A recente campanha para as legislativas demonstrou que um partido no poder, quando chega a ser odiado por quase toda a gente, deve abster-se de atacar os adversários. Porquê? Porque nessas circunstâncias as críticas (por ex. de ultra-neo-liberalismo) se transformam em elogios e os perigos augurados (por ex. o desmantelamento do estado social) se convertem em objectos de desejo.
Em tais situações, em vez de atacar os adversários, é preferível falar da bondade das realizações próprias ou dos planos excelentes que se tem para o futuro. Perde-se à mesma mas não se reforça a influência ideológica do adversário.
Mas se as eleições de 5 de Junho foram inoportunas em face dos problemas do país, a disputa que lhes sucedeu imediatamente, pela liderança do partido derrotado, é o que de pior podia acontecer no período pós-eleitoral. Os candidatos sentem-se obrigados, cada um mais do que o outro, a demonstrar através de bravatas a sua sanha contra o adversário que acabou de os derrotar.
Entretêm-se por isso a prolongar penosamente a campanha que acabou no dia 5 de Junho, e cujos resultados são irreversíveis, cometendo exactamente o mesmo erro estratégico (explicado mais acima) que o líder deposto.
Assis e Seguro regressam paradoxalmente às acusações ao PSD, que a votação do dia 5 mostrou serem totalmente ineficazes, em vez de se concentrarem nos erros do PS que atiraram mais de metade dos eleitores para os braços da direita.
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2 comentários:
Nesta vida, ninguém é melhor do que ninguém. Cada um sabe aquilo que demonstra saber...
A falar são todos mt bons! Todos.
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