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É comovente a candura de Passos Coelho. Vem anunciar o que tenciona fazer antes de ter sido eleito, quando qualquer aprendiz de político sabe que isso dá mau resultado. O PS e o engenheiro acabam de ganhar o euromilhões.
O fenómeno é ainda mais espantoso por ocorrer depois de se ter assistido ao afundamento inglório da sua antecessora que, num acto tresloucado, resolveu pôr a crise cuja existência ninguém queria admitir no centro do debate eleitoral.
Passos Coelho mostra nada ter aprendido com o engenheiro Sócrates que ganhou as eleições de Setembro precisamente porque conseguiu evitar qualquer referência ao endividamento externo.
Passos Coelho, pelo contrário, pensa conquistar os eleitores enquanto lhes anuncia que vão ter que pagar pela saúde e pela educação apesar de o seu emprego deixar de estar garantido para toda a vida.
A sua passagem meteórica pela política nacional será recordada, durante muitos anos, como o caso mais notável de sinceridade inoportuna e suicida que a política portuguesa conheceu.
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