O filme de Clooney conseguiu emocionar-me o que não é pouca coisa já que trata de um tema que o visado conhece há muito e já viu tratado de muitas maneiras.
O lado “histórico” do filme, a experiência “macartista” nos states, não adicionou muito à informação que eu já tinha mas estou convencido de que será uma fecunda revelação para milhões de jovens em todo o mundo.
A razão pela qual me emocionei foi por ver no ecran alguém a bater-se por uma causa, correndo riscos, sem esperar nada em troca e sem necessidade da retórica.
Podem dizer-me que “isso” não é novo mas eu respondo que “isso” tem andado um bocado esquecido pois não incluo nessa categoria muitos dos folclores hoje em voga entre os profissionais da defesa dos “desgraçadinhos”.
A grande força deste filme está em recriar dentro de nós a adrenalina dos combates sérios num tempo em que proliferam as “guerras de alecrim e manjerona”, os cálculos e os pactos.
“Boa noite, boa sorte” não se esgota nisso e mostra-nos também que o espírito do senador-inquisidor continua bem vivo mesmo entre aqueles que dizem odiá-lo.
Sempre que reagimos a uma discordância lançando lama sobre as intenções de quem de nós discorda, em vez de rebater a sua opinião, estamos a ressuscitar Joseph McCarthy.
"Cancelamentos culturais" na América (2)
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