quarta-feira, março 30, 2011

Boavista




A ilha caboverdiana da Boavista, onde estive recentemente, manteve-se bastante isolada até à abertura do aeroporto internacional. Nestes últimos anos o turismo tem-se desenvolvido bastante com a instalação de "resorts" espanhóis e italianos junto das praias.

O interior norte, onde a agricultura persiste, padece da emigração massiva que desertificou os seus povoados. Só renascem quando os seus vêm do estrangeiro para estar com a família e viver as festas do seu padroeiro S. João.  

Se quer ver imagens recolhidas por mim nesta bela ilha clique AQUI.

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terça-feira, março 29, 2011

Poors of Spirit

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O ministro da Economia escusou-se hoje a comentar, perante os deputados da comissão de Assuntos Económicos, as novas previsões do Banco de Portugal (BdP), acusando o PSD de tentar fazer da comissão um palco para esse debate.
Explicou que a rejeição da actualização do Plano de Estabilidade e Crescimento apresentada pelo Governo na Assembleia da República é responsável pela descida generalizada do 'rating' das empresas, bancos e da própria República portuguesa.
A descida do 'rating'  não tem portanto nada a ver com o "Relatório da Primavera" do Banco de Portugal que prevê uma contracção do PIB de 1,4% em 2011, um défice externo de 8,9% e a continuação da recessão em 2012, aumentando assim a nossa dificuldade em pagar a dívida acumulada.
As agências de 'rating' são mesmo umas pobres de espírito ou melhor, em inglês técnico, "standard & poors of spirit".

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Urbanização na base do crescimento da China

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Pequim, 28 mar (Lusa) – Mais de dez milhões de camponeses deverão radicar-se todos os anos nas cidades chinesas durante as próximas duas décadas, constituindo “um sustentado motor do crescimento económico da China”, indica um estudo divulgado no fim-de-semana pela imprensa oficial.
Segundo projeções oficiais, a percentagem da população urbana chinesa subirá um por cento ao ano até 2020, passando dos atuais 47 por cento para 57 por cento, e em 2030 chegará quase a 70 por cento.
A China tinha cerca de 1.341 milhões de habitantes no final de 2010, mais seis milhões do que um ano antes.
A acelerada urbanização da China é vista como “um significativo contributo” para o contínuo desenvolvimento do país.
“Tendo em conta o impulso que o afluxo de dezenas de milhões de residentes rurais irá dar ao imobiliário e às industrias relacionadas, o processo de urbanização está destinado a ser um motor sustentado do crescimento económico da China”, disse um especialista citado pelo jornal China Daily.
Só em infraestruturas urbanas o governo deverá precisar de investir 24 biliões de yuan (2,6 biliões de euros) até 2020, refere um relatório da China Development Research Foundation.
A China, cujo PIB cresceu em média 11,2 por cento ao ano desde 2006, tornou-se em 2010 a segunda maior economia do mundo, ultrapassando o Japão.
O número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza – com menos de 1.274 yuan por ano (138 euros) – desceu de 35,97 milhões para 26,88 milhões mas, pelos padrões da ONU (menos de um dólar por dia), aquele número rondará os 150 milhões.

segunda-feira, março 28, 2011

Sinais errados



O jornal i relata hoje dois factos que constituem sinais errados enviados por um partido, o PSD, que se perfila como candidato à vitória nas próximas eleições.


Cavaco Silva prepara-se para promulgar a proposta da oposição que revoga o modelo de avaliação dos professores, sabe o i. O Presidente da República não irá atender ao pedido do governo e não irá enviar para o Tribunal Constitucional o diploma de revogação do modelo aprovado a semana passada pela Assembleia da República. Belém considera que o argumentário do Partido Socialista sobre a inconstitucionalidade da proposta da oposição não é juridicamente correcto.
Apesar de o agendamento da discussão e da votação desta proposta ter sido marcado antes de materializado o cenário de eleições antecipadas, a oposição, e principalmente o PSD, não se livraram da acusação de eleitoralismo. "Uma interrupção feita por uma oposição que está à beira de dissolução do parlamento, num momento em que não há dúvida para ninguém que o que se pretende é destruir aquilo que se construiu, parece-me realmente muito difícil de aceitar", considerou em entrevista à RTP a ministra da Educação. 


