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Qual foi a maior surpresa vinda do regime chinês nestes últimos vinte anos?
Se olharmos para trás e recuarmos a Tiananmen, acho que conseguiríamos imaginar este crescimento económico. Isso era concebível. Mas não se esperava que o sistema político fosse tão resistente como tem sido. Fizeram um trabalho impressionante de adaptação do seu autoritarismo. Saíram-se tristemente bem! E ao contrário do que poderíamos esperar também, tornaram-se numa grande potência sem criar uma tensão grande na região, ou nas grandes potências. Há tensões inevitáveis, mas a sua estratégia de apaziguamento tem sido muito bem sucedida. Seria de esperar o aparecimento de coligações de países asiáticos [contra a China], ou tensões mais sistemáticas com os EUA, mas na verdade, as relações melhoraram muito nos dois casos, fortaleceram-se. E este processo será agora muito mais difícil de interromper.
Consegue imaginar um regime democrático na China nos próximos 10 ou 20 anos?
Vinte sim, dez não! Será interessante ver a questão das transições políticas. Hu Jintao é o último líder a ser nomeado por Deng Xiaoping e depois teremos líderes que não receberam o aval dos fundadores da República Popular. Serão seleccionados por um processo que ainda é relativamente novo para um estado autoritário. A transição de Jiang Zemin para Hu Jintao foi um alto momento de transferência de poder. Se conseguirão ou não manter esta transição com sucesso é ainda uma questão. Acho que conseguirão, mas haverá uma diminuição de poder a cada ronda de novos líderes.
Como serão escolhidos?
Suponho que o processo venha a ser uma geração escolher a outra, pessoas que estão preparadas para receber a confiança do Partido e receber poder. Será como uma empresa que dá poder a um novo CEO, com os sucessores a serem escolhidos. É um processo difícil. Se olharmos para o grupo de potenciais líderes, qualquer um deles poderá perder a sua posição muito depressa, não tem uma posição de força nem a bênção de Hu Jintao. Provavelmente, haverá um enfraquecimento progressivo da próxima liderança. Mesmo Hu Jintao ainda tem de pesar as suas relações com Jiang Zemin. Haverá facções, necessidade de construir bases de poder, estarão numa posição mais fraca.
Será mais fácil assim ver as lutas internas do Partido?
Eles fazem um bom trabalho a manter isso à porta fechada, por enquanto. Mas a tensão virá se houver uma grande crise de política externa, uma séria crise económica. Quem deverá ter o poder numa situação destas? Quem conseguirá tomar decisões concertadas? De repente estas questões de autoridade e tomada de decisão vêm ao de cima com uma grande crise.A outra questão é: há neste momento uma classe média que é ainda de primeira geração. Saiu da pobreza e de um período em que as suas famílias eram pobres e eles também. Há de certa forma um sentimento de gratidão pelo que o Governo fez por eles, dando-lhes uma nova riqueza e um conjunto de liberdades. A segunda geração será um teste: será uma geração que apenas conheceu isto e que não estará grata, e terá mais expectativas em relação aos seus direitos e liberdades. Poderá pressionar mais o sistema político, e é possível que a nova classe média lute mais pelos seus direitos do que a actual. Isso será outro teste ao sistema.O Partido protege os interesses da classe média em detrimento da maior massa populacional; há uma “conspiração” de elite para proteger os interesses da classe média face aos mais pobres. Isso também já é uma tensão.
O que prevê para os próximos 20 anos?
Em dez anos ainda teremos uma coisa parecida com o sistema actual; em 20 haverá transições de liderança com a segunda geração da classe média a ser mais prevalecente... Em alguns aspectos, a China ainda é tratada como pertencendo a uma classe diferente por causa do seu sistema político. Não é tratada como as democracias mundiais. Para ser uma potência mundial de pleno direito, o seu sistema político terá de mudar. Quando a memória de Tiananmen desaparecer – que ainda está muito viva –, afastando as inseguranças que criou, e a velha guarda do Partido também, haverá mais possibilidades de vermos mudanças.
Extractos da entrevista feita pelo Público a Andrew Small, especialista em questões chinesas do German Marshall Fund dos EUA. (ver texto completo)
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O TEMA DA MINHA PEÇA JÁ CONTA COM UM ALERTA
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ATÉ PARECE QUE ESTE VÍDEO
FOI CONSTRUÍDO
PARA DEIXAR A MENSAGEM FINAL
À MINHA OBRA TEATRAL
*Ora vejam... aonde foram parar a família, a escola, os amigo...
Há 8 horas
2 comentários:
O presidente da Liga de Chineses em Portugal (LCP), Y Ping Chow, considera que a repressão usada na manifestação da praça de Tiananmen, em 1989, em Pequim «foi um mal necessário para evitar um mal maior».
Em declarações ao tvi24.pt, na celebração dos vinte anos da manifestação pró-democrática, Y Ping Chow, descendente da primeira família de chineses residente em Portugal, referiu que se as autoridades chinesas «não tivessem tomado uma decisão drástica» o resultado «seria uma revolta incontrolável».
Apesar de «compreender a posição dos manifestantes», que reivindicavam uma reforma democrática, acredita que os 100 mil estudantes, professores e intelectuais que rumaram à principal praça de Pequim, no dia 4 de Junho de 1989, «não escolheram a melhor altura para o fazer». Por isso mesmo «houve uma decisão forçada por parte das autoridades chinesas» para intervir.
Liberdade política «vem com o tempo»
Mesmo sendo a favor da liberdade política, Y Ping Chow acredita fundamentalmente que a população necessita, antes de tudo, de estabilidade financeira. «O povo não tem interesse em liberdade política, quer sim viver bem», só depois «de ter dinheiro para comer, para beber e para bens materiais é que pode preocupar-se com outras coisas».
Chow acredita que nestes últimos vinte anos, o regime chinês «acelerou a abertura económica» e tem a certeza de que «com o tempo as coisas vão abrir mais» no que toca à liberdade política e à liberdade de expressão.
Depois de todos estes anos, o responsável pela LCP não acredita que «outra manifestação fosse possível de acontecer agora». Para Y Ping Chow «os chineses agora vivem bem» e «as pessoas satisfeitas não pedem mais».
Imensamente pior,é o Imperialismo norte americano mas,pelos vistos,a roubalheira,as mortes,assassinios,torturas,invasões,o neo-colonialismo,nada disto dizem ao dono do blogque se passeia pacatamente na Portela de Sacavém.Fica bem para a plateia da vizinhança....
Não vai um postezinho a favor dos ambiciosos 'clientes' do BPP que coitadinhos querem o seu dinheirinho de volta,da parte do Estado,mas postos num bancop estrangeiro.Ah! essa gente na maioria é contra o Rendimento Minimo Garantido para os pobres,mas que agora vêm reclamar o dinheiro que perderam com a elite meritória,rigorosa,competente do CAVAQUISMO.
Foda-se!Tenho dito.
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