sexta-feira, dezembro 30, 2016
terça-feira, dezembro 27, 2016
A CONCERTAÇÃO SOCIAL
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quinta-feira, dezembro 22, 2016
O duplo
O duplo
ontem vi pela primeira vez esta forma de "traduzir" Marcelo para linguagem gestual, com o tradutor dois passos atrás do Presidente.
Confesso que tive dificuldade em me concentrar. Estava sempre com curiosidade para ver em que gestos iriam ser convertidos os recados subliminares do discurso.
Para além de reduzir a eficácia da comunicação a presença do tradutor cria um ambiente de palco que, dada a própria teatralidade de Marcelo, retira veracidade ao discurso.
sábado, dezembro 17, 2016
Cuidado
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sexta-feira, dezembro 16, 2016
quarta-feira, dezembro 14, 2016
Alameda das Descobertas hoje de manhã
Duas ciclovias paralelas, independentes, de Sul para Norte e de Norte para Sul
Como se pode ver o próprio movimento de automóveis é pequeno.
Eliminou-se uma faixa de rodagem para construir a ciclovia.
terça-feira, dezembro 13, 2016
sábado, dezembro 10, 2016
O populismo
O populismo,
que justamente preocupa os portugueses, é normalmente associado a comportamentos agressivos e desbragados, recheados de teorias politicamente incorrectas.
Mas, correndo o risco de chocar os meus leitores, eu pergunto: os políticos que só dizem coisas redondas e fofinhas, que garantidamente deliciam o povo, não corresponderão também uma uma outra forma de populismo?
Quem governa deve ser avaliado pelo que faz em prol do bem comum ou por demonstrações sentimentais?
Os governantes não são da nossa família e nem sequer do nosso grupo de amigos chegados. Se não nos conhecem de lado nenhum como podem então manifestar-nos tanto afecto?
Será apenas para obter a nossa condescendência quando decidirem levar por diante as suas agendas?
quinta-feira, dezembro 08, 2016
As consequências
Ao contrário do que diz Costa os seus antecessores nunca negaram a possibilidade da recapitalização da CGD.
Ela foi sempre possível mas com pesadas consequências.
Estas consequências.
A única habilidade do Costa é conseguir falar da recapitalização como se não tivesse consequência alguma (e ter os partidos à sua esquerda e os sindicatos anestesiados perante o que aí vem).
quarta-feira, dezembro 07, 2016
Pensamento estatístico
Pensamento estatístico
o país vai-se enchendo de lombas que provocam impactos indesejáveis mesmo nos automobilistas que circulam dentro dos limites de velocidade. Presumo que se trata de iniciativas ilegais mas, por obra e graça do políticamente correcto, toleradas.
A todos os imbecis que decidem tal coisa, que parece estar na moda, recomendo um pensamento estatístico.
Por cada acidente que talvez evitem com a instalação das lombas provocarão certamente problemas de saúde nos milhares de cidadãos que são forçados a circular por cima delas (descolamentos de retina, traumatismos vertebrais, etc, etc).
sexta-feira, dezembro 02, 2016
terça-feira, novembro 29, 2016
sexta-feira, novembro 25, 2016
Documento delicioso
Trata-se de um relatório, feito por "agentes fiscais", que descreve o famoso "Primeiro Encontro da Canção Portuguesa" que teve lugar no Coliseu a 29 de Março de 1974. A preocupação parecia ser a de verificar se os artistas cantavam algo que não tivesse sido aprovado pela censura.
Eu, como milhares de outros portugueses, estive no Coliseu nesta noite fantástica que, sem dúvida, prenunciava a Revolução de Abril.
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quarta-feira, novembro 23, 2016
O produto interclassista e universal
O produto interclassista e universal
Na estrada que leva de S. João dos Angolares até à cidade de S. Tomé fotografei estes dois jovens. Um deles empunha um telemóvel.
Por todo o lado, mesmo em rudimentares aldeias de pescadores, encontrei publicidade e lojas de produtos destinados às "comunicações móveis".
Convenci-me então de que o telemóvel é, na história da humanidade, o produto que maior sedução exerceu em todas as geografias e em todas as classes sociais.
terça-feira, novembro 22, 2016
sábado, novembro 12, 2016
Na estação de Khajurao
Na estação de Khajurao
A cidade é famosa pelos seus templos decorados com esculturas eróticas, um rococó de nus e de fornicação impensável no ocidente cristão.
Quando a visita acabou fui tomar o combóio na direcção de Agra. Tudo isto aconteceu em 2008.
Mas o que eu vos quero dizer é mais geral.