Ao menos José Sócrates, para que não digam que eu só mando o homem abaixo, ainda deu alguma luta às corporações. Só depois de muita luta acabou por ceder em toda a linha. O PSD começa já a submeter-se mesmo antes de ser eleito?

O PSD afastou a ideia de pedir, para já, um auditoria às contas públicas do Estado, por pressão do Presidente da República e das instituições europeias, mas não vai deixar que o tema seja omitido durante a campanha eleitoral que se adivinha. "O BPN e o sector empresarial do Estado não podem ficar fora do debate político", diz ao i fonte da direcção laranja. Este passo atrás do líder do PSD pode ainda ser usado como trunfo em Bruxelas para negociar, por exemplo, um empréstimo de curto prazo, se em causa estiver a solvabilidade do país. 
"Isto tem a ver com o medo do que se possa descobrir", refere ao i o economista João Duque, que confessou ter "sentimentos contraditórios" sobre a realização de uma auditoria às contas do Estado. Uma radiografia ao estado das coisas "dava alguma ajuda ao governo que viesse. Mas, por outro lado, correríamos o risco sério e o exercício poderia ter consequências dramáticas", diz o especialista. "Se forem encontradas situações de falseamento das contas, iríamos ver as taxas de juro disparar e iríamos sofrer cortes de rating", sustenta. Pedir uma auditoria nesta fase pode ser considerado uma espécie de "haraquiri nacional", numa analogia com os suicídios protagonizados pelos samurais. 

Isto é como alguém que fosse ao médico e ocultasse uma parte das radiografias. Continuamos numa de economia ficcional? Para isso tínhamos cá o senhor engenheiro que era mestre nessa disciplina.
O mais espantoso é andar um tema destes na primeira página dos jornais (já ontem o Expresso tratava disto).
Penso que o medo da revelação do verdadeiro tamanho do buraco é que justifica os esforços de Sócrates para evitar a vinda do FMI. Mas ficou decidido no recente Conselho Europeu, que Sócrates tanto dramatizou como manobra de diversão, que qualquer ajuda a países em dificuldades terá sempre intervenção do FMI.
O mais caricato disto tudo é verificar que o famoso PEC IV, que Sócrates levou a Bruxelas à sorrelfa, contém medidas em tudo similares às que que o FMI típicamente impõe. O Expresso desta semana publica até um quadro em que compara as medidas tomadas na Grécia e Irlanda, após a intervenção do FMI, com os nossos PEC I+PEC II+PEC III+PEC IV. A diferença não é grande.
Continuamos assim a cultivar o "faz de conta" e a "esperteza saloia" em vez de assumirmos que estamos num grande aperto e que só nos safamos se aceitarmos os sacrifícios necessários. A estratégia de varrer os problemas para debaixo do tapete, seguida ao longo do último ano, com pequenos PECs sucessivos, foi verdadeiramente catastrófica para o nosso futuro..

domingo, março 27, 2011

Para que servem afinal as eleições?





Tudo se complicou quando os discursos substituíram a realidade social pelas vicissitudes da política e as transformações do mundo deram lugar aos fait-divers partidários. Como no mau teatro, os actores foram fingindo que não fingiam, à frente de um cenário que não cessava de desmoronar.

Numa encenação/demissão recente o protagonista não esteve com rodeios. O recém eleito presidente é um parolo que empata a sua visão cosmopolita. O parlamento, eleito no mesmo acto de onde ele extrai legitimidade para governar, é um bando de interesseiros que o impede de continuar a salvar a nação (onde é que eu já ouvi isto?).

