sábado, dezembro 10, 2011

Sonhos ideológicos que acabam mal

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Na minha curta vida de 66 anos a UE é já a segunda grande narrativa a cujo fim eu assisto.
Na juventude prometeram-me "amanhãs que cantam" e na velhice prometeram-me uma reforma sossegada, mas nenhuma delas se cumpriu. 
A URSS, durante décadas, prometia um mundo novo mas acabou por se desmoronar inglóriamente em 1991.
A União Europeia não prometia um "homem novo" mas sim um "país novo", os resultados estão à vista de todos. Os egoísmos nacionais, tal como os individuais, levaram ao tapete mais uma construção baseada em optimismos ideológicos sem fundamento.
Decididamente nem os homens, nem os países, são como os pintamos nos nossos sonhos.


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1 comentário:

Anónimo disse...

Penso que o defeito é teu...
Isso é o resultado, penso, de uma visão idealista, não de uma visão materialista.
Abandonaste cedo, parece, a luta dos amanhãs que cantam. Lutaste muito mais que um dia, mas Brecht "ensinou-nos" que os imprescindíveis são os que lutam toda a vida, que não desistiram, que não se desencantaram.
Por mim, quero, apenas, deixar um mundo melhor aos vindouros, como pedia Mário Sacramento.
E quero isso porque acredito nos "amanhãs que cantam".
E assim foi declarado.
Saudações.

João Pedro