subitamente no meu espírito a alucinação que nos persegue nesta frenética pré-campanha eleitoral.

O equívoco é o seguinte: discutimos como se estivessemos perante partidos revolucionários, de um lado, e reaccionários ou mesmo fascistas do outro. Mas quando analisamos com mais cuidado percebemos que todos os partidos dignos desse nome têm propostas vagamente sociais-democratas.

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quinta-feira, agosto 13, 2009

Este impensável mês de Agosto

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Descobri há poucos minutos, no programa "SIC ao Vivo", um nóvel artista que dá pelo nome de Élvio Santiago.
Certamente influenciado pelo choque tecnológico do governo brindou-me, e aos restantes "queridos telespectadores", com uma canção denominada "Vou-te bloquear no meu hi5". Élvio tem também uma interpretação notável do original brasileiro "Vou-te Excluir do Meu Orkut".
O filme que se segue preserva para a eternidade uma actuação transmitida pela RTP do alto da Serra da Estrela a qual, depois disso, fez finalmente jus ao nome que tem.




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terça-feira, agosto 11, 2009

Goldman Sachs revê em alta crescimento económico chinês



O Goldman Sachs reviu em alta as suas previsões para o crescimento económico chinês. O banco de investimento antecipa agora um crescimento de 9,4% devido ao "forte momentum" que o país vive e à forte possibilidade do Governo adiar uma política monetária mais restritiva.

As anteriores previsões do Goldman Sachs indicavam um crescimento de 8,3%. Agora, o banco antecipa uma subida de 9,4% este ano e de 11,9% em 2010.

"A China está próxima de um momento em que deve estar igualmente preocupada em restringir a política monetária demasiado tarde ou demasiado cedo", afirma o economista Michael Buchanan do Goldman Sachs. Os líderes políticos não vão tomar uma decisão demasiado cedo porque "permanecem muito cauteloso".

No segundo trimestre do ano, a economia chinesa cresceu 7,9% face ao mesmo período do ano passado, recuperando, assim, do mais fraco crescimento em quase uma década.

O Governo chinês definiu um crescimento de 8% como o nível mínimo para a economia conseguir criar postos de trabalho e preservar a estabilidade social.

Jornal de Negócios
10.08.2009

domingo, agosto 09, 2009

O complexo Moviflor

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O DN de hoje anuncia a "AMPLOS - Associação de Mães e Pais pela Liberdade da Orientação Sexual", cuja missão é ajudar as famílias a sair do armário (esta coisa do armário, em tais quantidades, vai dar um enorme impulso à industria do mobiliário).
Impressionado por este movimento proponho também a "FALOS - Fundação de Avós pela Liberdade da Orientação Sexual" e ainda a "ABALOS - Associação dos Bisavós pela Absoluta Liberdade da Orientação Sexual".
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O mundo dentro do Google

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Dois triciclos com equipamentos de alta tecnologia percorrem as ruas da Cidade Luz, chamando a atenção de parisienses e turistas. Cada um deles leva um poste com nove câmeras, um GPS, um computador e um gerador e vai tirando fotos. O objetivo é acrescentar imagens tridimensionais de locais só acessíveis a pedestres nos mapas do serviço de vista de ruas (Street View) do Google.

Ver Mais

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sábado, agosto 08, 2009

Uma nova guerra do Solnado

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Há nos dias que correm uma radicalização do discurso político que é bastante artificial, que finge grandes diferenças e grandes opções onde elas não existem. Chega a ser ridículo.

À volta dos fait divers de cada dia montam-se guerras de palavras entre as praças fortes dos partidos na blogosfera. Quer se trate da "Joana bate pestana" ou do "Conselho Nacional de Ética", ou de qualquer outra irrelevância, fazem-se ofensas pessoais, invocam-se princípios sagrados e grita-se como se estivessem em causa os destinos do país.

Penso que quanto mais se grita mais se confirma o vazio e a incapacidade para confrontar verdadeiras propostas. Ou talvez as propostas não fizessem o estardalhaço mediático que se pretende.
Ganhariam todos muito em moderar o tom do discurso e em dedicar atenção aos problemas em vez dos ataques mútuos.

Adenda: só depois de ter escrito este post, com este título, é que eu soube da morte do grande actor. Uma coincidência incrível. Mantenho o título como homenagem a Raúl Solnado.

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sexta-feira, agosto 07, 2009