Assim sendo, se os eleitos são como ele diz, resta perguntar porque é que continuamos a fazer eleições e a esperar que delas resulte uma solução para o país. O engenheiro e os seus apoiantes, fundados numa razão transcendente que só a eles ilumina, troçarão de qualquer resultado eleitoral que não entrone o padroeiro.

Por isso o período que nos separa do próximo acto eleitoral, que o fanatismo tornará inútil, é uma lenta agonia para o país.
Depois da substituição da realidade pela política assistiremos à substituição da política pelo mais boçal clubismo.
Os devotos de Sócrates, por um lado, e os gentios infiéis, por outro, numa orgia de irracionalidade, como nos estádios, tratarão de forma soez as respectivas mães e gritarão o proverbial "fora o árbitro".

Até que o dinheiro se acabe e venha finalmente o papão.

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sexta-feira, março 25, 2011

Areia para os olhos

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Como já disse encontro-me na ilha da Boavista, em Cabo Verde.
Nesta época do ano as belíssimas praias são varridas por uma brisa constante que transporta consigo uma areia fininha.
Mas ao contrário do que poderia pensar-se não foi na praia, mas frente à televisão, que me foi atirada mais areia para os olhos.

Sócrates conseguiu arranjar maneira de esconder seis anos de governação irresponsável atrás de uma única votação da Assembleia da República. O homem é mesmo um artista português. Palavras para quê?
Já ninguém fala do aumento de 2,9% aos funcionários públicos, em 2009, nem das fortunas gastas num aeroporto "jamais" e num TGVirtual. Sócrates foi eleito em 2009 prometendo mundos e fundos e desdenhando da "velha" que insistia em dizer que estávamos à beira da bancarrota.
Nada disso conta agora. Ele apresenta a AR como um bando de irresponsáveis que o impediu de salvar a nação.

A rejeição do PEC 4 mostrou a toda a Europa que o primeiro-ministro de Portugal se tinha ido comprometer, irresponsávelmente, com medidas para as quais não obtivera prévio consenso. 
A manobra de alto risco destinou-se a entalar a oposição. Sabendo que a Finlândia, em período eleitoral, não permitiria obter uma ajuda externa disfarçada, Sócrates optou por uma cilada ao seus adversários para poder culpá-los da indisfarçável "ajuda externa" que aí vem.

Com acesso previlegiado aos meios de comunicação pôs todos os ministros a debitar a cartilha que tenta convencer o povo da desgraça que é a "ajuda externa" e culpar a Assembleia da República por esse insucesso.

Os problemas de Portugal não são, portanto, o gigantesco endividamento que ele promoveu e a falta de competitividade da nossa economia. O grande problema de Portugal é não o terem deixado fingir que não era "ajuda externa" a "ajuda externa" que ele estava a mendigar na Europa para se manter no poder.

A saída de Sócrates pode não ser suficiente, mas era sem dúvida condição necessária para sairmos do pântano em que nos afundamos.

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segunda-feira, março 21, 2011

A banhos na ilha da Boavista



Só regresso quando a crise acabar!

sexta-feira, março 18, 2011

Depois da casa arrombada trancas à porta

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O regime líbio de Muammar Kadhafi anunciou hoje o fim das operações militares e um cessar-fogo imediato, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Mussa Kussa, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
O anúncio de Kussa vem na sequência da resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovado na quinta-feira, autorizando "todas as medidas necessárias" para proteger os civis e impor um cessar-fogo. O governo de Tripoli "decidiu observar imediatamente um cessar-fogo e pôr fim a todas as operações militares", disse Kussa numa conferência de imprensa em Tripoli.
Muammar Kadhaf, por seu ladoqueixou-se de um dos seus ministros por, alegadamente, ter feito uma "declaração que criou a ideia generalizada de um conjunto de factos que temos vindo a perceber que não são reais". Acrescentando mesmo: "Só no domingo à noite, é que percebi que o famoso congelamento das pensões sociais não constava do conjunto das medidas anunciadas". 
"Espero que o bom senso prevaleça, que haja responsabilidade e que os partidos não atirem o nosso país para uma crise política que é uma aventura", defendeu aos jornalistas. "Lamento que esses partidos nem sequer se disponham a negociar. A diferença é essa: uns têm abertura para negociar, outros dizem que estão irredutíveis", acusou.
"Não contribuiremos de nenhuma forma para uma crise política", disse a concluir.
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quinta-feira, março 17, 2011

