quinta-feira, junho 30, 2011

Partido Comunista Chinês celebra 90º aniversário

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PEQUIM, China — O Partido Comunista Chinês (PCC), fundado há 90 anos por uma dezena de intelectuais, dirige atualmente a segunda maior economia mundial, mas analistas estimam que os desequilíbrios do país e a falta de democracia ameaçam o regime a médio e longo prazos.
Com a aproximação do aniversário de fundação, no final de julho de 1921 em Xangai, foram distribuídos em todo o país cerca de 218 milhões de ingressos para o filme "Início do grande renascimento", que faz parte de uma campanha de propaganda do partido.
"Partido político marxista, o PCC teve desde 1921 um percurso glorioso e magnífico", estima o vice-presidente de seu comitê de organização, Wang Qinfeng, apesar dos milhares de mortos durante o Grande Salto Adiante (1959-61) e na Revolução Cultural (1966-1976), reconhecidos pelo regime.
Após o falecimento de Mao, em 1976, três décadas de "reformas e abertura" dirigidas por Deng Xiaoping e seus sucessores transformaram a China em uma potência econômica, enquanto o partido abandonava diferentes aspectos do maoísmo, sem, no entanto, renunciar ao monopólio do poder.
(ler o resto do artigo de Marianne Barriaux AQUI)

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quarta-feira, junho 29, 2011

Sem explosões

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O Presidente da República não falou do programa do Governo, mas sublinhou que os portugueses não podem ter ilusões porque Portugal chegou a uma "situação explosiva" e insistiu na "distribuição justa" dos sacrifícios. DN 28.06.2011


‎"Situação explosiva"? 
Senhor Presidente, não é conveniente espalhar alarmismos. 
A mim parece-me que os portugueses já perceberam muito bem a situação em que o país se encontra e estão preparados para assumir as consequências. 
Sem explosões.


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terça-feira, junho 28, 2011

Il dit n'importe quoi




"A Europa é uma vergonha, porque não tem líder à altura da situação. O que estão a fazer à Grécia é uma vergonha, porque a Grécia é a pátria e a inventora da democracia, da ciência e da cultura", considerou o ex-Presidente da República Mário Soares. 


Uma vergonha intelectual é equiparar a Grécia nascida no século XIX, e os seus actuais desmandos e trambiques, com a Grécia clássica de há 2.500 anos que foi o berço da nossa civilização. Não tem nada a ver uma coisa com a outra, excepto o território.
Se Soares com este seu rigor é o pai da nossa democracia então podemos dizer, dado o estado em que ela se encontra, "quem sai aos seus não degenera".
Como bem dizia em tempos "son ami Mitterrand", Soares "dit n'importe quoi".



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segunda-feira, junho 27, 2011

A última verdade nua e crua

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Esta iniciativa "vem pedalar" é paradigmática da crise de confiança que abala as nossas sociedades. 
Qualquer grupelho minúsculo de exibicionistas tem cobertura mediática e fala como se fosse detentor de uma superioridade moral que escapa ao comum dos cidadãos. 
Fazendo tábua rasa das instituições e dos constrangimentos económicos e sociais, pregam a última moda de um radicalismo folclórico, que logo depois dará lugar a uma nova fé redentora.
Em Lisboa exigem mais "vias cicláveis" apesar de as existentes, pagas por todos os cidadãos, terem uma utilização ridiculamente baixa.
Não há pachorra.



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Castilla - La Mancha

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Toledo e Cuenca tal como as vi no princípio deste mês de Junho (ver as fotografias aqui)

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quinta-feira, junho 23, 2011

Uma potência que compra em segunda mão

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A China, sempre parcimoniosa, comprou um porta-aviões, o Variag, em segunda mão (eu também faço o mesmo com os automóveis para não sofrer a desvalorização à saída do stand). 
O Varyag - (em russo Варяг) - era um porta-aviões soviético multifacetado da Classe Kuznetsov, conhecido como Riga, e foi lançado a 4 de Dezembro de 1988, sendo renomeado para Varyag no final da década de 1990.
Em 2002, foi vendido pela Ucrânia a uma pequena companhia turística chinesa que pretendia transformá-lo em um casino flutuante. Mas boatos dão conta que na realidade a China deseja usá-lo como modelo para a construção de seus futuros próprios porta-aviões.
Aplicou-lhe a sua abundante mão-de-obra e está pronto para navegar. Vai iniciar os seus primeiros testes em águas abertas a 1 de Julho, coincidindo com os 90 anos do Partido Comunista da China. 
Assim se começa a cumprir o sonho da China; transformar-se também numa potência marítima e não apenas continental.



