«Fomos outrora o povo do caldo da portaria, das procissões, da navalha e da taberna. Compreendeu-se que esta situação era um aviltamento da dignidade humana: fizemos muitas revoluções para sair dela. Ficamos exactamente em condições idênticas. O caldo da portaria não acabou. Não é já como outrora uma multidão pitoresca de mendigos, beatos, ciganos, ladrões, caceteiros, que o vai buscar alegremente, ao meio-dia, cantando o Bendito; é uma classe inteira que vive dele, de chapéu alto e paletó. Este caldo é o Estado.»
Eça de Queirós em "As Farpas"
Será que, em aritmética política, 2005 é igual a 1871 ?
Veja aqui uma descrição da sociedade na página 5 de Maio de 1871
Não há nada como reler "As Farpas" do Eça e do Ramalho Ortigão para chegar a uma conclusão.
Leia AS FARPAS clicando aqui
Visite a Fundação Eça de Queirós
2 comentários:
Mas que sorte a malta tem em de vez em quando encontrar blogues desta qualidade. MUITO BOM!
Ora deixa lá fazer já um link desta casa.
Um abração do
Zecatelhado
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