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O fio condutor da exposição é a descoberta da diversidade cultural e étnica, mesmo onde e quando a modernidade vai fazendo os seus “estragos”. Adicionalmente permite comparar o olhar de um mesmo fotógrafo em situações geográficas muito diferentes e em fases da vida muito distanciadas.
As fotografias, divididas em dois grupos, foram produzidas com um interregno de cerca de 40 anos.
Grupo 1968/9 – fotografias a preto e braco, feitas na Guiné Bissau Durante dois anos percorri a Guiné, em serviço, e fui aproveitando essa oportunidade para contactar e registar o dia-a-dia do seu povo.Enquanto o fazia tinha a sensação de suspender a guerra. O conjunto de imagens apresentado documenta pessoas a trabalhar ou a divertir-se nos seus ambientes próprios, tal como as via um jovem tenente da Armada de 22 anos.
Grupo 2006/8 – fotografias a cores feitas na China, Índia e Nepal Um conjunto de viagens ao Oriente permitiu-me comparar a actualidade dos três países que tanta curiosidade despertam hoje. Na China são os traços do desenvolvimento acelerado que mais marcam. Na Índia e no Nepal somos mais tocados pela serenidade da beleza ancestral. O Nepal funciona, de certa forma, como recipiente misturador das influências dos outros dois gigantes. O conjunto de fotografias expostas mostra rostos e atitudes quotidianas fotografados nestes três países asiáticos que constituem uma continuidade geográfica.
Fotografar pessoas é, em vários sentidos, um desafio. Elas são um detalhe na paisagem mas um detalhe que encerra um mundo.Quando fotografamos as pessoas elas deixam de ser uma abstracção, um número no meio de milhões, e a sua individualidade impõe-se de forma comovente.
Penso que esta exposição mostra como, em 40 anos, nunca deixei de ser atraído pela magia desse processo.
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