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quarta-feira, junho 22, 2011

Como reconhecer a esquerda?

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Retirado do texto "Como reconhecer a esquerda?" de António Guerreiro, no Expresso de 18.06.2011



O pano de fundo destas considerações, não devemos omiti-lo, é o seguinte: a diferença entre direita e esquerda está hoje longe de ser tão evidente quanto foi no passado, quando se podia falar com toda a atualidade de movimento operário, de democracia de massas, do partido do proletariado, de Estados socialistas, etc. Quando as grandes figuras de invocação da esquerda ficaram reduzidas à nulidade, a partir do momento em que se deu o esvaziamento de instituições e ideologias que lhe garantiam o sentido, foi preciso reconstruir o discurso. Tarefa difícil, como temos visto, tanto mais que o triunfo à escala planetária do modelo da sociedade de consumo e de produção determinou o fim da política sem deixar entrever nenhuma nova figura da polis. A esquerda não se tem mostrado à altura da nova matéria política com que foi confrontada.
Voltemos às questões duras e pensemos no que se tem passado por cá. A causa maior da esquerda, em Portugal, tem sido a defesa de uma forte intervenção do Estado, como garantia dos direitos e das liberdades sociais. A defesa de um Estado forte foi, em tempos, uma prerrogativa da direita. Mas, ainda que percebamos o porquê desta inversão, devemos estranhar que a esquerda se tenha confinado, em termos teóricos, a uma política estatal e tenha fetichizado o Estado como substituto das categorias políticas que caducaram. Assim, quanto às políticas económicas e sociais, a única diferença entre esquerda e direita parece reduzir-se a isto: a esquerda defende que o Estado deve garantir a equidade na distribuição da riqueza; a direita defende que só haverá riqueza a distribuir na condição de se limitar o papel e a intervenção do Estado ao mínimo. Mas acordam na ideia de que é preciso produzir cada vez mais riqueza para dar emprego e bem-estar a toda a gente. Ou seja, só se distinguem nos modos de distribuição da riqueza; mas no que diz respeito à sua produção, (e ao correspondente dogma do 'crescimento') estão emcompleta sintonia. A esquerda oblitera assim tanto uma crítica do trabalho como uma crítica do regime de produção da sociedade de consumo, como se, tal como a direita democrático-liberal, considerasse esse regime uma ordem natural. Ora, as questões que hoje se colocam (entre outras razões, por imperativos ecológicos e porque os recursos não são inesgotáveis) estão também do lado da produção. E de uma maneira que não pode limitar-se a ser equacionada nos termos marxistas, opondo os detentores da força-trabalho aos detentores dos meios de produção. E assim a esquerda se foi afastando de uma política de emancipação que corresponda a um projeto eminentemente crítico.
Por outro lado, a política foi-se reduzindo, à governamentalidade.. Atos tão importantes da democracia como as eleições tornam-se uma caricatura quando já só servem uma racionalidade económico-governamental, numa lógica que já não é política, mas meramente gestionária. Muitos dirão que isso se deve ao facto de termos problemas urgentes de gestão económica e financeira que absorvem tudo o resto. Mas esse pensamento só se impôs precisamente porque a democracia ficou reduzida às questões da governação. Se as alternativas foram evacuadas pela hegemonia dominante, se se pensa que tudo é matéria de gestão — no limite, gestão da catástrofe —, então é porque se consumou uma total despolitização. A despolitização é um fenómeno moderno, como mostrou Carl Schmitt, mas alcançou o seu máximo grau quando o poder político se tornou exclusivamente uma prática de governo da economia. A tendência irresistível da máquina governamental, como já todos percebemos, é a de fazer dos cidadãos objetos passivos nas mãos e nos cálculos do Estado. A partir do momento em que a gestão burocrático-governamental domina a política, esta deixa de se basear no conflito, que está no cerne da tradição democrática, enquanto algo que não pode ser mediado e governado. Os apelos ao consenso a que temos assistido em Portugal correspondem a uma neutralização do conflito, que deixa de ter lugar na representação política. Notemos que o 'conflito' entre o PS e o PSD não é verdadeiramente um conflito político (e, portanto, também não ideológico): é um conflito doméstico, familiar — um teatro de sombras que releva da lógica da pessoalização e do carácter. O modelo da governamentalidade diz-nos que tudo tem de ser governado, gerido e normalizado; e transforma a democracia numa gestão racional, isto é, numa economia. Nesta perspetiva, esteja nas mãos da direita ou da esquerda, a máquina governamental segue imparável o seu caminho e faz o seu trabalho (daí a ideia de que a esquerda, uma vez no governo, faz uma política igual à da direita). A ideia do ‘voto útil’ inscreve-se na perspetiva de que a política deve ser anulada em favor do eficaz funcionamento da máquina. A política pressupõe sempre uma exterioridade; a governamentalidade não tem exterior.
Ora, que o modelo liberal seja um mediador de conflitos, por excelência, não admira. Mas que a esquerda tenha caído na lógica do pensamento da governamentalidade é um facto cheio de consequências — é o que a leva a transigir, sempre. Um pouco por todo o lado, é a esquerda que tem preparado os instrumentos de que a direita se serve quando chega ao poder. Transigir em tudo, conciliar tudo com o seu contrário — eis o seu programa.






