sábado, junho 21, 2014

80%



80%
do tempo do governo de Portugal é dedicado aos seus próprios funcionários.
Tabelas salariais às dezenas, carreiras inextrincáveis, comparações intersectoriais, gestão integrada de vagas, direitos adquiridos, etc, etc.
O governo é forçado a dedicar quase todo o seu tempo às birras dos polícias, ao excesso dos professores, aos estados de alma dos médicos, à crise identitária dos enfermeiros, à inoperância dos oficiais de justiça, ao Mário Nogueira, à Avoila, aos bastonários, etc, etc, etc.
E o POVO, quando chegará a vez do POVO ?

5 comentários:

J Eduardo Brissos disse...

Eh pá, quanto menos eles se lembrarem do Povo, melhor...

João disse...

Pensava eu, na minha ingenuidade, que os polícias, os professores, os médicos, os enfermeiros, os oficiais de justiça, o Mário Nogueira, e a Avoila, também eram Povo. Mas se calhar não. Se calhar o Povo passa a ser escolhido por decreto, os representantes das classes profissionais são escolhidos pelo Sr. Silva, que é manifestamente moderado, ao contrário da Mário Nogueira ou da Ana Avoila É um pensamento que revela uma certa destreza democrática. Mais ou menos igual à daqueles que estão no poder.

Anónimo disse...

São Povo, são; como todos os outros (Sr. Silva incluido). Mas também aqui "há sócios que estão sentados e sócios que estão de pé"... Os citados não têm o direito de sacrificar toda a gente à defesa dos seus previlégios corporativos; que aliás só mantêm porque o seu patrão é o Estado (o tal que devia zelar pelo bem COMUM).
Rosa Redondo

João disse...

Quando falamos de privilégios corporativos, estamos a falar mais precisamente de quê? E quanto ao Estado zelar pelo bem comum, é uma ideia muito grata à burguesia. Pois para mim o Estado burguês é antes de tudo um instrumento de classe. E não é de uma qualquer qualquer: é da classe dominante. Por isso é que as transferências de rendimento do trabalho para o capital, fazem aumentar o fosso entre ricos e pobres de forma escandalosa, mesmo tem tempos que, ditos de crise, o são muito mais para uns do que para outros. Por isso é que se mantém os privilégios fiscais dos grandes consórcios enquanto se esbulha quem trabalha ou trabalhou. Tudo isso, por acção directa do Estado e dos seus mecanismos institucionais de exercício do poder. Suponho que esse é que será um grande "corporativismo" perverso. Mas é mais fácil atirar uma pedradas ao Mário Nogueira ou à Avoila ou a outro qualquer e falar dos privilégios corporativos que eles andam por aí a defender, não é? O melhor talvez fosse acabar com o sindicatos. Sobretudo com os de esquerda, porque com os outros, já vive que convive bem com toda a certeza.

PJNS disse...

O estado só se for o da ditadura do proletariado é que defende o povo, e contra isto sopa. Há muita gente que perde tempo em criticar a ou b, coisas antigas, no entanto no sistema burgues, de capitalismo selvagem, como é que defendemos os direitos? Com a UGT? com dirigentes vendidos ao capital? Ou com Mários e Avoilas e outros, que não sendo perfeitos são os que contam nesta luta.
Paulo Silva