segunda-feira, outubro 21, 2013

A questão do Estado e o impasse da esquerda actual




A revolução tecnológica e a globalização acelerada estão a fazer emergir lentamente, inexorávelmente, uma nova formação económica e social (para usar um termo de Marx). Ela trará consigo um novo tipo de Estado, pós-capitalista.

A esquerda actual, em vez de trabalhar para influenciar tal processo, gasta todas as suas energias a tentar controlar o Estado capitalista ou mesmo, na versão mais infantil, o próximo governo. Como alguém que se esmerasse a arrombar uma porta sem saber o que de lá vai surgir (e de cada vez sai algo pior).
A esquerda actua como se a relação de trabalho assalariado fosse durar para sempre. Como se a sua missão se resumisse ao aperfeiçoamento das actuais relações de produção, usando o Estado para obrigar as empresas capitalistas a portar-se bem.

A questão do Estado foi sempre muito importante e constitui hoje, pela forma acrítica como está a ser abordada (alavanca do vanguardismo, bastião e trincheira), a causa fundamental do impasse em que a esquerda se encontra.

(aviso, ou ameaço, que isto é apenas a introdução a um texto muito mais longo que virá)

1 comentário:

Rogério G.V. Pereira disse...

Boa tese!, e depois?