sexta-feira, maio 13, 2011

Agenda escondida



Louçã revelou a "agenda escondida" do PS" que não consta do programa eleitoral socialista. O ponto citado por Louçã durante o debate televisivo, relativo à Taxa Social Única, é o nº 39 deste documento.


Isto não é um pentelho. O PS tem que ser obrigado a explicar o significado deste documento, quem o produziu e com que finalidade. Este caso permite a qualquer cidadão sério perceber o cinismo da campanha do PS contra o aumento da TSU, perceber que este PS de Sócrates não hesita em mentir e manipular para se manter no poder. 
A desfaçatez com que Sócrates reagiu à acusação de Louçã, perante documentos claríssimos, é simplesmente aterradora.


As explicações posteriores do PS não têm pés nem cabeça. Por exemplo o ponto 39 deste texto é muito diferente do texto correspondente no memorando da Troika. Quando o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, diz que o que Louçã leu era apenas o texto do memorando está obviamente a mentir. 
Na minha modesta opinião este texto contém compromissos que o PS não quis que fossem explicitos no memorando oficial da Troika, compromissos garantidos por esta espécie de "side letter". Tal como nos negócios, este tipo de "side letter" destina-se a ocultar uma parte dos acordos tornados públicos e só será invocado pelos credores se o compromisso não tiver cumprimento. 


O assunto parece estar a morrer. Talvez porque ao PSD também não lhe interessa explorar isto. Tudo leva a crer que o PSD pactuou com a ocultação deste texto mais detalhado na medida em que, apesar de oculto, era para vigorar.


A exploração deste tema pelo PS nas últimas semanas deveu-se a movimentos contraditórios dos dois principais partidos. Enquanto o PS omitiu esta questão no seu programa pois só queria apresentá-la após uma hipotética vitória eleitoral, o PSD resolveu fazer uma bandeira do corte da TSU para provar que tem uma estratégia para relançar a economia.


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