A capacidade humana de ler rostos,
tratada neste interessante artigo do Público, (https://www.publico.pt/2018/03/05/ciencia/noticia/um-sorriso-como-resposta-nem-sempre-e-bom-e-pode-causar-stress-1805185) levanta várias questões em áreas a que dedico alguma atenção; a fotografia e a automatização.
Muitos retratos feitos na rua pelos fotógrafos, de improviso, podiam constituir um compêndio de expressões daqueles que são confrontados com as câmaras fotográficas.
Antes do disparo há, quase sempre, uma troca de olhares entre o fotógrafo e o fotografado; avaliam-se mutuamente, nas suas intenções, e a fotografia é a consequência de um entendimento tácito de contornos muito complexos.
É essa complexidade que ainda distingue os humanos dos "robots", que não conseguem lidar com a multiplicidade de expressões faciais possíveis e muito menos interpretá-las à luz das circunstâncias possíveis, elas também muito numerosas.
É por isso que o rosto humano sempre foi, e continua a ser, uma fonte inesgotável de imagens de que nunca nos cansamos.
O retrato mostra-nos o outro, que no fundo é sempre um espelho de nós próprios.
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