domingo, junho 08, 2008

O iceberg





"Camionistas de todo o país vão paralisar, a partir da meia-noite de hoje, por tempo indeterminado, até conseguirem apoios do Governo para fazer face ao aumento do preço do gasóleo, que, segundo a associação nacional do sector, representa 50 por cento dos custos das transportadoras e já provocou a falência de várias empresas."
As movimentações dos camionistas são a ponta do iceberg que aí vem. O governo, qual Titanic, continua a pensar que o aumento dos combustíveis é um "problema social" que se trata com abonos de família.
Quer se goste quer não, o impacto da paragem dos transportes de mercadorias assusta muito mais o governo do que o desfile de 200.000 manifestantes na Avenida. As manifestações sindicais têm-se repetido ao longo dos anos, já não impressionam. A entrada na dança dos pescadores e dos camionistas tem um significado muito diferente e o governo sabe-o.
Como eu disse AQUI e AQUI , as garantias de mobilidade são uma condição da sobrevivência económica e até das liberdades individuais. Não se resolvem com paliativos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Os maiores consumidores de petróleo pediram ontem aos produtores que aumentem a produção, para travar a subida dos preços, que ameaça o crescimento económico mundial, e comprometeram-se a, pela sua parte, tomarem outro tipo de medidas.
Estados Unidos, China, Japão, Índia e Coreia do Sul, que representam em conjunto mais de metade do consumo de energia a nível mundial, consideram "urgente" o aumento da produção, para acompanhar o aumento da procura.
Mas ministros dos cinco países, ontem reunidos no Japão, assumiram também o compromisso de desenvolver a produção de energias limpas e melhorarem a eficiência energética.
As divergências surgiram quanto à subsidiação de produtos petrolíferos, com Washington a defender cortes abrangentes, enquanto a Índia e a China alertaram que esse tipo de medidas pode causar instabilidade política e económica.
"Os preços actuais estão a níveis anormalmente altos (..) há uma grande falta de investimento e os níveis de produção pouco aumentaram ao longo dos últimos anos", declarou o ministro do Comércio Akira Amari, anfitrião do encontro.
O preço do petróleo atingiu ao 138,54 dólares por barril na sexta-feira, mais um dia de subida em que o preço aumentou em apenas uma sessão 11 dólares.

Anónimo disse...

Em todo o país há hoje centenas de camiões de transporte de mercadorias parados, em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis. Durante o fim de semana já se tinham verificado outros protestos, como o "buzinão" de mais de 500 camionistas no Alto Minho. Os profissionais de transporte exigem compensações face aos sucessivos aumentos de preço dos combustíveis. No estado espanhol também há milhares de camiões parados. Centenas de camiões estão parados em todo o país, em protesto contra o aumento de preços dos combustíveis e a falta de apoios governamentais para o sector. Os camiões encontram-se parados junto às suas empresas ou perto de mercados de abastecimento. No Algarve, os camionistas em protesto tentam evitar a entrada de caniões no Algarve. Nesta região, as viaturas de reboque também estão paralisadas (por 24 horas), com uma adesão de cem por cento.

A decisão da paralisação foi tomada no sábado passado, na Batalha, numa reunião que mobilizou mais de mil profissionais, que se queixam também da subida das portagens e pedem apoios ao abate de veículos e incentivos à formação profissional.

Os protestos dos camionistas vêm na continuidade de outras acções realizadas durante o fim de semana, como o "buzinão" que mobilizou mais de 500 camiões no Alto Minho, no sábado. Caso o governo não apresente uma solução para o sector até quarta feira, os profissionais de transporte pesado de mercadorias ameaçam "invadir" as grandes cidades na próxima quarta feira.

O protesto estende-se ao estado espanhol, onde milhares de camiões também estão parados, com as mesmas exigências.Na fronteira com a França, os camionistas bloquearam a passagem de veículos pesados de transporte de mercadorias e a imprensa considera que este é o maior protesto já realizado contra a política económica de Zapatero.