quarta-feira, fevereiro 16, 2011

A proverbial modéstia dos chineses

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PEQUIM — China, que na segunda-feira se tornou oficialmente a segunda economia mundial ao desbancar o Japão, informou nesta terça-feira que esta notícia muito importante não deve permitir que sejam esquecidos os desequilíbrios do desenvolvimento e, em particular, os 150 milhões de pobres do país.
"É uma notícia muito importante", declarou Ma Zhaoxu, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, que destacou os notáveis progressos realizados nos últimos anos pela economia chinesa.
Ao mesmo tempo, reconheceu que em vários aspectos a China registra "atrasos".
"Se nos referimos à norma da ONU de um dólar por dia e por pessoa, há ainda 150 milhões de pessoas que vivem em estado de pobreza na China", disse o porta-voz, para quem o Produto Interno Bruto (PIB) é um "índice que mede a potência econômica de um país, mas não o único".
Apesar de ter superado o PIB do Japão em 2010, a China, país com a maior população do mundo (1,3 bilhão de habitantes), tem uma renda per cápita 10 vezes inferior a do país vizinho

A modéstia faz parte da cultura chinesa ancestral. Na sua língua há várias expressões destinadas a responder aos elogios como se fossem totalmente imerecidos.
Imagino Sócrates, que não é nada chinês no que toca à modéstia, numa situação como aquela que a notícia refere . Em vez de referir os 150 milhões que ainda são pobres falaria apenas das centenas de milhões que entretanto deixaram de ser pobres.
Embora omitindo informação relevante, como é seu hábito, estaria apesar de tudo a realçar uma realização espantosa.

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