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Se defendemos, justamente, que Saramago tem o direito de expressar as suas opiniões sejam elas quais forem, então há uma coisa que não podemos fazer: negar esse mesmo direito a quem o critica.
Mas é isso que têm estado a fazer muitos críticos dos críticos de Saramago.
Se Saramago pode dizer: “Deus é vingativo, rancoroso e não é de confiança" então, para sermos coerentes, os seus críticos podem igualmente usar adjectivos pesados para qualificar o escritor.
Não podemos defender a liberdade de expressão, por um lado, e pretender limitá-la, por outro.
Se assim não fosse, se negássemos a possibilidade de o criticar, então Saramago gozaria de um estatuto superior às igrejas e a Deus.
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O TEMA DA MINHA PEÇA JÁ CONTA COM UM ALERTA
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ATÉ PARECE QUE ESTE VÍDEO
FOI CONSTRUÍDO
PARA DEIXAR A MENSAGEM FINAL
À MINHA OBRA TEATRAL
*Ora vejam... aonde foram parar a família, a escola, os amigo...
Há 2 horas
4 comentários:
Saramago é criticável como qualquer comum dos mortais mas o tipo de crítica para com ele não colhe pela exigência quer pela não leitura do seu livro, que poucos terão feito até agora e desde domingo, quer pela não aceitação de que a Bíblia contem, de facto, elementos suficientes para fomentar o ateísmo, como qualquer outro livro antigo que não sofra nas mensagens adequações teológicas aos dias de hoje, sob pena de não ser assimiláveel àquilo que a Igreja apresenta como sua doutrina.
Com tudo isto não subscrevo a exploração medático-comercial característica de cada um dos seus últimos livros pelo próprio. Sobre isto penso que, sim, Saramago é indicutivelmente passível de crítica.
Caro António Abreu,
Concordo contigo na generalidade.
Penso que as discussões em curso se fazem exclusivamente à volta das declarações públicas de Saramago e não do livro.
Se bem te interpreto tu deploras, tal como eu, que afirmações desgarradas e um tanto extremadas possam manchar um livro que provavelmente tem muito maior elevação.
Saramago não precisa, seguramente, de propagandear os seus livros. Saramago é um homem livre e diz o que pensa, goste-se ou não. Que venham mais Saramagos!
Descemos na tabela da liberdade de imprensa, ouvi algures, e agora se percebe por quê. Alguém diz uma coisa e vem logo o não-sei-quantos com cara de indignação refilar porque lhe estão a tocar num ponto sensível... Meus senhores, estamos no séc. XXI, não na Idade Média.
"Os seus críticos podem igualmente usar adjectivos pesados para qualificar o escritor", ou os seus críticos devem argumentar que "Deus [não] é vingativo, [nem] rancoroso, e [é] de confiança", começando por usar a mesma fonte que Saramago usa: a Bíblia ?!
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