Biciclete chique

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Da janela, vejo-os passar. Não se percebe de onde vêm, porque não há via para eles, nem direcção onde se vislumbre um espaço onde pudessem caber. Os ciclistas surgem como se alguém os tivesse colocado ali. Um autocarro que os depositasse, como os dos sindicatos que transportam manifestantes para onde eles são necessários, por encomenda. Mas quem traria os ciclistas? Quem ganharia alguma coisa com isso? Com mais vontade os expulsariam da cidade.
Eles vêm, contra tudo e todos. Às centenas, aos milhares, não se sabe de onde. Invadem a Baixa de Lisboa, a zona ribeirinha, do Parque das Nações a Belém. Na sua maioria, não usam bicicletas de cidade, mas de montanha, mais apropriadas para o tipo de terreno que encontram. Costumavam vir até ao Terreiro do Paço, por montes e vales. Ao longo do rio, desde a Expo, pela via portuária dos camiões, enchendo os pulmões de fumo, ou pelo Cais do Sodré, arriscando a vida no meio do trânsito, ou sei lá de onde, ou como. O importante era chegar ali, à grande praça plana e livre de trânsito.
Via-se que caprichavam no equipamento. Apostavam em bicicletas caras, em capacetes levíssimos, de marcas italianas, em calções e sapatilhas especiais, dispositivos de armazenamento de água próprios de ciclistas profissionais. Apesar de tudo, são os principiantes. Quem realmente me impressiona são os que já adoptaram um estilo pessoal. Que escolhem a bicicleta a condizer com o seu tipo físico e de indumentária, que usam não os acessórios mais caros da Sportzone, mas os adequados às suas necessidades, como um cestinho para as compras ou um atrelado para o bebé.
Lisboa ainda não é Amsterdão, mas já há ciclistas que cultivam o estilo. Para quem a bicicleta é um adereço integrado nos gestos quotidianos, um sinal de atitude, de status, de liberdade pessoal. Um símbolo social, tal como o carro é para grande parte das pessoas. A bicicleta também pode ser isso, com grande vantagem. Ao contrário do automóvel, em que, quanto maior é a sua exuberância, mais desaparecemos no seu interior, a bicicleta forma um todo com quem a monta. A sua escala é humana e por isso torna-se parte de nós, como acontece com um chapéu.
Uma bicicleta permite transformar todos os pequenos rituais que lhe estão ligados em gestos de charme, à vista de todos.
O desfile do "biciclete chique" chegava em grande ao Terreiro do Paço e era algo que merecia ser visto. Mas depois perdia a dignidade, porque não saía dali. Com todo aquele desperdício de material técnico-desportivo ou elegante, os ciclistas passavam o domingo às voltas à praça, porque não havia mais para onde ir. Bom, depois fecharam o Terreiro do Paço, para obras.
Os ciclistas não desistiram. São cada vez mais. Aos fins-de-semana, enchem Lisboa, como se nada fosse. Vejo-os da minha janela e não posso deixar de pensar que existe uma outra cidade, para além dos seus próprios limites físicos. Será que só da minha janela se percebe isto? As pessoas querem respirar, querem viver de outra maneira. Já o fazem e a cidade é cada vez mais um obstáculo.
Paulo Moura, Público 07.08.2009
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E se redescobrissem o campo ?
O Alentejo é imenso.
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quinta-feira, agosto 06, 2009

A ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai

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Na China não parece haver polémica sobre as "grandes obras". Preparam-se para construir mais de 30 quilómetros de ponte ligando Hong Kong, Macau e Zhuhai.

A obra deverá iniciar-se no dia em que se comemoram os dez anos da transferência de administração de Macau de Portugal para a China. Podiam convidar o José Sócrates e a Manuela Ferreira Leite para lançar a primeira pedra (um ao outro).

(ver aqui)

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terça-feira, agosto 04, 2009

A salvação da GM na China

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Apresentação em Xangai

SÃO PAULO - A General Motors informou que suas vendas na China saltaram 77,7% em julho ante julho do ano passado, para 144.593 veículos, um recorde para o mês no segundo maior mercado da empresa. "Foi o melhor julho da GM China na história, estendendo uma série ininterrupta de vendas recordes para um mês iniciada em janeiro de 2009", disse a montadora em comunicado.
A China, que superou os EUA em janeiro como maior mercado automotivo do mundo em volume de vendas, tem representado um papel importante na recuperação da GM depois que a montadora saiu da concordata no mês passado. As vendas da GM na China de janeiro a julho aumentaram 42,8%, em comparação anual, para 959.035 veículos. Em junho, a GM vendeu 143.294 veículos na China.
O chefe da montadora na China, Kevin Wale, disse que espera que as vendas da companhia aumentem mais de 20% este ano, após crescimento de 6% no ano passado. A GM vendeu 1,1 milhão de veículos na China em 2008.
A GM fabrica veículos na China com dois parceiros em joint-ventures, a SAIC Motor Corp. e a Wuling Automobile Co. As informações são da Dow Jones.

Estadão.com.br - 03.08.2009
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sábado, agosto 01, 2009

A charada da governabilidade

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A Eurosondagem apresentou recentemente os resultados de um "barómetro" relativo às próximas legislativas, realizado nos dias 23 a 28 de Julho para a SIC/Expresso/Renascença.

Os resultados do barómetro foram:

PS - 33,0 %
PSD - 31,1 %
CDU - 9,4 %
BE - 10,0 %
CDS - 8,5 %
Como estamos na silly season resolvi corrigir as percentagens apuradas de acordo com o erro cometido pela mesma empresa (Eurosondagem) na sua última previsão feita nos dias 1 e 2 de Junho relativamente às europeias (dava então a vitória ao PS com 36% contra 31,9 do PSD).
Se a Eurosondagem estiver a cometer agora um erro idêntico os resultados em 27 de Setembro serão:

PS - 24.3 %
PSD - 30.9 %
CDU - 11.1 %
BE - 10.6 %
CDS - 11.7 %
Brancos, Nulos, Partidos sem representação - 11,4 %
(em Junho foram 12,04%)

Aqui fica esta "charada da governabilidade" para deslindar debaixo do toldo de praia.
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