Levei um murro no estomago e saí do cinema a cambalear interiormente. Million Dollar Baby é o filme mais triste que já vi.
Tenho que dizer isto ainda que seja um lugar comum.
O filme de Clint Eastwood é uma espantosa e impiedosa parábola.
A vida é um exercício solitário, num mundo inóspito que só alguns seres especiais amenizam enquanto não somos atingidos pelo soco fatal.
A única redenção, espiritual e não social, consiste em perseguir teimosamente os nossos sonhos.
Uma porta estreita e remota aonde só nós cabemos.
1 comentário:
O C. Eastwood começou a olhar para o seu próprio ocaso, e colocou-se a questão de saber quando é que faz sentido "que o sol se ponha". Depois de uma breve incursão pela dimensão religiosa, não encontrou aí a resposta. Voltou-se para a sua própria vida, e descobriu que depois de realizar um sonho que já tinha abandonado, podia tranquilamente desaparecer.
Daí eu ter saído do filme mais sereno do que quando entrei. Afinal, a vida fez todo o sentido, mesmo quando se alcançou um só objectivo, por modesto que fosse: foi o "meu" objectivo.
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