segunda-feira, junho 01, 2009

A legitimidade do amor


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Nunca pensei assistir a uma luta "progressista" para conseguir a sujeição das relações amorosas e dos sentimentos a um formalismo burguês como o casamento.
Se a questão é a igualdade entre hetero e homossexuais, então defenda-se o fim do casamento, o gay e o outro. Elimina-se o mal pela raiz.
Quando Ana Zanatti, este fim de semana, numa sessão do Movimento pela Igualdade, disse: "A plena legitimidade do amor está ainda por conquistar" é caso para perguntar se a "legitimidade do amor" é o casamento, mesmo admitindo o absurdo de o amor precisar de ser legitimado.
Essa concepção de cariz retrógrado é mais ao estilo de Bento XVI.
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7 comentários:

Anónimo disse...

a sociedade valoriza o casamento, logo é natural que sendo um direito de uns, outros também o queiram, sobretudo porque é um sinal de discriminação não o poderem fazer.
As palavras que as pessoas escolhem também podem não ser as mais felizes mas se calhar a Ana Zanatti acha que o seu amor tem de ser legitimado pelo casamento. Estaria no direito dela, e haverá quem o faça pela mesmíssima razão.
Eu pessoalmente acho que toda a parafernália religiosa que rodeia a legislação sobre o casamento devia desaparecer ou ser reenquadrada para quem quer casar pela igreja. Se assim fosse toda esta história teria sido mais simples.
Ainda verá como tudo acontece, i.e., pessoas do mesmo sexo poderem casar-se, sem que a sociedade fique em ruínas e o casamento desvalorizado, pelo contrário.

F. Penim Redondo disse...

Essa de "a sociedade valoriza o casamento" é coisa do passado.
Eu tenho dois filhos que não precisaram de se casar para serem felizes com as suas companheiras.

Anónimo disse...

pois eu também acho que não é preciso o casamento para se ser feliz, mas há direitos que advêm do casamento, nomeadamente sucessórios e afins.

viajantes disse...

julgo que a questão não passa de maneira nenhuma pela valorização ou não do casamento mas sim pela aquisição de um direito. se temos liberdade se a adquirimos, podemos fazer dela o que nos der na real gana, mas têmo-la, e não a alienaremos de maneira nenhuma, é um direito conquistado, institucionalizado. O casamento pode existir, usar esse direito ou não, já estaria nas mãos de cada um. A felicidade é outro departamento e que não depende de nenhuma instituição...

F. Penim Redondo disse...

Penso que a união de facto já hoje garante quase todos os "direitos materiais".
se necessário complete-se.
Mas por favor não se confunda os sentimentos, a felicidade e as relações pessoais com os contratos que espelham a ideologia de uma sociedade.

Anónimo disse...

Gamei :)

viajantes disse...

(...) e ah e tal, porque ...a união de facto já hoje garante quase todos os "direitos materiais"...e...
se necessário complete-se", e agora o que dizer do vetodo PR? estou curiosa pelo seu registo de opinião sobre... abraço!