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Toda a gente está preocupada com a ingovernabilidade que pode resultar das próximas eleições legislativas. As maiorias absolutas de um partido parecem pouco prováveis.
Por isso proliferam as teorias sobre potenciais alianças para formar governo.
Esta incerteza perturba grandemente os eleitores que, ao votar num partido, não têm qualquer garantia de ele fazer as coligações que preferem.
Como raramente concordam a 100% com um dado partido muitos eleitores acabam por não votar em nenhum.
Devíamos exigir que os partidos esclarecessem, antes da votação, como pensam formar uma maioria parlamentar no caso de não obterem maioria absoluta. A verdade é que os partidos raramente se dispõem a revelar as suas intenções neste campo.
Assim sendo penso que devíamos caminhar para um sistema de votação em que o eleitor tivesse a possiblidade de votar nos vários partidos que constituem a sua coligação preferida, dando a cada um desses partidos o peso que muito bem entendesse.
Para esse efeito, em vez de uma cruzinha, o eleitor escreveria à frente de um ou de vários partidos a percentagem que lhes atribuía para a composição da "sua coligação"; por exemplo, sendo de esquerda podia votar numa mistura com 20% de BE, 20% de PCP e 60% de PS.
Votando dessa maneira 20% do seu voto iriam para o BE, outros 20% para o PCP e 60% para o PS. Estes três partidos repartiam o voto somando às suas contagens respectivamente 0,2 e 0,6 em vez de uma unidade como hoje acontece.
As votações, quando este sistema um dia for adoptado, reflectirão muito mais fielmente a vontade do eleitorado.
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Mário Soares, em tudo o que se empenhou, no essêncial, nunca errou
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Ontem, tomado pelo respeito pela morte de Mário Soares, guardei relativo
silêncio sobre o que se ia dizendo sem acrescentar mais do que uma
reservada ch...
Há 1 hora
4 comentários:
Sabes que nunca tinha pensado nisto? Mas és capaz de ter razão, parece um método bem mais justo do que dar o voto sem sabermos o que vão fazer com ele. Podiamos dividir entre dois partidos, por exemplo: 50% a cada...
Piraram os dois....
-O robalo, estava de estalo!
E estava eu a escrevinhar uma "ideia peregrina sobre uma alternativa (simples) a qual era a de instituir um boletim de voto "primário" e um boletim de voto "secundário"...
As "percentagens" (as 'tuas'...) acabariam por vir ao de cima.
Já me "gamaste" a ideia!
Já houve um tempo em que os analfabetos (ou as mulheres...) não podiam votar, hoje podem.
Já houve países onde o peso do voto era proporcional aos impostos pagos...
Nada impede que "amanhã" o modo de votar seja mesmo como sugeres (ou uma qualquer variação...)
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