segunda-feira, novembro 17, 2008

A Guerra Civil da irresponsabilidade

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Excerto de "Guerra nas Estradas: na berma da antropologia" de Manuel João Ramos no livro "Retóricas Sem Fronteiras", Celta 2003, pp 167-180 (ler aqui o texto completo)

As guerras civis são dos mais horrendos fenómenos sociais. Costumam produzir incontáveis mortos e dar lugar aos actos mais brutais de perseguição e tortura de vizinhos, ex-amigos, parentes e concidadãos.

Por isso sempre me revoltou a forma irresponsável como certas pessoas e instituições, na esteira desta "invenção" da ACAM, comparam os acidentes rodoviários a uma guerra civil.

Pelo texto publicado mais acima é possível perceber que a introdução da expressão "guerra civil nas estradas" foi um acto premeditado de manipulção da opinião pública. Para conseguir passar a sua "mensagem" os autores não se coibiram de induzir a ideia de que os condutores, tal como os combatentes nas guerras civis, matam os seus concidadãos de forma consciente e deliberada.

Mesmo que se considere que o combate à sinistralidade rodoviário é uma questão muito importante não é possível admitir tão repugnante deturpação da realidade e tão doentio ódio aos automobilistas.

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