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Este interessantíssimo texto de Pedro Mexia no Expresso de hoje, que me diz tanto, motivou no meu espírito um vasto conjunto de reflexões.
Eu, como muitos, fiz fotografias durante a vida inteira. Não só "Momentos Kodak", no sentido que Mexia atribui ao termo, mas muitas outras dos mais variados géneros.
Sou levado a pensar que este tipo de percurso, feito com imagens, não tem tido a mesma atenção que é dedicada ao que cada um escreveu, disse ou fez.
Claro que o acervo produzido por fotógrafos de renome é estudado e exposto ao grande público mas no sentido de perceber e reconhecer uma obra.
A verdade é que mesmo as fotografias que fazemos como "homens comuns" têm muitas vezes, ainda que inconscientemente, o intuito de produzir uma espécie de notoriedade íntima.
Quando olhamos para aquilo que cada um decidiu fotografar, e para a forma como o fez ao longo da vida, mesmo quando se trata de pessoas que não pertencem ao conjunto estabelecido dos "artistas", é ou não possível traçar um perfil psicológio e cultural? reconhecer caminhos paradigmáticos de grupos e classes? apreender sociologias do comportamento e visões do mundo? verificar a influência das épocas, modas e fases da vida? detectar pegadas sociais e psicológicas das tecnologias?
Se estas perguntas podem ter resposta positiva então há que inaugurar um novo conceito, uma nova disciplina e um novo campo de investigação: a VITAFOTOLOGIA.
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