” Como hão de ser as palavras ? Como as estrelas , as estrelas são muito distintas e muito claras, assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro “
Padre António Vieira
Esta frase perturba-me já que as estrelas, sem um telescópio, não me parecem nem muito distintas nem muito claras. Distantes e indiferentes, sim. Talvez o génio de Vieira não estivesse nos seus melhores momentos.
Um dia gostaria de perceber se as pessoas se dividem de acordo com as suas tendências naturais de sensibilidade às imagens, aos sons ou às palavras (sendo que estas não passam de sons e imagens até encontrarcom quem conheça tal linguagem). Os textos têm invadido todo o campo da comunicação sobre as imagens e os sons e, por vezes, parecem querer interpor-se entre nós e essas experiências aparentemente "físicas" mas cujos processos de descodificação são tão mais complexos e profundos. O Vieira é matreiro, conseguiu pelo menos por-me a dissertar a hora tão matutina.
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