terça-feira, julho 10, 2007

Chamem o Marquês !



Acabo de assistir ao debate promovido pela RTP com os 12 candidatos à presidência da CML. Parece-me que este debate não deve ter sossegado os lisboetas.
A lei em vigor vai proporcionar um executivo camarário onde estarão 6 ou 7 dos 12 que hoje se digladiaram. Mesmo ignorando as alfinetadas ridículas entre os candidatos foi patente a inexistência de um processo de convergência dos discursos. Dir-se-ia que quanto mais o debate se prolongava mais longe se ia ficando de qualquer conclusão. Desta discussão parece que não nasce a luz.
Dir-me-ão que isto é próprio dos debates de campanha mas eu respondo com uma pergunta: conseguem imaginar aquelas mesmas pessoas, à volta de uma mesa de trabalho, a convergir em tempo útil para uma decisão relevante ? Eu não.

Apetece dizer: chamem o Marquês !

P.S. Ninguém sentiu a obrigação de referir o demolidor estudo de João Seixas publicado há dias no Público. É a famigerada táctica do avestruz...
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3 comentários:

Anónimo disse...

Não é só o "processo de convergência dos discursos" que é inexistente! Também ficou patente que nenhum dos candidatos tem qualquer projecto coerente para Lisboa; nem sequer fazem ideia de como levar à prática as ideias soltas que têm!
Por isso, do que eu gostei mais foi da importantíssima questão de Toy, essa jóia da musica nacional, estar a servir de alavanca, paga pela Cãmara, na campanha...
A propósito, não é "a" mas sim "o" avestruz...

F. Penim Redondo disse...

Obrigado.
Já corrigi "o" avestruz.
Os outros é um bocado mais difícil...

lorenzetti disse...

Continua o incompreensível direito de voto exclusivo em Lisboa dos residentes em Lisboa.

Sendo que residir em Lisboa é cada vez mais raro, como se sabe, relativamente ao número de pessoas que aí vivem todo o dia, porque aí trabalham, estudam, ou porque passam aí quase todo o seu tempo.

Todos aqueles que penam no IC19 ou na autoestrada Cascais-Lisboa ou na Ponte 25 de Abril, Vasco da Gama e afins passam o seu dia em Lisboa.

Muitas vezes mal conhecem o sítio onde vivem, desde os vizinhos a quem é o presidente da Câmara, para não falar no -- nunca soube quem é, nem de que partido é -- presidente da 'junta'.

No entanto, não votam em Lisboa.

A mesma Lisboa onde fazem tudo, onde gastam e ganham dinheiro, que conhecem melhor que o concelho onde vão dormir.

O que leva L. a pensar se os resultados eleitorais em Lisboa não serão injustos, errados e inúteis.

Pelo menos enquanto os universitários e restantes estudantes, e todos os que 'dormem' fora de Lisboa, que trabalham em Lisboa, aqueles cujo BI não diz Lisboa em 'residência', não votarem em Lisboa.

Porque vendo bem, são eles que vivem -- e que são -- a Capital.