80%
do tempo do governo de Portugal é dedicado aos seus próprios funcionários.
Tabelas salariais às dezenas, carreiras inextrincáveis, comparações intersectoriais, gestão integrada de vagas, direitos adquiridos, etc, etc.
O governo é forçado a dedicar quase todo o seu tempo às birras dos polícias, ao excesso dos professores, aos estados de alma dos médicos, à crise identitária dos enfermeiros, à inoperância dos oficiais de justiça, ao Mário Nogueira, à Avoila, aos bastonários, etc, etc, etc.
E o POVO, quando chegará a vez do POVO ?
5 comentários:
Eh pá, quanto menos eles se lembrarem do Povo, melhor...
Pensava eu, na minha ingenuidade, que os polícias, os professores, os médicos, os enfermeiros, os oficiais de justiça, o Mário Nogueira, e a Avoila, também eram Povo. Mas se calhar não. Se calhar o Povo passa a ser escolhido por decreto, os representantes das classes profissionais são escolhidos pelo Sr. Silva, que é manifestamente moderado, ao contrário da Mário Nogueira ou da Ana Avoila É um pensamento que revela uma certa destreza democrática. Mais ou menos igual à daqueles que estão no poder.
São Povo, são; como todos os outros (Sr. Silva incluido). Mas também aqui "há sócios que estão sentados e sócios que estão de pé"... Os citados não têm o direito de sacrificar toda a gente à defesa dos seus previlégios corporativos; que aliás só mantêm porque o seu patrão é o Estado (o tal que devia zelar pelo bem COMUM).
Rosa Redondo
Quando falamos de privilégios corporativos, estamos a falar mais precisamente de quê? E quanto ao Estado zelar pelo bem comum, é uma ideia muito grata à burguesia. Pois para mim o Estado burguês é antes de tudo um instrumento de classe. E não é de uma qualquer qualquer: é da classe dominante. Por isso é que as transferências de rendimento do trabalho para o capital, fazem aumentar o fosso entre ricos e pobres de forma escandalosa, mesmo tem tempos que, ditos de crise, o são muito mais para uns do que para outros. Por isso é que se mantém os privilégios fiscais dos grandes consórcios enquanto se esbulha quem trabalha ou trabalhou. Tudo isso, por acção directa do Estado e dos seus mecanismos institucionais de exercício do poder. Suponho que esse é que será um grande "corporativismo" perverso. Mas é mais fácil atirar uma pedradas ao Mário Nogueira ou à Avoila ou a outro qualquer e falar dos privilégios corporativos que eles andam por aí a defender, não é? O melhor talvez fosse acabar com o sindicatos. Sobretudo com os de esquerda, porque com os outros, já vive que convive bem com toda a certeza.
O estado só se for o da ditadura do proletariado é que defende o povo, e contra isto sopa. Há muita gente que perde tempo em criticar a ou b, coisas antigas, no entanto no sistema burgues, de capitalismo selvagem, como é que defendemos os direitos? Com a UGT? com dirigentes vendidos ao capital? Ou com Mários e Avoilas e outros, que não sendo perfeitos são os que contam nesta luta.
Paulo Silva
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