Entra de costas para parecer que vai a sair

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Vou ausentar-me durante uma semana. Será então que provavelmente a bronca vai estalar.
Há quem tome o avião para sair do Japão antes de ser atingido por alguma nuvem radioactiva, eu parto por já não suportar os jogos indecentes com que se entretêm certos políticos.

Relativamente à ajuda externa o governo aplica um método muito popular entre nós: "entra de costas para parecer que vai a sair". E enquanto entra vai gritando que jamais aceitará tal coisa.
Assusta-nos com os malefícios hipotéticos do FMI, que não sabemos quais são, ao mesmo tempo que despeja sacrifícios "à moda de Bruxelas", bem concretos, sobre as nossas cabeças.
Como se houvesse algo pior do que esta incompetência em lume brando.

As eleições que se perfilam no horizonte podem criar-nos alguns problemas, é certo, mas são a única forma de tentarmos sair do cerco de mentiras em que nos encontramos.
E se das próximas eleições não resultar um governo suficientemente forte e patriótico então que venha o FMI, ou seja quem for, pois a nossa incapacidade de nos governarmos não merece perdão.

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Remédio Santo




O senhor Anacleto tem 95 anos. Foi professor e exerceu a sua profissão durante mais de 50 anos. Enviuvou há dois e desde então, de mês a mês, pontualmente como o relógio grande que antes marcava as horas na sala da sua casa, muda de uma casa para outra entre os seus cinco filhos. Recusa-se a viver num lar, não quer empregados em casa e a solução encontrada de comum acordo passa pela estada temporária em casa de cada um dos filhos. Do Algarve até ao Minho, porque nenhum vive nas ilhas, o senhor Anacleto lá vai cumprindo as suas periódicas visitas, levando consigo a mala e nesta os remédios de que necessita.
Estava há dias com uma das filhas na urgência. Uma queda na rua e algumas dores nas costas. O médico que o atende pergunta-lhe pela medicação e ouve-o sem surpresa enumerar a cor de quatro ou cinco comprimidos diferentes. Como muitos idosos (e outros nem tanto), e apesar da excelente memória, recusa-se a fixar o nome da medicação. A filha apercebe-se de que na lista parecem faltar alguns e recorda-lhe um outro branco pequenino e umas cápsulas castanhas, ao que o idoso aclara tratar-se dos medicamentos do cardiologista e esse é do consultório privado e estão num serviço público, e acrescenta haver ainda uns outros de que nem sabe cor nem formato porque lhe foram receitados há cerca de quinze dias na urgência do hospital da localidade onde estava — e a que recorrera por dor abdominal.
Bem vistas as coisas, e sem nenhum espanto para os médicos que habitualmente lidam com estes doentes, o senhor Anacleto estaria a tomar, no mínimo, entre sete a dez medicamentos, prescritos por diferentes clínicos em diferentes contextos (clínica privada, centro de saúde, urgência hospitalar), sem que nenhum soubesse dos restantes, porque a listagem total da medicação não é visível ao abrir um processo clínico informatizado, a menos que tenha sido prescrita naquela instituição ou com aquele programa. Não é também improvável que do conjunto dos vários medicamentos alguns fossem exatamente iguais aos outros, diferindo apenas na cor, no nome ou no laboratório que os produziu, com o consequente risco para a saúde do doente e aumento dos custos (imediatos — no momento da compra — e diferidos — pelas complicações que daí podem resultar) para o Serviço Nacional de Saúde.
Provável é também que alguns entre si fossem incompatíveis ou que a sua associação devesse ser criteriosamente pensada ou até excluída, pois poderiam anular ou potenciar os efeitos uns dos outros, tornando-se assim ineficazes ou, pelo contrário, com um maior efeito do que seria de esperar. Isto caso se soubesse o que o doente estava a tomar, o que na atualidade e face às presentes circunstâncias é quase totalmente impossível. Quando a necessidade de contenção de custos é notória, o envelhecimento populacional é uma realidade, a informatização do serviço público de saúde está a avançar, a informática parece encontrar uma solução para (quase) todos os problemas, não será possível encontrar um ponto comum entre os vários programas instalados e cruzar em tempo real informação vital como é a da medicação, ao menos no serviço público, melhorando a prestação de cuidados a uma população cada vez mais idosa, com mais problemas de saúde, com menos recursos económicos e, por acréscimo, à população em geral?
Acredito que ao consegui-lo, ainda que com custos imediatos muito grandes, se poupariam muitos milhões de euros inutilmente gastos na atualidade e se melhoraria em muito a saúde das populações. Era, provavelmente, ‘remédio santo’. 
Artigo da Dra. Cristina Galvão, Publicado no Expresso 12.03.2011

