sexta-feira, outubro 28, 2011

Os mais esquecidos dos indignados

.



A suspensão do subsídio de férias e de natal anunciada com o OE2012 tem sido discutida intensamente no espaço público. Mas na esmagadora maioria dos casos é referido o efeito da medida sobre os funcionários públicos omitindo-se, quase sempre, o facto de ela afectar igualmente os pensionistas. Mesmo Cavaco, ao invocar a falta de equidade, esqueceu que a medida também afecta centenas de milhares de pensionistas "privados".
A suspensão dos subsídios, se a quisermos ver como uma injustiça, é muito mais grave no caso dos pensionistas. A maioria dos pensionistas afectados fizeram descontos durante vidas inteiras, não só eles como as suas entidades patronais, e confiaram no Estado como depositário e gestor desses enormes montantes por forma a garantir a sua velhice.
Os pensionistas já não podem reverter esta situação nem estão já em condições físicas de procurar fontes alternativas de rendimentos. Apesar de tudo os funcionários do estado podem decidir mudar de emprego ou emigrar para fugir à perseguição.
É altura de os pensionistas erguerem a voz como os mais esquecidos entre os indignados.

1 comentário:

Luís Maia disse...

A propósito

Em Novembro de 2010, no Plano Inclinado da SIC Notícias, Ângelo Correia afirmou que adquiridos são apenas os direitos como o direito à vida, o direito à liberdade, etc.. Defendeu que todos os outros direitos, ou seja, aqueles que custam dinheiro ao Estado, são direitos que "não existem", que estão dependentes da solidez da economia. Concluiu mesmo que a ideia de direitos adquiridos se trata de uma "burla".

No entanto, menos de um ano depois, a 23 de Outubro de 2011, quando questionado por uma jornalista da Antena 1 sobre a possibilidade de, em função do momento difícil que o país atravessa, abdicar da sua subvenção vitalícia de ex-titular de cargo público (quando, ainda por cima, trabalha no sector privado), Ângelo Correia afirmou não estar disponível, por se tratar de um "direito adquirido" legalmente.