Nestes dias que antecedem a Cimeira europeia de 8 e 9 de Dezembro as análises sucedem-se (ver por exemplo o novo blogue "No reino da Dinamarca").
Em muitos casos padecem de um pecado muito comum no pensamento de esquerda actual; pensar que tudo se explica e se resume à luta de classes, neste caso representada pela luta entre os países ricos e os pobres.
A raiz dos problemas da Europa, não é o excessivo e generalizado endividamento dos países da UE. Isso são os sintomas, as consequências.
Por trás dessas dificuldades, a gerá-las, está o desfasamento entre o modelo social e económico da Europa e o curso da globalização que as grandes multinacionais promoveram.
Há muito que o esse modelo está a degenerar pois não consegue reproduzir-se organicamente, como costumava fazer através da propagação do assalariamento e da geração das mais valias que lhe estão inerentes.
Onde essa propagação ainda é possível (nos países emergentes) as grandes multinacionais conseguiram um balão de oxigénio mas, ao mesmo tempo, ao fazê-lo, socavaram o domínio global do Ocidente.
A saída, durante algum tempo, foi a especulação financeira que acabou por explodir.
Nada de consistente se fará como alternativa sem perceber este processo. E sem perceber que não se pode meter no mesmo saco do capitalismo coisas contraditórias como por exemplo: crise dos países ocidentais em contraposição ao desenvolvimento dos países emergentes – crise do estado nação em contraposição à mobilidade global das corporações – a perversidade dos mercados financeiros em contraposição à necessidade absoluta dos mercados reais.
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1 comentário:
Países pobres = proletários?
Países ricos = burguesia?
Não percebi...
"Por trás dessas dificuldades, a gerá-las, está o desfasamento entre o modelo social e económico da Europa e o curso da globalização que as grandes multinacionais promoveram."
Acho que já lhe chamaram várias coisas, mas "desfasamento"...
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