quinta-feira, dezembro 15, 2011

Melancolia

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Melancolia, de Lars Von Trier é antes de mais uma enorme provocação. Põe-nos perante a catástrofe eminente num tempo, como é o nosso, repleto de ameaças e inseguranças. 
Mas a catástrofe mostrada neste filme não é uma catástrofe qualquer, é a irremediável e radical aniquilação da humanidade, de todas as formas de vida e da própria Terra, provocada pelo choque com outro planeta. A grande originalidade do filme, e a força do seu impacto, estão no tratamento intimista que adopta contra todas as expectativas e clichés.
A riqueza, o marketing e a ciência, os grandes ídolos pagãos do nosso tempo, são reduzidos a uma escala ridícula. A dimensão da hecatombe e a inevitabilidade do seu desfecho transformam tanto o medo como a tristeza em coisas totalmente deslocadas e quase absurdas.
As imagens iniciais, uma espécie de prólogo que permite diferentes interpretações, são de uma beleza extrema e pungente, o que é também acentuado pela música de Tristão e Isolda, de Wagner.

A experiência de ver este filme é sem dúvida marcante e, no limite, uma catarse de todos os medos e inseguranças. Num plano quase religioso do tipo panteísta. 
Pela sua ambição e intemporalidade constitui uma obra prima. 





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2 comentários:

josé manuel faria disse...

Um grande filme: excelente critica cinematográfica, de qualidade superior a muito especialistas.

josé manuel faria disse...

Um grande filme: excelente critica cinematográfica, de qualidade superior a muito especialistas.