A revolução tecnológica e a globalização acelerada estão a fazer emergir lentamente, inexorávelmente, uma nova formação económica e social (para usar um termo de Marx). Ela trará consigo um novo tipo de Estado, pós-capitalista.
A esquerda actual, em vez de trabalhar para influenciar tal processo, gasta todas as suas energias a tentar controlar o Estado capitalista ou mesmo, na versão mais infantil, o próximo governo. Como alguém que se esmerasse a arrombar uma porta sem saber o que de lá vai surgir (e de cada vez sai algo pior).
A esquerda actua como se a relação de trabalho assalariado fosse durar para sempre. Como se a sua missão se resumisse ao aperfeiçoamento das actuais relações de produção, usando o Estado para obrigar as empresas capitalistas a portar-se bem.
A questão do Estado foi sempre muito importante e constitui hoje, pela forma acrítica como está a ser abordada (alavanca do vanguardismo, bastião e trincheira), a causa fundamental do impasse em que a esquerda se encontra.
(aviso, ou ameaço, que isto é apenas a introdução a um texto muito mais longo que virá)
1 comentário:
Boa tese!, e depois?
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