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domingo, junho 19, 2011

Que mais nos irá acontecer?



A recente campanha para as legislativas demonstrou que um partido no poder, quando chega a ser odiado por quase toda a gente, deve abster-se de atacar os adversários. Porquê? Porque nessas circunstâncias as críticas (por ex. de ultra-neo-liberalismo) se transformam em elogios e os perigos augurados (por ex. o desmantelamento do estado social) se convertem em objectos de desejo.
Em tais situações, em vez de atacar os adversários, é preferível falar da bondade das realizações próprias ou dos planos excelentes que se tem para o futuro. Perde-se à mesma mas não se reforça a influência ideológica do adversário.

Mas se as eleições de 5 de Junho foram inoportunas em face dos problemas do país, a disputa que lhes sucedeu imediatamente, pela liderança do partido derrotado, é o que de pior podia acontecer no período pós-eleitoral. Os candidatos sentem-se obrigados, cada um mais do que o outro, a demonstrar através de bravatas a sua sanha contra o adversário que acabou de os derrotar.

Entretêm-se por isso a prolongar penosamente a campanha que acabou no dia 5 de Junho, e cujos resultados são irreversíveis, cometendo exactamente o mesmo erro estratégico (explicado mais acima) que o líder deposto.

Assis e Seguro regressam paradoxalmente às acusações ao PSD, que a votação do dia 5 mostrou serem totalmente ineficazes, em vez de se concentrarem nos erros do PS que atiraram mais de metade dos eleitores para os braços da direita.

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sexta-feira, junho 17, 2011

Parábola dos náufragos




Era uma vez duas barcas que se perderam no mar, com céu nublado e sem estrelas, sem instrumentos de navegação, num tempo remoto em que não havia GPS.
Levantou-se algazarra sobre que direcção tomar, e foi tão grande que resolveram fazer uma votação.
Se bem o pensaram melhor o fizeram. Numa delas ganhou o norte e na outra venceu o sul.
A do norte, após calar os recalcitrantes, desatou a remar e alcançou terra firme quinze dias depois, já sem água potável e quase sem esperança.
Na aldeia a que aportaram ficaram a saber que, se tivessem rumado a sul, teriam encontrado terra firme em três parcos dias. Voltou a algazarra e houve muitas cabeças partidas mas salvaram-se todos.
A do sul, apesar da votação, não conseguiu sair do local onde se encontrava no meio do mar. Havia quem discordasse do resultado e se recusasse a remar. Houve mesmo quem tivesse arremessado os remos borda fora como protesto contra a burrice dos outros votantes.
As discussões continuaram até que a água se acabou e as gargantas secaram.
A partir desse ponto só por gestos se agrediram enquanto o sol não os queimou também.
Ainda hoje a barca à deriva, carregada de ossos, ameaça dar à costa num lugar qualquer.

quinta-feira, junho 16, 2011

Quem Vai à Guerra



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Um belíssimo filme sobre o sacrifício de uma geração.
E também o registo de algumas das minhas memórias pessoais.

