.
A pequena capela onde se acoitava o ícone da N.ª S.ra do Monte, no Largo das Babosas, e onde casou basta sorte de madeirenses, foi literalmente varrida da praceta anexa à paragem terminal do teleférico. À razia sobreviveu a imagem figurando a N.ª S.ra do Monte, incólume perante as enxurradas que destruíram a singela construção, datada de 1904. Se o templo capitulou, a felicidade do acaso poupou o ícone de barro e sugeriu, na óptica do pároco local, Giselo Andrade, novo culto mariano. Moldado na lama assassina das montanhas madeirenses.
Jornal de Notícias, 25.02.2010
Não é possível evitar as analogias com o caso que envolve, há semanas, o nosso primeiro ministro. Também ele foi sujeito à razia das enxurradas de lama, também ele pode ser considerado um ícone de pés de barro, e também ele tem resistido milagrosamente a tudo isso.
Justifica-se portanto que ele seja objecto de um novo culto como tem estado a acontecer.
.
6 comentários:
Que comparação se a Santa sobreviveu foi por algo que esta alem do simples mortal, agora o Socrates sobrevive a custa da corupção da mentira e ilegalidades abrigadas pelo procurador Geral....
Já que estamos numa de analogias, com que se "analogam" vocês, com a lama que referem?
Ainda a propósito do impoluto M Crespo e da "liberdade de expressão"(uma daquelas "lamas" que "têm envolvido o noss PM há semanas"), não me lembro de ter sido dado relevo a este artigo de Marinho e Pinto (JN 14.Fev.).
Pinto também está feito com o governo?
Distração minha, por certo.
Não há nem uma palavra sobre as declarações de MFL na sua comparação de Portugal com a Grécia?
Cheaga esta nossa grande compatriota reafirmar que não disse mais do que a verdade?
Pobres de nós (na maioria cristãos) entregues aos leões (MFL, PR, e tantos outros) (*) que parecem olhar para o nosso país como um circo romano...
(*) até o eloquente PP se mantem estrategicamente em silêncio.
O artigo de Marinho e Pinto que refiro pode ser encontradao aqui
http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=1494592
O artigo do Marinho e Pinto parece confirmar a tese da "asfixia democrática", numa versão em que a responsabilidade é dos jornalistas.
Enviar um comentário