Porque é que a Europa é uma região decadente ?
Tomemos como sinais de saúde económica e social a capacidade de:
- criar empregos estáveis e bem pagos para os seus cidadãos
- ter trocas comerciais equilibradas com o exterior
- gerar receitas do Estado em quantidade suficiente para que cumpra as suas funções sociais e de soberania.
Estes critérios mostram-se cada vez mais irrealizáveis na Europa pelas seguintes ordens de razões:
1. A revolução tecnológica faz continuamente desaparecer empregos, quer pelo aumento da produtividade quer pelo simples desaparecimento de certas profissões.
Embora este efeito se sinta em todo o planeta há regiões onde tem menor impacto (por exemplo onde a industria pode recorrer a mão de obra muito barata dispensando a automatização e onde os serviços têm menor peso).
Também há regiões onde a produção de bens tecnológicos cria muitos empregos compensando desse modo as perdas noutros sectores.
2. O aumento do peso dos serviços na economia provoca uma transformação nas relações laborais que é adversa ao assalariamento estável. As profissões têm cada vez mais um caracter intelectual e criativo e tendem cada vez mais para a descontinuidade e a subcontratação.
Há porém algumas regiões do globo onde embora predominem os serviços a proporção dos serviços exportáveis é muito importante.
3. A evolução demográfica afecta brutalmente a Europa pela redução da população activa e pelo aumento da despesa do Estado. Há outras regiões onde o envelhecimento da população também acontece mas onde as responsabilidades do Estado na saúde e no apoio social são muito menos intensas.
4. O longo processo do fim do colonialismo está agora a mostrar os seus resultados.
Os países dominados tornaram-se ciosos das suas matérias primas, os povos bárbaros e incultos acederam à educação e às tecnologias.
Os trabalhadores não sindicalizados atraem as empresas e estas arrastam consigo o know-how. Multidões gigantescas convertem-se em mercados onde as empresas autóctones obtêm crescimentos brutais.
É verdade que as empresas europeias também beneficiam destes gigantescos mercados, mas quem lá vende em geral não cria emprego na Europa e provavelmente também não paga na Europa impostos sobre os enormes lucros.
Empresas desses países outrora colonizados tornam-se credores das tradicionais superpotências e compram empresas e marcas por todo o planeta, incluindo na Europa.É neste quadro que importa perceber a precária situação de Portugal e o que podemos esperar do futuro económico da Europa.
Se não forem tomadas decisões estratégicas, que transcendam as proverbiais declarações de superioridade moral, o nosso destino comum é a decadência lenta mas inexorável.
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2 comentários:
... lenta ???
nelson anjos
Pois e.... nesta fase nada a fazer... ninguem deixara fazer alguma coisa, felizmente arranjei trabalho "emergente"
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