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A vingança dos PIGS





Uma boa parte da minha vida tentei imaginar o fim do capitalismo como um caos galopante mas agora, pelo que me dizem, o capitalismo alimenta-se do seu próprio caos. Será que tudo isto faz algum sentido?


Nesses tempos costumava pensar-se que o descalabro do capitalismo, ainda que penoso, seria a porta de entrada num mundo paradisíaco (de qualquer forma sem as 10.000 virgens que já estavam reservadas para os muçulmanos). Mas hoje o descalabro parece-se demasiado com um mero descalabro.


Agora todos os dias os jornais dão sinais do desmoronamento daquilo a que costumávamos chamar prosperidade ocidental.
Mas em verdade vos digo que, nestes tempos de decadência geral, será muito mais fácil e suportável estar de tanga no Sul da Europa do que na Alemanha. É a vingança dos PIGS.


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sexta-feira, junho 10, 2011

Qué da minha Raquel?

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Sete anos é o tempo que levo de serviço nesta blogosfera e ainda não sei muito bem quem é a minha Raquel. Começo, portanto, a servir outros sete anos.
É nisto que dá comemorar o aniversário do blog no dia de Portugal e de Camões.

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terça-feira, junho 07, 2011

Período de reflexão



Nada pode escamotear a dimensão desta derrota para a esquerda portuguesa. Após anos em que teve uma sólida maioria sociológica no país, e após uma crise do capitalismo que lhe deu, temporariamente, uma hegemonia no discurso, com uma esquerda radical que tinha a maior proporção de votos da Europa, deixamos (eu incluo-me neste “nós”) o país nas mãos do FMI, do PSD mais neoliberal de sempre, e do CDS de Paulo Portas com o dobro dos votos do BE e do PCP. Não há ninguém de esquerda que possa olhar para este panorama e ficar satisfeito.
O discurso de “estivemos onde tínhamos de estar” e “estaremos onde tivermos de estar” é absolutamente inadequado para uma ocasião destas. Onde está a reflexão que permite saber onde se situa esse “onde”?
Nós à esquerda temos uma análise impecável desta crise. Impecável até demais. Sabemos onde falhou o sistema financeiro. Sabemos onde falhou o neoliberalismo. Sabemos onde falhou o centro-direita, e o centro-esquerda, e a social-democracia. Sabemos tudo, é fantástico. Só não sabemos responder a esta pergunta: onde falhámos nós?
Sim, porque nós havemos de ter falhado em qualquer coisa. Se não tivéssemos falhado, não teríamos a troika a tomar conta da casa. Se não tivéssemos falhado, não teríamos, dois anos depois de os bancos terem estourado com o sistema financeiro, o discurso hegemónico a estourar com o estado social em favor da mítica austeridade.
A esquerda não será séria se achar que fez tudo bem e que, para o futuro, só há que continuar a fazer o mesmo.
Para a esquerda, o tempo está virado do avesso. O dia das eleições foi ontem. O dia da reflexão só agora começou.
Ver este importante texto de Rui Tavares, completo, AQUI

segunda-feira, junho 06, 2011

Vem aí o lobo







O Partido Socialista cometeu uma enorme imprudência, para não lhe chamar provocação, ao forçar José Sócrates como candidato nestas eleições, mesmo sabendo que uma larga maioria dos portugueses já não podia sequer vê-lo repetir as suas lengalengas.
A campanha socialista, por causa disso, consistiu numa frenética diabolização dos adversários a quem atribuiu as intenções mais monstruosas ao estilo "vem aí o lobo" (ainda contarão esta história às crianças?).
Perante os resultados da votação é caso para perguntar se a maioria dos portugueses querem realmente a destruição do estado social e a instauração da selvajaria nas relações laborais. É claro que não querem. 

Os portugueses não acreditaram na veracidade dessas acusações e castigaram aqueles que tentaram usar o medo para se manter no poder.