Quando caio inadvertidamente num destes directórios de imagens colhidas durante as viagens eu tenho a sensação de iniciar uma nova jornada. Não ao local então visitado mas a um local sem nome em que o ficheiro do computador se tornou.
E nesta nova viagem eu detecto pormenores que não podia ter visto na correria dos percursos e dos horários.
Detenho-me finalmente sobre os rostos e sobre as formas, com uma exaltante sensação de descoberta.
Aqueles que ridicularizam os viajantes fotógrafos, por andarem sempre a disparar, nunca terão esse prazer de visitar terras inexistentes, construídas com as nossas fotografias, pelas nossas próprias mãos.
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Habilidades
Costa, com a habilidade habitual, faz tudo para disfarçar a sua conivência com o génio que contratou.
Se Costa tivesse ideias firmes sobre a obrigação do doutor Domingues se submeter às leis da República não precisava de se esconder atrás do Tribunal Constitucional; ordenava ao seu subordinado que entregasse a devida declaração e, caso ele não obedecesse, procedia à sua exoneração.
quinta-feira, novembro 10, 2016
OEDIPUS REX
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segunda-feira, novembro 07, 2016
sexta-feira, novembro 04, 2016
O Estado a que isto chegou
Se considerarmos as brutais transformações tecnológicas das últimas décadas tal ideia em vez de utópica pode até ser vista como necessária.
No entanto a ressaca do desmoronamento da URSS produziu uma evolução noutro sentido.
Os partidos anteriormente revolucionários foram-se submetendo à lógica social-democrata e aos encantos do "estado social".
Hoje já ninguém fala de uma nova sociedade.
Isso foi substituído pela invasão dos centros do poder político em troca da manutenção da sociedade capitalista tal como ela é.
Imbuídos de um espírito pretensamente vanguardista os partidos de esquerda tratam de gerir o sistema tomando medidas para que ele, apesar de anacrónico, não seja demasiado insuportável.
De caminho engordam as estruturas do Estado, quantas vezes com amigos e colegas do partido, sugando a sociedade com impostos.
Gera-se então uma contradição fatal; a economia nem é verdadeiramente capitalista nem é outra coisa qualquer.
Por essas e por outras a economia estagna e ninguém sabe muito bem como pô-la a crescer.
O Estado mete o bedelho em tudo e atabafa com os seus milhares de regulamentos grande parte das iniciativas e empreendimentos.
Meio dúzia de génios, inventados nas juventudes partidárias, sentam-se nas cadeiras do poder como se pudessem e soubessem manipular as alavancas de uma economia cada vez mais complexa.
É no Estado que se cruzam os grandes negócios e, com a desculpa da retórica republicana, põe-se os cidadãos a pagar rendas às corporações, falências dos bancos, e todo o tipo de fraudes que diáriamente aparecem nos jornais (hoje é na Força Aérea mas também no SNS às dezenas, na Segurança Social, etc).
Vende-se aos cidadãos a ilusão de que o Estado, e o que é do Estado (por ex. a CGD) garante por natureza a prossecução do interesse público. Apesar de a realidade andar há décadas a mostrar o contrário.
Hora da publicação: 15:59 0 comentários
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quarta-feira, novembro 02, 2016
"Comparar o que é comparável"
"Comparar o que é comparável"
Anda por aí uma algazarra que pretende convencer-nos de que aquilo que se gastou num ano não tem nada a ver com o orçamento de gastos para o ano seguinte.
O quadro anexo, e a mais básica experiência pessoal, mostram precisamente que o valor que gastámos é uma das melhores bases para a previsão daquilo que gastaremos.
Há realmente uma tradição, deplorável, de orçamentar valores que se sabe à partida serem impossíveis por insuficientes. Mas o facto de esse erro ser antigo não nos deve impedir de criticar quem nele persiste.
O objectivo parece ser óbvio; fazer passar um orçamento que de outra forma apresentaria défices inaceitáveis.
Nota curiosa: o governo socialista gastou menos com a Educação, em 2016, do que os governos neoliberais no auge da crise em 2012, 2013 e 2014.
Hora da publicação: 22:32 0 comentários
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quinta-feira, outubro 27, 2016
quarta-feira, outubro 26, 2016
Notícias da aldeia global
Hora da publicação: 20:25 0 comentários
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terça-feira, outubro 25, 2016
O insólito
O insólito
a Sul de Santiago cruzei-me na estrada com este grupo que trotava, compenetrado, não sei para onde.
Ainda parei, atónito, mas não podia protestar já que circulavam dentro da sua faixa de rodagem e nem sequer iam em excesso de velocidade.