Aqui está uma excelente análise de uma realidade que eu observei directamente durante muitos anos enquanto os meus pais foram vivos. 
O que é dito para os medicamentos acontece também com os exames complementares de diagnóstico. Médicos sucessivos prescrevem exames similares por desconhecerem que já foram feitos.
Ao contrário do que os defensores ideológicos do SNS defendem, prova-se que os custos podiam baixar significativamente sem se reduzir a quantidade e qualidade dos serviços prestados aos doentes/utentes.
Defender o SNS é, no essencial, garantir que os seus custos permanecem controlados e ao alcance de Orçamentos do Estado cada vez mais exíguos.

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De pequenino se torce

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DN 14.03.2011

"De pequenino se torce o pepino" e se ensaia a promessa demagógica.
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quarta-feira, março 16, 2011

Não há palavras

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(AP Photo/Kyodo News)
(AP Photo/Kyodo News)
(AP Photo/Kyodo News)
(AP Photo/Kyodo News)

A meia centena de homens e mulheres que permanecem em trabalhos no interior da central nuclear de Fukushima, a combater as consequências do desastre, já foram apelidados de heróis. São engenheiros, técnicos, bombeiros e operários conscientes do perigo que representa o nível de radiações a que estão sujeitos. (Expresso)


Não sei que palavras usar perante esta enorme coragem com que os japoneses enfrentam a imensa tragédia.


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Mais um à rasca

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terça-feira, março 15, 2011

Go Home

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Emprestado por wehavekaosinthegarden.blogspot



Ele nunca devia invocar a sua legitimidade eleitoral pois ganhou as eleições em 2009 com base numa gigantesca mentira. Omitiu e ocultou o sufocante endividamento do país e prometeu obras faraónicas.
Ele devia perceber que a sua saída se tornou imprescindível na medida em que a maioria dos portugueses já não confia nas suas palavras. É cada vez mais penoso assistir à esquizofrenia dos seus discursos que alternam, trimestralmente, o optimismo delirante com a inevitabilidade dos PECs.
Agora, em mais um golpe de habilidade, vendeu um PEC à Europa, à revelia, e espera entalar os adversários com o facto consumado. Quando lhe disserem que não, demitir-se-á e dirá que não o deixaram salvar o país.

