Na década de 1870 * (quando foi publicado o Manifesto do Partido Comunista) não era muito diferente ser-se camponês pobre na China, EUA ou Grã-Bretanha. Era um mundo marxista, no sentido em que havia alguma semelhança entre o rendimento e as condições de vida dessas pessoas e, portanto, justificava-se alguma solidariedade.Daí o apelo de Marx (Proletários de todos os países uni-vos!). É muito mais difícil a solidariedade quando o rendimento de um caponês pobre em Portugal pode ser dez vezes superior ao de um de Angola.Passámos de um mundo de proletários a um mundo de migrantes. A diferença entre Europa e África é tão grande que não há projecto político que possa unir essas pessoas.
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No mundo marxista, a grande clivagem era a nível nacional, entre capitalistas e trabalhadores. Dependia da classe. Hoje, a grande clivagem dá-se entre países. A desigualdade tem, sobretudo, a ver com o local onde se nasce. E a migração é o meio mais poderoso para reduzir a desigualdade global.
Entrevista a Branko Milanovic, autor de "The Haves and the Have-Nots", na VISÃO de 16.02.2012
(*) a data indicada para a publicação está errada, não sabemos se por responsabilidade de Branko ou do entrevistador.
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No mundo marxista, a grande clivagem era a nível nacional, entre capitalistas e trabalhadores. Dependia da classe. Hoje, a grande clivagem dá-se entre países. A desigualdade tem, sobretudo, a ver com o local onde se nasce. E a migração é o meio mais poderoso para reduzir a desigualdade global.
Entrevista a Branko Milanovic, autor de "The Haves and the Have-Nots", na VISÃO de 16.02.2012
(*) a data indicada para a publicação está errada, não sabemos se por responsabilidade de Branko ou do entrevistador.
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2 comentários:
A migração nos moldes que tem acontecido é também uma das grandes destruidoras da memória, não necessariamente colectiva porque institucional, mas empírica dos costumes.
Sem dúvida, Nuno, é um preço muito alto que se paga
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