segunda-feira, janeiro 13, 2014

A minha pensão e a do meu pai.

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A minha pensão e a do meu pai.

Resolvi comparar o efeito da crise 2010-2013 na minha pensão e o efeito da crise 1982-1985, praticamente há 30 anos, sobre os arrendamentos imobiliários do meu pai, que então desempenhavam para ele o papel de pensão de reforma. Ele, tal como eu, com cerca de 70 anos.

1. Tomei o valor (líquido) das reformas recebidas cá em casa em 2010 como referência (100) e calculei os valores recebidos em 2011, 2012 e 2013 em percentagem de 2010.
2. Abati-lhes a inflação.
3. Comparei o valor potencial dos quatro anos se tivesse recebido durante esse período sempre o valor líquido de 2010 (400) com aquilo que realmente recebi (353).
4. Perdi portanto 11.75% do valor potencial

O mesmo tipo de raciocínio aplicado às rendas, fixas, recebidas pelo meu pai entre 1982 e 1985 leva à conclusão de que ele perdeu 23.38% do seu valor potencial, ou seja o dobro.

Acresce que eu já estou a falar de pensões depois do IRS e ao rendimento das rendas ainda haveria que aplicar impostos vigentes à época, que não sei precisar.
Acresce ainda que os preços nunca mais baixaram e portanto o rendimento perdido pelo meu pai continuou pelos anos fora. Eu ainda posso ter a ilusão de um dia deixar de haver a taxa de solidariedade, ou uma baixa de IRS.

A geração do meu pai, que em muitos casos se dedicava ao pequeno comércio ou serviços, e que fazia do arrendamento imobiliário uma espécie de pensão de reforma, viu os seus rendimentos fortemente amputados. O mesmo aconteceu aliás aos trabalhadores no activo que não conseguiram aumentar os seus salários e com todos os rendimentos fixos.

Na altura ninguém se ralou com isso.


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Mas o quadro apresentado acima pode ser mais correcto se o rendimento de cada ano aparecer afectado pela inflacçao dos anos anteriores, de forma a poder ter realmente o ano de 2010 como referência da comparação. Os rendimentos 100 de 1983, por exemplo, não são iguais aos 100 de 1982, e assim sucessivamente.


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