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O prémio Nobel da Economia em 2001 e antigo vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, afirmou na quinta-feira que as políticas de austeridade constituem uma receita para "menos crescimento e mais desemprego".
Dizer isto não será equivalente a dizer que a quimioterapia tem efeitos secundários muito fortes e perniciosos?
Mas será que queremos acabar com a quimioterapia?
Não basta fazer o que toda a gente faz, que é constatar os malefícios óbvios da austeridade ou dizer que seria muito melhor não ter que sofrer a austeridade. O que é necessário é demonstrar que a austeridade (ou a quimioterapia) é melhor não a fazer. Tanto a austeridade como a quimioterapia podemos escolher não as fazer. No caso da quimioterapia a ciência diz-nos quais são provavelmente as consequências. Não vejo é ninguém demonstrar, sem ser com generalidades, que podemos evitar a austeridade e ficar melhor depois disso.
5 comentários:
Oh Fernando:
Esta terapia mata o doente.
É inevitável (!), dirás tu...
Mas, oh homem, fazer pior ou igual é impossível.
Há alternativa ao desastre nacional, a este Alcácer-Quibir para onde nos empurram. A nós e aos outros povos vítimas da estratégia do imperialismo.
Estava convencido que de tão claro isto se me afigura que compreendo mal que um homem com a tua inteligência, cultura e experiência não veja o mesmo que eu. Esta realidade é perceptível pelas pessoas comuns, em que me incluo, e pelos mais sábios.
Saudações
João Pedro
A questão está em saber se este Alcácer-Quibir demora mais tempo, e dá maior sobrevivência, do que a morte "natural". Alguém acredita que é possível passar por isto sem sofrimento quando a decadência europeia e do ocidente em geral são evidentes? O que está a acontecer vai muito para além da tradicional luta de classes com que ainda nos entretemos.
Queremos enganar-nos a nós próprios fingndo que temos capacidade para inverter este desmoronar sem pagar um preço? Os tipos que caiem nos pântanos parece que se afundam mais depressa quando estrebucham.
Pois, o que é a luta de classes ao pé da luta de civilizações, especialmente se mete louros e morenos dum lado e amarelos do outro?
Cada vez me surpreendes mais. Pela negativa. Como tu sabes, como poucos, esta crise da dívida pública começou pela ... dívida privada.
Basta ver o caso de Portugal. Em três anos (2008-2011) o Estado «meteu» só na banca e no off-shore da Madeira, em cash (fora os mais de 20 mil milhões em garantias...)mais de 12 mil milhões de euros.
Que tu tenhas passado a considerar que isto tem de ser assim, que a austeridade é inevitável, que a luta de classes é um entretém, acredita que o lamento profundamente. Já agora: o que há, neste contexto, para além da luta de classes?
A decadência, como tu sabes (ou sabias),não é da Europa e do ocidente (que raio de conceitos são esses?). É das classes possidentes da chamada Tríade (EUA, UE e Japão). Claro que não é possível passar «por isto» sem sofrimento. Em última análise até podemos ter uma guerra global.
Para terminar um conselho (de amigo): vai às tuas Obras Escolhidas de Lénine e pesquisa no índice remissivo «Dreyfus». Recordarás o que vale a pena lutar...
António, em contrapartida eu preferia que tu me surpreendesses mais vezes e que não te agarrasses tão aficadamente a teses que já mostraram de forma eloquente a sua ineficácia.
Eu sou avesso a todas as formas de religião pois elas tornam impossível qualquer discussão racional. Os anátemas e a excomunhão foram sempre usados para impedir a emergência do novo, mas é precisamente do novo que o futuro necessita.
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