Este episódio é no entanto o culminar de um longo processo com que Sócrates anestesiou o PS, de tal modo que ninguém se atreve hoje a prever o modo como se fará a sua substituição. Ele emergiu em 2005, num momento de excessiva facilidade, aproveitando uma onda contra Santana Lopes que lhe deu a maioria absoluta. Já na altura eu alertei o júbilo da esquerda para uma vitória com pés de barro, por não se alicerçar num projecto digno desse nome.


Em 2009 Sócrates foi reeleito, embora perdendo a maioria absoluta, mas a sua vitória, sabemos hoje, baseou-se em omissões e mistificações sobre a real situação financeira do país. Essa fuga para a frente, por vezes alucinante, manteve-se até à sua irremediável queda em 2011, abandonado pelo próprio ministro das finanças.


Pelo caminho cometeu o que seria talvez o seu maior erro estratégico. Não soube resistir à chantagem do Bloco e embarcou na candidaventura presidencial de Manuel Alegre. De uma penada afrontou o seu eleitorado de duas formas: por um lado misturando-se com o "radicalismo irresponsável" e por outro afrontando Cavaco que se mantinha como o único referencial para a maioria do eleitorado do centro. A manobra era obviamente postiça mas os 19% de Alegre nas urnas mostraram que uma grande parte dos votantes socialistas tinham optado pelo adultério.


De toda essa trapalhada o PS só conseguiu um resultado, o regresso ontem ao redil de uns 4% de eleitores que em 2009 tinham fugido para o BE. Se não fosse esse regresso a derrota do Partido Socialista teria uma dimensão histórica, só comparável ao descalabro que lhe causou o PRD de inspiração eanista em 1985.


A demissão de Sócrates, apresentada no meio das ruínas, foi o último acto desta tragédia protagonizada por um homem que se revelou um comunicador de grande nível mas que nunca conseguiu ultrapassar a sua própria pequenez cultural  e de carácter. O país acordou mais livre.


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sábado, junho 04, 2011

Eles falam tudo

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Eles começaram a campanha muito antes da data legalmente estabelecida.
Quando a campanha se iniciou já nós estávamos fartos de os ouvir.
Eles não ganham o nosso voto esclarecendo-nos mas sim cansando-nos.
Eles falam tudo, eles falam tudo, eles falam tudo e não dizem nada.
A democracia só será perfeita quando se tornar desnecessário este tipo de campanhas eleitorais .

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sexta-feira, junho 03, 2011

A Troika à margem da campanha

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O documento da troika prevê o corte das pensões e o congelamento dos salários até 2013. O texto é este:

"No seguimento da redução média em 5% dos salários do sector público neste ano, os salários e as pensões serão congelados até 2013, excepto no caso das pensões mais baixas. Além disso, será introduzida em 2012 uma contribuição especial com incidência sobre as pensões acima de €1.500, ficando isentas as pensões mais baixas.

Sobre isto, como sobre o resto, a campanha eleitoral foi omissa embora importasse saber:

1. Se a "contribuição especial", que segundo alguns pode chegar aos 10%, tem carácter provisório ou definitivo
2. Se vão ser igualmente (mal)tratados os que descontaram fortemente toda a vida e os que têm pensões obtidas, por estratagemas legais, sem ter feito os descontos normais


Como se isto não bastasse ficamos hoje a saber pelo Jornal I que o fundo da Segurança Social perdeu 8% do valor. 
Dados consultados pelo i mostram ainda que no final de Maio deste ano a dívida soberana nacional pesava 58% na carteira do FEFSS, contra 53% no final do ano. 

Afinal o tão badalado "estado social" é não só pretexto eleitoral como bóia de salvação financeira (à custa da segurança futura dos reformados)


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quarta-feira, junho 01, 2011

Analogia automobilística




Aqui fica uma forma didática para explicar a deplorável situação a que o país chegou, recorrendo a uma analogia automobilística.
Os governos dos últimos anos comportaram-se como aqueles tipos que derretem as suas poupanças, e ainda se endividam, para impressionar os vizinhos com um faiscante BMW, novinho em folha, estacionado na praceta. Na verdade as suas posses recomendariam antes um Renault Mégane (em segunda mão).

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