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China supera EUA como maior potência industrial

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WASHINGTON — A China destronou os Estados Unidos em 2010 e se tornou a maior potência manufatureira do mundo, segundo um estudo do centro de pesquisas econômicas IHS Global Insight.
A produção industrial da China representou 19,8% da produção manufatureira mundial em 2010, enquanto a parcela dos Estados Unidos representou 19,4%, segundo o IHS.
De acordo com o estudo, o valor agregado da produção industrial chinesa alcançou 1,995 trilhão de dólares (correntes) em 2010, contra 1,952 trilhão de dólares para os Estados Unidos.
"A produção manufatureira americana registrou uma forte recuperação em 2010, com um crescimento de 12,6% em valor agregado", destaca o IHS, mas o crescimento maior na China e a valorização do yuan em comparação ao dólar permitiram à República Popular da China superar os Estados Unidos.
O estudo destaca, no entanto, que a produtividade continua sendo bem superior nos Estados Unidos: "com 11,5 milhões de trabalhadores, o setor industrial americano produz quase o mesmo valor registrado pelo setor industrial chinês com 100 milhões de trabalhadores".
Fonte: AFP
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domingo, março 13, 2011

Carta aberta à geração “à rasca”

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Nasci há 65 anos num país onde não se podia criticar o governo. Os melhores filmes só se podiam ver no estrangeiro. Os melhores livros só por baixo da mesa e a olhar por cima do ombro.
Juntei-me humildemente aos que lutavam para acabar com tal estado de coisas e vivi durante anos no pavor de ser descoberto.
A meio do meu curso universitário, aos 22 anos, mandaram-me para a guerra “defender as províncias ultramarinas”. Lá estive dois anos a arriscar a vida, sem jornais, sem televisão e sem sequer imaginar o que viria a ser um telemóvel.
O Maio de 68 chegou atrasado e requentado ao país dos mosquitos em que passava a minha melhor juventude.
Quando voltei, com 25 anos, estava a leste da realidade do meu país e a maior parte dos meus amigos tinham-se dispersado pelas periferias e nunca mais voltámos a conviver regularmente.
Arranjei realmente um bom emprego mas aos 29 anos encarceraram-me a mim e à minha mulher. Por pouco levavam também o meu puto de 3 anos.
O 25 de Abril tirou-me da cadeia e impediu que eu perdesse tudo quanto tinha construído até então. O resto da história já vocês, melhor ou pior, conhecem.

Durante todo esse tempo nunca me passou pela cabeça declarar-me parvo ou vir para a rua dizer que estava à rasca. O estado do país preocupava-me demasiado para me procupar com a minha própria pessoa.

Conto-vos isto para vos convencer de que não há razões para desesperar.
Acho bem que se manifestem mas acho que isso não chega. E não levem para lá os vossos pais pois eles já têm problemas da coluna, e outros. Vendo bem eles são o vosso principal seguro de vida e não convém que se vão abaixo enquanto podem receber a pensão de reforma.
Não há ninguém que possa resolver o vosso problema. Nem o governo, mesmo que quisesse (o que é duvidoso). Nem as empresas que, como é da sua natureza, só vos contratarão se entenderem que podem ganhar dinheiro com isso.
O governo não tem dinheiro para mandar cantar um cego e não estou a ver o Belmiro a contratar uns milhares de sociólogos e de especialistas em relações internacionais.

Não queiram ser como os vossos pais. Não se resignem a uma vidinha de empregados por tuta e meia que sonham comprar um carrito e um T3 para os lados da Buraca.
Vocês é que têm que criar um mundo diferente, uma sociedade de novo tipo.
Ponham bombas, recusem os empregos marados e tornem-se hippies, boicotem produtos e empresas, criem cooperativas e mostrem-lhes o que valem.
Em suma façam qualquer coisa.
Mas por amor de Deus não fiquem à espera de que alguém resolva os vossos problemas.

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quinta-feira, março 10, 2011

O regime já está a mudar



Sem se falar muito nisso o regime já está a mudar. O Presidente está a deixar de ser a tradicional figura veneranda que todos respeitavam.
A III República, em vigor desde 1974, mesmo quando os presidentes começaram a ser civis provenientes dos partidos, tinha sempre assistido a uma atitude respeitosa para com os detentores do cargo.
A direita soube respeitar Mário Soares e Jorge Sampaio mesmo quando eles tomaram medidas que podiam ser interpretadas como favorecimento às suas cores. Sampaio sofreu até mais da parte dos seus correlegionários do que dos seus adversários (são inesquecíveis os impropérios boçais de Ana Gomes quando Sampaio aceitou nomear Santana Lopes em comparação com as brandas reacções da direita perante a demissão do seu governo que se apoiava numa maioria parlamentar).

