Um certo discurso de esquerda, muito em voga, resulta contraditório e causa de desorientação sempre que se refere ao Estado. Umas vezes como médico e outras vezes como monstro.
Quando subtrai salários ou subsídios o Estado é um mau patrão que os sindicatos da função pública denunciam ásperamente. Mas também pode ser ladrão quando sobe impostos ou taxas. Neste caso Estado é sinónimo de Governo. É o monstro.
Mas quando se trata de evitar privatizações ou preservar a escola pública e o sistema público de pensões, então o Estado somos todos nós, o Estado é a mais pura expressão do interesse popular. É o médico.
No romance, como na vida real, foi o Dr. Jekyll que fabricou Mr. Hyde.
Mas para todos os efeitos são uma e a mesma pessoa.
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7 comentários:
Mate-mo-nos então
isto não tem salvação
(mas já agora mata-te primeiro...)
Livra...
Se estiveres com um pouco mais de atenção verás que essas criticas da esquerda são dirigidas ao Governo, e não ao Estado.
Que, para muitos efeitos, não "são uma e a mesma pessoa".
Já me esquecia, apesar dos exemplos eloquentes, que a grande magia do Estado é gastar aquilo que não recebe.
Magia é esconder o problema atrás de generalidades, e tentar convencer o pessoal que o Estado só deve receber de alguns, e que está a gastar onde é preciso.
Seja como for, nunca é a nós que o Estado deve cobrar e é sempre a nós que o Estado deve subsidiar. É neste ponto que estamos e cada grupo tentar gritar mais alto do que o vizinho. Volto ao princípio. Afinal o Estado é importante ou não? Se o jogo é gritarmos todos ao mesmo tempo acho que não vamos chegar a lado nenhum.
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