Tenho a impressão de que a Saramago falta a compreensão da diferença entre os livros que escreve e os grandes meios de comunicação de massas onde opina.
Ele não pode supor que quem o ouve na TV vai posteriormente ler os seus livros para compreender o alcance daquilo que ele disse. Na verdade só uma escassa minoria dos milhões de espectadores que o vêem no ecran lê os livros dele.
Esta distinção é muito importante dada a justa fama que rodeia o autor de Caim.
O surgimento de uma estrela mediática como José Rodrigues dos Santos, com o seu livro "Furia Divina" vai, pela coincidência temporal, contribuir ainda mais para depreciar as declarações avulsas de Saramago sobre a Bíblia. De repente as opiniões bombásticas de Saramago vêem-se enredadas com uma bomba atómica da Al-Qaeda e o público deixa de perceber onde termina a dissertação ensaística e começa o sensacionalismo ficcional.
Quando alguém alcança um estatuto como o de Saramago tem que gerir um difícil equilibrio comunicacional. As suas falas são como os remédios que têm que ser tomados em pequeníssimas doses porque, de outro modo, convertem-se em venenos.
Quem tem muito prestígio quando fala, se não tiver em conta a forma e o meio, corre o risco de parecer ter o rei (ou Deus) na barriga.
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