Com Cavaco tudo está a mudar. A "esquerda" socialista, que se julgava detentora do exclusivo presidencial, não consegue engolir o sapo apesar de este sapo não lhe ter criado grandes problemas.
Em 2006 Mário Soares abandonou o parlamento sem cumprimentar Cavaco na tomada de posse.
Sócrates, em 2011, quebrou acintosamente o protocolo e recusou-se a ser o primeiro a cumprimentar o empossado.
Mas estes gestos protocolares são apenas o coroar de uma longa campanha mediática destinada a desacreditar Cavaco apresentando-o como um vigarista.

Esta esquerda desnorteada e impotente não hesita em desacreditar a própria democracia para salvar um chefe conjuntural que a história guardará como um perigoso mitómano.
Quem não tem estofo para respeitar as escolhas do povo português, quem envereda por uma política de terra  queimada, não tem legitimidade para se considerar democrata.

O futuro dirá aonde nos leva mais esta irresponsabilidade.

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quarta-feira, março 09, 2011

Então e a Quinta da Coelha?

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As palavras mais frequentes no discurso de tomada de posse de Cavaco (PÚBLICO)

Para meu grande espanto não se ouviu, da parte dos ilustres convidados, qualquer referência aos problemas cruciais de Portugal: a "Quinta da Coelha" e as "Acções do BPN".  Deviam ter convidado os "Homens da Luta".

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Não conspurquem o canto de intervenção

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Não me perturba nada que tenham ganho o festival. Estou-me nas tintas para o festival.
O que me perturba são os personagens, o "gel" e o outro. Representam o que de pior teve o PREC. Radicalismo boçal, pouco politizado.
Uma transferência demasiado rápida dos candidatos a galãs de bairro para a militância revolucionária.
Depreciam a luta, depreciam o (sublime) canto de intervenção português (um deles, com a sua boina e os seus óculos, tenta até imitar a imagem do Zeca Afonso).
Instilam uma imagem deplorável no espírito de quem não viveu Abril.

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Carnavais

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Se quer ver imagens do desfile do Domingo de Carnaval em Sines clique AQUI.

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sexta-feira, março 04, 2011

CCPPC

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Está a decorrer em Pequim a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, que reune cerca de 2000 cidadãos. Ainda um dia hei-de perceber como funciona o complexo sistema político chinês.
É um tema que todos nós precisamos, cada vez mais, de compreender. Aqui fica o que a Wikipédia diz acerca da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês:


A Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (中国人民政治协商会议, em chinês; Zhōngguó Rénmín Zhèngzhì Xiéshāng Huìyì, em pinyin), ou CCPPC, é um organismo consultivo político da República Popular da China. A entidade é formada por membros e não-membros do Partido Comunista da China (PCC), os quais debatem os princípios do comunismo chinês e, ocasionalmente, criam novos organismos governamentais. Seus membros são selecionados pelo PCC. Normalmente, a CCPPC convoca reuniões anuais que coincidem com as reuniões plenárias do Congresso Nacional Popular.
A CCPPC data de antes da criação da República Popular da China. Durante negociações entre o PCC e o Kuomintang em 1945, os dois partidos concordaram em convocar uma reunião multi-partidária acerca das reformas políticas do pós-guerra, na forma de uma Conferência Consultiva Política. A primeira conferência foi convocada pelo governo nacional em 10-31 de janeiro de 1946, em Chongqing, com a participação daquelas duas agremiações, ademais de representantes independentes e do Partido da Juventude Chinesa e da Liga Democrática Chinesa.
Em 1949, após tomar o controle da maior parte da China continental, o PCC organizou uma nova conferência, em setembro, ao convidar representantes de partidos amigos para debater a criação de um novo Estado. Esta reunião, que recebeu então o nome de Conferência Consultiva Política do Povo, aprovou o Programa Comum, que serviria de constituição de facto pelos cinco anos seguintes, e o hino nacional, a bandeira, a capital e o nome do novo Estado, além de eleger o primeiro governo da RPC. Na prática, a primeira CCPPC funcionou como uma assembléia constituinte.
De 1949 a 1954, a conferência operou como o poder Legislativo de facto da RPC. Naquele ano, a constituição transferiu esta função ao Congresso Nacional Popular.
Atualmente, o CCPPC não está expressamente previsto na constituição da RPC, mas exerce uma função semelhante à de uma Câmara Alta do poder Legislativo nacional. Há propostas para formalizá-lo na constituição.
Esta conferência consultiva tem um "Comité Nacional", que é o seu núcleo duro, isto é, o seu centro de poder.

