"Há "um capitalismo predador e selvático" que "só pode ser substituído por uma sociedade socialista""
Francisco Louçã, Publico 21/07/2005
Faz uma semana fiquei horrorizado com a entrevista do Público ao Jerónimo de Sousa, que considerei paradigmática da pobreza da reflexão e teorização da esquerda em Portugal.
Hoje, após ter lido a entrevista com o Francisco Louçã, em especial a sua parte "teórica", vejo-me obrigado a reeditar o meu desencanto pois ela confirma todos os meus receios.
A salganhada de conceitos, a fuga às definições claras e responsabilizantes, a falta de rigor na caracterização da situação actual e de perspectivação do futuro são a marca de uma política que navega à vista e para a câmara.
Não há uma única referência às relações de produção que parecem ter perdido o protagonismo para as relações sexuais (o homem diz que é marxista ?).
Quando perguntado "E o que é que é ser socialista no século XXI ?" apenas sabe referir aquilo que não quer, não há qualquer laivo de um mundo novo.
Trata-se então de um socialismo da rejeição ? da exclusão de partes ? um socialismo da birra ?
Mais inacreditável só a campanha do Louçã contra as "grandes fortunas" que ele avalia em 750.000 euros.
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