Como a estrada estava deserta não cheguei a perceber se tinham forma de fazer pisca quando estivessem para ultrapassar.
Hora da publicação: 20:12 0 comentários
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quarta-feira, outubro 19, 2016
O "Tratado Orçamental" não tem a culpa
Hora da publicação: 12:45 0 comentários
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sexta-feira, outubro 14, 2016
Manobras imbecis.
Manobras imbecis.
O caso do "imposto imobiliário", entre outros, mostra a total irresponsabilidade do governo. Um imposto de 0,3% sobre o que exceda valor patrimonial de 1,2 milhões rende o quê? Em troca de uma ridicularia gerou-se o pânico nos investidores que neste momento devem estar a pensar que isto é um país de doidos.
E a Mariana faz figura de quê?
Hora da publicação: 21:04 0 comentários
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sábado, outubro 08, 2016
Os "nórdicos"
Os "nórdicos" costumam ser dados como exemplo quando se trata de direitos sociais.
Infelizmente somos incapazes de copiar também as suas práticas políticas. Cinco partidos, da direita à esquerda, puseram-se de acordo para a reforma do sistema de pensões.
A partir daí os pensionistas deixaram de ser arma de arremesso eleitoral e sabem sempre quanto vão receber.
E sabem sempre que vão receber.
Por cá os partidos preferem as decisões casuísticas, para poderem aparecer como benfeitores, tratando o povo como uma massa dependente e não como cidadãos.
Hora da publicação: 21:00 0 comentários
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quarta-feira, outubro 05, 2016
Cartas da guerra (quem as não tem?)
Cartas da guerra (quem as não tem?)
Fui ver o filme de Ivo M. Ferreira que tem como base as cartas que António Lobo Antunes enviou à sua mulher, Maria José, quando estava a combater em Angola (como médico).
É preciso dizer desde já que o filme é magnífico e que a fotografia tem uma elevadíssima qualidade.
Para aqueles que também escreveram cartas durante a guerra (eu, por exemplo, guardo dezenas e dezenas) o filme é especialmente tocante.
Aquilo que importa no filme é a ilustração angustiante da incomunicabilidade nesses tempos remotos em que, por incrível que pareça aos mais jovens, não havia telemóveis, nem skype.
Escrevia-se uma carta e recebia-se o retorno um mês depois.
Como é que uma pessoa apaixonada, ou em vésperas de ser pai, pode lidar com isto, suportar isto?
As cartas de Lobo Antunes, lidas ao longo do filme em off, mostram como todas e cada uma das palavras soam curtas, insignificantes nesses momentos.
As declarações e os sentimentos são repetidos, e repetidos, da mesma ou sob diferentes formas, como se fosse necessário martelar um sentido que nunca mais se alcança.
Hora da publicação: 21:58 0 comentários
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segunda-feira, outubro 03, 2016
O senhor Matias
O senhor Matias é alentejano há 76 anos.
Começou a guardar porcos quando tinha 11 e a sua vida foi uma sucessão de rebanhos, parelhas e juntas.
Está sentado em frente à casa, com as costas apoiadas na taipa. Anoitece.
A mulher foi a Grândola, "ao tratamento". Cortaram-lhe uma perna há semanas. Foi diabetes, parece.
Só volta lá para a meia-noite, quando vier a ambulância dos bombeiros.
O senhor Matias ouve os cães ladrar por trás da casa, mas não vê bem as ovelhas que mordiscam as poucas ervas verdes do fim do Verão. Tem os olhos embaciados pelas cataratas.
O senhor Matias podia ir enxotar as ovelhas, que talvez tenham fugido para a estrada, mas a ciática não deixa.
O senhor Matias já não a sentia há trinta anos e pensava que escapava mas, há uns meses, ela voltou com redobrada força.
A noite vai caindo e já tremelicam umas luzitas para os lados da aldeia mas o senhor Matias não as vê. A ambulância dos bombeiros ainda tarda e os sacanas dos cães nunca mais se calam.
Podia ir lá atrás dar-lhes um berro mas não se atreve a cair, ao tropeço de uma pedra.
Não há aumento de pensões que resolva esta tristeza, que o problema do senhor Matias nem é económico. Que o digam as ovelhas e os porcos que chafurdam no fim do quintal.
Não há geringonça de esquerda, ou de direita, capaz de acabar com esta tristeza quando a noite cai.
Talvez algum chaparro.
Hora da publicação: 21:59 0 comentários
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sábado, outubro 01, 2016
quarta-feira, setembro 28, 2016
Malabarismos fiscais
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Etiquetas: Fernando Penim Redondo, governo Costa, impostos-fisco