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quinta-feira, março 03, 2011

A geração que desenrasca


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Mas há também uma “geração que desenrasca” quando a outra está “à rasca”.
Muitos avós vão buscar os putos à escola. Tomam conta deles algumas horas, ou mesmo o dia inteiro, quando estão doentes e não podem ir à escola.
Ajudam, de uma forma ou de outra, a pagar a casa, os colégios e a natação ou as aulas de música. Estão sempre lá quando surge o desemprego, o divórcio ou a doença.
A precariedade dos mais novos só ainda é suportável porque os mais velhos acumularam toda a vida em vez de gastar. Mesmo agora os mais velhos têm uma vida mais frugal do que os seus rendimento permitiriam porque pressentem a vulnerabilidade dos seus no futuro. Para além do ataque das mazelas da idade ainda têm que sofrer com a insegurança dos filhos e netos.
Em suma, a guerra de gerações faz pouco sentido. Atacar os rendimentos dos mais velhos pode ter efeitos catastróficos.
Estou certo de que muitas famílias, no seu conjunto, verão o seu estatuto económico cair acentuadamente quando o patriarca morrer e deixaram de poder contar com a sua confortável reforma.
Portanto a “geração que desenrasca”, para além de tudo o mais tem que cuidar bem da saúde, praticar exercício e alimentar-se correctamente. Dada a precariedade da “geração à rasca” a “geração que desenrasca” não se pode dar ao luxo de morrer cedo.

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quarta-feira, março 02, 2011

Carreiras académicas com sorte desigual

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O ministro da Defesa da Alemanha, Karl-Theodor zu Guttenberg, pediu demissão hoje após a revelação de que sua tese de doutorado tinha trechos plagiados. O escândalo abalou a carreira do político, visto como um dos mais promissores entre os jovens na política do país europeu.
Guttenberg disse hoje, no Ministério da Defesa, que estava entregando seu cargo à chanceler Angela Merkel. Ele definiu essa ação como "o passo mais difícil de minha vida", mas a fúria de pesquisadores e parlamentares da oposição após a descoberta de que muitos trechos da tese de 2006 haviam sido copiados sem citação das fontes impediu sua capacidade de cumprir suas tarefas. "Eu estou sempre disposto a brigar, mas alcancei o limite de minhas capacidades", afirmou ele.
O apoio popular a Guttenberg permaneceu alto, mesmo com o escândalo por plágio que surgiu há duas semanas. Mas a pressão da academia e da oposição pela renúncia cresceu bastante. A Universidade de Bayreuth, onde ele havia recebido o doutorado com honras em 2007, revogou seu título. Alunos de doutorado publicaram uma carta aberta pela renúncia do ministro, firmada por mais de 50 mil pessoas na internet.
Estadão.com, 01.03.2011

Parece que a chanceler Merkel, bastante afectada por esta demissão, chamou Sócrates a Berlim, hoje,  para lhe perguntar como é que ele se conseguiu aguentar no cargo, depois de ter sido conhecida publicamente a sua carreira académica.

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