sábado, maio 08, 2010

A eficiência britânica

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A Inglaterra, no escasso prazo de um mês, elegeu um novo Parlamento e um novo primeiro-ministro, David Cameron. Uma eficiência notável mas não isenta de fragilidades.

O sistema eleitoral inglês, baseado no tão incensado método dos círculos uninominais, produziu mais uma vez uma chocante disparidade entre o número de votos obtido por cada partido e o número de deputados conseguido.

Mas há um outro problema que é quase sempre omitido.
Os círculos uninominais, tal como as nossas eleições municipais, deslocam as escolhas do terreno das ideias para o das "personalidades". Desequilibram a relação entre as questões nacionais e os temas locais.

Temo que a ligação dos eleitos aos votantes, que costuma ser apresentada como a grande vantagem dos círculos uninominais, acabe por redundar numa subordinação das questões nacionais às lógicas do interesse local.
Por isso não me parece que seja essa a panaceia com que podemos salvar a nossa debilitada democracia.

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