segunda-feira, dezembro 13, 2010

Santa ingenuidade

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A China deverá fechar o ano com 18 milhões de veículos vendidos, um novo recorde que reafirma a posição do gigante asiático como o maior mercado automóvel do mundo.
Entre Janeiro e Novembro já se venderam 16,4 milhões de veículos, mais 35% do que no período homólogo de 2009. A maior subida das vendas foi registada nos veículos até aos 1600 centímetros cúbicos, que contam com subsídios e benefícios fiscais.
Estes indicadores elevaram as previsões das vendas de veículos para todo o ano de 2010 na China, estimando-se esse valor acima dos 18 milhões, um número superior aos 13,6 milhões de automóveis vendidos na China em 2009 e que tornaram aquele país no maior mercado mundial de veículos novos, superando os Estados Unidos.
Económico 12.12.2010

Entretanto...

O que era apenas uma ameaça, agora se concretizou. Os chineses já estão fabricando carros na América do Sul – e o primeiro sino-latino é o SUV compacto Chery Tiggo, que começou a ser produzido em Carrasco, no Uruguai. Em uma volta rápida por Buenos Aires, na Argentina, onde o Tiggo foi apresentado no começo de julho, meu conceito (melhor, meu préconceito) sobre carros chineses mudou. Percebem-se no Tiggo qualidades que o colocam como opção ao Ford EcoSport e ao Hyundai Tucson – e isso você terá oportunidade de conferir em outubro, no Salão do Automóvel, em São Paulo. As vendas por aqui começam na virada do ano.

A marca chinesa Chery chega ao Mercosul nas mãos do grupo argentino Socma, dirigido por Franco Macri, empresário que entre os anos 80 e 90 fabricava modelos de Fiat, Peugeot e Chevrolet. Desta vez, Macri fez uma joint-venture para a construção da fábrica onde foram investidos US$ 30 milhões. De Carrasco (Uruguai) sairão 12 mil automóveis por ano, dos quais seis mil terão o Brasil como destino. A fabricante informa que 40% das peças do Tiggo são fornecidas por empresas de Brasil e Argentina. Em 2010, o plano da empresa é dobrar a produção com a fabricação de um novo modelo.
Car & Driver (edição brasileira)

Ainda há quem acredite que a crise financeira da Europa e dos Estados Unidos teve origem no sub-prime imobiliário, no incumprimento do pagamento das casas vendidas a quem não tinha rendimentos suficientes.
Santa ingenuidade. Infelizmente o problema é muito mais fundo.

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4 comentários:

Joaquim disse...

Então qual a origem da crise?

F. Penim Redondo disse...

A verdadeira causa da crise é a crescente transferência de riqueza e poder económico para a Ásia.
À medida que ficamos mais pobres os equilíbrios a que estávamos habituados deixam de ser viáveis.

F. Penim Redondo disse...

Não é razoavel acreditar que a incapacidade para pagar as prestações dos empréstimos à habitação nos Estados Unidos provocasse uma hecatombe como aquela a que temos estado a assistir, de multiplos bancos em inúmeros países.
É matemáticamente absurdo.

Dédé disse...

E a prova é que quando os asiáticos eram pobrezinhos não havia crises do capitalismo.

Afinal agora é que aí temos o famoso "perigo amarelo".